quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

REPORTAGEM: INFORMAÇÕES DIGITAIS LIMITADAS PELA MENTE HUMANA

Limitação do cérebro humano evitará dilúvio de dados
Inovação Tecnológica, 06-02-2012
Baseado em artigo de Joan Robinson

Auto-limitação

Analisando o tamanho dos arquivos na internet, cientistas concluíram que o crescimento do volume de informações digitais será auto-limitado pela mente humana.

Segundo eles, não serão constrangimentos de natureza econômica, mas a capacidade do cérebro humano para processar e registrar informações que se tornará o grande fator limitante para o crescimento das informações armazenadas globalmente.

Claudius Gros e seus colegas da Universidade Goethe de Frankfurt, na Alemanha, analisaram a distribuição de arquivos públicos na internet, plotando um gráfico que relaciona o número de arquivos de vídeos, áudio e de imagem em um eixo, e o tamanho desses arquivos em outro.

Armagedon digital adiado

Até agora se considerava que, como os custos econômicos para a produção e armazenamento de dados são proporcionais à quantidade de dados produzida, esses custos deveriam ser o grande fator limitador, que poderia impedir que a geração de informações crescesse de forma exponencial.

Ou seja, que o mundo digital "acabasse" em um dilúvio de dados.
No entanto, os pesquisadores concluíram que não é bem assim ao verificar em seus gráficos que o número de arquivos criados por seres humanos não mostra uma tendência exponencial de crescimento.

Eles pegaram apenas arquivos produzidos por seres humanos, ou para uso humano - e não arquivos gerados por softwares de indexação, bases de dados etc. - usando o mecanismo de pesquisa findfiles.net.

Eles também optaram por se concentrar em arquivos hospedados em domínios apontados pela Wikipedia e pelo diretório aberto dmoz, repositórios tipicamente feitos por humanos.

Lei de Weber-Fechner

A explicação adotada pelos cientistas é que os processos neurofisiológicos influenciam a capacidade do cérebro humano para lidar com informações. "Esta suposição obtém suporte da observação de que a distribuição do tamanho dos arquivos não possui uma componente temporal," afirmam eles.

Por exemplo, quando uma pessoa produz uma imagem e lhe atribui um valor subjetivo, a pessoa está sendo influenciada por sua percepção da qualidade dessa imagem.
A percepção que a pessoa tem da quantidade de informações obtidas quando se aumenta a resolução de uma imagem de baixa qualidade é substancialmente maior do que quando se aumenta a resolução, na mesma magnitude, de uma foto já de alta qualidade.Essa relação é conhecida como lei de Weber-Fechner.

Os autores observaram que as distribuições de tamanho de arquivos de origem humana na internet obedecem a essa lei de Weber-Fechner. Isto significa, interpretam eles, que a quantidade total de informação não pode crescer mais rapidamente do que a nossa capacidade de digerir ou lidar com essas informações.

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