Fundação Catarinense de Educação Especial lança projetos pioneiros no país
TPA Internet, 26-09-2011
A Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE) realizou, nesta segunda-feira (26), uma cerimônia para o lançamento de dois projetos pioneiros no país: o software Libras Brincando e o Manual de Adaptação de Livros Didáticos para Transcrição do Sistema Braille. O ato, que marca as comemorações alusivas ao Dia Nacional do Surdo, se realizou às 14 horas, na Casa D’Agronômica, e contou com a presença do governador Raimundo Colombo.
Diferente de tudo que se tem hoje no mercado, o Libras Brincando é uma maneira inovadora de ensinar Libras. O software irá promover o ensino da Língua Brasileira de Sinais a crianças surdas e ouvintes por meio de jogos educativos. Através de atividades com temas como frutas, alimentação, animais, cores e grau de parentesco, a criança adquire sua própria linguagem, que muitas vezes é dificultada por falta de uma estratégia pedagógica adequada. Diante da tela do computador, o pequeno explora uma linguagem universal e lúdica, com a animação de um intérprete de Libras.
O software é fruto da parceria entre a equipe do Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas com Surdez (CAS) da FCEE e a empresa Numera Soluções e Sistemas, que executaram um trabalho de mais de um ano, dentre estudos e pesquisas científicas para avaliar a viabilidade e aplicabilidade da ideia; análise dos requisitos; da arquitetura do software; identidade visual – concepção da estética do sistema, elementos gráficos, cores, tipografia, interfaces e personagens; componentes gráficos e multimídias.
O projeto que conta com o apoio da Fapesc, Finep e CNPQ, está na fase final de testes e adaptações para, enfim, ser lançado no mercado. A presidente da FCEE, Rose Bartucheski, explica que apesar de destinada a surdos, a solução tecnológica é atraente para todas as crianças, de forma a estimular o aprendizado de mais uma língua e a comunicação entre elas, promovendo a inclusão social.
Outro fator positivo é que não há necessidade de conhecimento prévio da língua de sinais ou do português para poder jogar, o que possibilita o uso do programa por professores, terapeutas e famílias.
Já o Manual de Adaptação de Livros Didáticos para Transcrição do Sistema Braille visa garantir recursos didáticos para atender às necessidades dos alunos com deficiência visual, em diferentes disciplinas na rede regular de ensino. Também pioneiro no país, o Manual consiste em uma ferramenta para auxiliar o docente a fazer a reprodução/conversão de textos, de um código para outro, sem alterar o conteúdo original dos livros ou materiais, através das adaptações necessárias para que sejam acessíveis e/ou adequados às pessoas com deficiência visual. Com este material, os profissionais da Educação podem facilitar o acesso ao conhecimento dos educandos, permitindo a continuidade e igualdade de condições no processo de ensino e aprendizagem.
O projeto foi desenvolvido a partir da observação e avaliação das adaptações realizadas pelos profissionais ao longo dos anos no Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual (CAP) da FCEE, considerando não apenas a importância do desenvolvimento de materiais com qualidade técnica, mas, principalmente, a potencialização das habilidades cognitivas das pessoas com deficiência visual, proporcionando acessibilidade e garantindo o desenvolvimento e a autonomia dessa pessoa.
A publicação tem 88 páginas, com dezenas de ilustrações coloridas, além de instruções que detalham didaticamente como deve ser o procedimento adotado por educadores da rede regular de ensino para atender as necessidades dos alunos com deficiência visual, em diferentes disciplinas. O livro é destinado aos Centros de Apoio Pedagógico (CAPs) de todo o país, instituições congêneres de deficiência visual, Serviços de Atendimento Educacional Especializado (Saedes/DV), instituições de ensino superior, profissionais da área da Educação, pais e familiares de educandos deficientes visuais.
“Na qualidade de dirigente de educação especial, reforçamos a autonomia de nosso Estado quanto à definição dos rumos da política de educação especial e apresentamos este manual com informações básicas de grande importância para racionalizar a adaptação de livros didáticos em tinta para a transcrição no Sistema Braille”, ressalta a presidente da FCEE, Rose Bartucheski.
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