Alergia a medicamentos afeta 12% da população
Analgésicos e anti-inflamatórios respondem por 40% dos casos de alergia a remédios. Problema atinge uma em dez pessoas
Gazeta do Povo on line, 11-07-2011
Rafaela Bortolin
Cerca de 12% da população tem alergia a algum tipo de medicamento, de acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (Asbai). Os campeões são os analgésicos e anti-inflamatórios, que respondem por 40% dos casos. "Como são vendidos sem receita médica, as pessoas costumam ingerir esses remédios com frequência e, na maioria das vezes, sem acompanhamento profissional", explica o médico alergista e diretor da Asbai, Luís Felipe Chiaverini.
Rafaela Bortolin
Cerca de 12% da população tem alergia a algum tipo de medicamento, de acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (Asbai). Os campeões são os analgésicos e anti-inflamatórios, que respondem por 40% dos casos. "Como são vendidos sem receita médica, as pessoas costumam ingerir esses remédios com frequência e, na maioria das vezes, sem acompanhamento profissional", explica o médico alergista e diretor da Asbai, Luís Felipe Chiaverini.
Nos consultórios, os campeões em reclamações são o ácido acetilsalicílico, a dipirona e o diclofenaco. Segundo Chiaverini, isso não significa que esses medicamentos são mais tóxicos que os demais, mas que a alta ingestão potencializa os riscos de reações. "Eles estão no topo da lista por serem amplamente consumidos, o que, ao longo do tempo, sensibiliza o organismo até ele responder com um processo alérgico."
Corantes e xaropes provocam reações
Não é só a substância ativa do medicamento que pode causar alergia. Aditivos usados para dar cor e sabor mais atrativo aos remédios também podem causar reações. Os mais comuns se relacionam ao corante amarelo, a tartrazina, e ao vermelho-carmim - os mais usados pela indústria farmacêutica. "Nos últimos anos, tem havido um esforço das empresas para retirar os corantes dos produtos, principalmente nos usados por crianças, mas é importante que o paciente leia a bula com atenção para verificar se o que está ingerindo tem ou não um componente deste tipo", aconselha a médica alergologista Gisele Kuntze.
Entre os medicamentos, os principais focos de alergia a corantes são as suspensões (remédios líquidos, antibióticos, anti-inflamatórios e anti alérgicos) e produtos vendidos em drágeas (comprimidos revestidos). Como cada empresa pode usar os corantes que achar apropriados - ou nem usá-los -, a alergologista explica que são comuns casos de pessoas alérgicas ao remédio produzido por um laboratório e não ao feito por outro. "Com isso, percebemos que a pessoa tem alergia ao corante. Ela pode continuar tomando o remédio, mas sempre escolher a marca que não usa aquele tipo de aditivo." (RB)
Os antibióticos (principalmente penicilina, amoxicilina e ampicilina) e os anti convulsionantes têm incidência menor de casos de alergia. E não são só os medicamentos de ingestão oral ou aplicação endovenosa que causam reações. Há pessoas sensíveis a colírios, pomadas, cremes e até vacinas.
Causas
Em geral, as alergias são causadas pelo princípio ativo dos medicamentos. Hoje, o diagnóstico é feito a partir do histórico do paciente, quando ele relata ao médico que substâncias ingeriu nas últimas semanas e se já havia manifestado sintomas alérgicos. Para alguns remédios é possível fazer testes para comprovar a reação do organismo.
"Principalmente em casos envolvendo anti-inflamatórios e analgésicos, fazemos um teste de provocação: o paciente fica em observação e administramos pequenas quantidades para verificar se ele tem reações alérgicas", diz Loraine Landgraf, especialista em alergia e imunologia do Hospital Vita Batel e diretora da Sociedade Brasileira de Alergia e Imunopatologia - Regional Paraná.
Mesmo o exame sendo simples, ele deve ser feito por um médico especializado e sempre em ambiente hospitalar, já que há pessoas com reação imediata e forte ao medicamento, podendo causar um choque anafilático.
O tempo para reação a um medicamento varia. Algumas pessoas alérgicas manifestam os sintomas poucos minutos após a ingestão. Para outras, são necessárias horas ou dias para que os primeiros sinais apareçam. E se engana quem acha que a alergia se manifesta imediatamente após o primeiro uso. "Pelo contrário, a maioria dos casos é de pessoas que tomaram o remédio pelo menos duas ou três vezes antes, sem ter reações, e há aquelas que ficam anos tomando o medicamento até que, um dia, passam a ter alergia a seus componentes", explica Gisele Kuntze, médica alergologista do Instituto Paranaense de Otorrinolaringologia (IPO).
A explicação para isso é simples: para se defender, o organismo precisa ter contato com os agentes que causam as doenças (como vírus, bactérias e substâncias estranhas), para identificá-los e desenvolver o melhor mecanismo de reação. "Por algum motivo ainda não explicado, o organismo se sensibiliza e passa a identificar as substâncias do medicamento como ameaças e começa a atacá-las", comenta Loraine.
Testes
Por enquanto, não há testes que identifiquem todas as substâncias ativas das quais alguém pode ser alérgico. "Por isso, o sistema é por tentativa e erro. A cada reação, o médico investiga seus motivos específicos", diz Gisele. E não há padrão na ocorrência das alergias. "A pessoa pode ter reações a medicamentos de uma mesma família, como todos com penicilina, dipirona ou ácido acetilsalicílico, ou ter alergia a vários remédios de famílias diferentes."
É o caso da funcionária pública Priscila Nakanishi, 27 anos. Há dez anos ela descobriu que era alérgica a diclofenaco. A partir daí, a lista de produtos contra-indicados não parou de crescer. "Hoje sei que tenho alergia a kiwi, molho funghi e alimentos que tenham corante amarelo ou vermelho. Entre os remédios, não posso tomar paracetamol, dipirona, ácido acetilsalicílico e todos os anti-inflamatórios", enumera. Para evitar problemas, ela recorre a métodos alternativos, como homeopatia e até vacinas de imunoterapia. "Se tenho febre, uso uma compressa de água fria e espero passar."
Sou alérgico a praticamente todos esses medicamentos citados na reportagem, já dei entrada varias vezes ao pronto socorro com sérios problemas hoje já fiz os testes e ando com uma lista de medicamentos que segundo o meu médico não posso usar, mais pricipalmente os que contém a substância tratrazina e os corantes. Por esse motivo as vezes deixo de fazer determinado tratamento e isso já vem me causando uma série de complicaçãoes de saúde. Não compreendo porque os laboratórios vendo que já são 12% de alérgicos no país mesmo assim ainda continuam fabricando medicamentos com corantes.Por favor alguém me ajude a sensibilizá-los quanto a isso. Obrigado.
ResponderExcluirOlá Odenilton!!!
ResponderExcluirAgradeço por sua participação.
Enviei um mensagem a(ASBAI), na expectativa dela poder fazer algo por ti e todos aqueles que vivenciam a mesma situação. Caso queira que mais pessoas participam desta "corrente", entre em contato com a ASBAI (http://www.asbai.org.br/default.asp).
Entendo que é difícil lidar com esta situação, mas não deixe de conversar com o seu médico, acredito até que seje um "Imunoalergista", que poderá orientá-lo quanto aos medicamentos que possam substituir esses que te causam alergias.
Desejo a ti e a sua família SAÚDE!!!
Um Abraço,
Enf. Patrícia Trasmontano
Ola. Estou de cama a 3 dias, tenho pedra na vesicula, comecou a dor na pedra depois tive hipotermia, depois febre estou sentindo dores no corpo e na cabeça, comendo muito pouco e bebendo muita agua, sou alergica a benegrip, sonrisal, paracetamol, comprei buscopan gotas estava pensando em tomar o antialergico antes e depois de tomar o remedio, o que acha??? Rebeca.ufba@hotmail.com
ResponderExcluirOlá Rebeca!
ExcluirCompreendo o que estais passando... Acompanho os casos de muitas mulheres com a mesma situação.
Mas, primeiramente, sensibilizo-te a buscar um tratamento médico e nutricional, pois o seu caso requer um acompanhamento melhor, não apenas pela possibilidade de um procedimento cirúrgico futuro, ou pela necessidade de uma dieta balanceada específica, mas também pelo fato de possuir alergias à medicamentos e estar apresentando sinais que podem piorar com o tempo e te trazer mais complicações.
*** Evite a auto medicação, e quando estiver em crise, como esta relatada, busque um pronto-socorro ou emergência mais próximos da sua casa, pois deverás passar por avaliações precisas.
Como enfermeira, oriento para que se cuide da forma correta, por isso, peço-te que siga as recomendações já mencionadas, e não tome esses e outros medicamentos sem o médico tê-las prescrito.
Estimo uma excelente recuperação, desde que tomadas as providências certas.
Agradeço sua participação!!!
Vamos Gerar Saúde!!!