Nova técnica pode evitar cirurgias e transplantes da córnea
Adaptação de lentes esclerais vem apresentando excelentes resultados no tratamento de doenças como o ceratocone avançado
Opinião Curitiba, 10-02-2012.
Adaptação de lentes esclerais vem apresentando excelentes resultados no tratamento de doenças como o ceratocone avançado
Opinião Curitiba, 10-02-2012.
Técnica ainda pouco difundida no país pelos desafios da adaptação e pelo alto custo do material, a indicação das lentes esclerais vem se consolidando como alternativa para o tratamento de problemas da córnea como, por exemplo, o ceratocone, doença que em casos avançados é corrigida apenas com transplante. A boa notícia é que as lentes esclerais passam a ser fabricadas este ano no Brasil, o que tornará o tratamento ainda mais acessível. Hoje, o valor da lente para cada olho varia de R$ 1.600,00 a R$ 1.800,00.
O tema foi tratado pela médica oftalmologista Tania Schaefer, durante o Simpósio e Congresso da CLAO (Contact Lens Association of Ophthalmologists), realizado em Las Vegas. Na oportunidade, a oftalmologista apresentou sua experiência pioneira de dois anos no Brasil, com adaptação de lentes esclerais e os resultados clínicos em pacientes com córneas traumatizadas, pacientes com ceratocone avançado e também na correção de cirurgias refrativas que não tiveram resultado esperado. "Há muitos avanços recentes no tratamento do ceratocone, mas as técnicas adotadas atualmente, que são o cross link e os anéis intracorneanos, dependem de procedimentos cirúrgicos", explica a médica. Além de evitar os riscos que envolvem uma cirurgia, o uso das lentes esclerais proporciona maior conforto aos pacientes e melhora instantânea da visão.
É o caso do estudante João Pedro Otto Lesko, de 15 anos, que foi diagnosticado com ceratocone aos 12, após a professora perceber certa dificuldade do aluno em copiar lições no quadro. Segundo a mãe Helenita Lesko, a doença não foi percebida na primeira consulta e tratamentos cirúrgicos foram sugeridos. "Quando um oftalmologista percebeu que meu filho tinha uma doença rara, a primeira indicação foi o uso de óculos e depois de lentes rígidas, que traziam muito desconforto para o João Pedro", conta a mãe. "Mais tarde procuramos especialistas e todos indicavam cirurgias, até que a doutora Tânia nos sugeriu as lentes esclerais. A adaptação foi excelente e hoje ele enxerga perfeitamente, está mais ativo e mais feliz", revela.
Lentes de contato
O tema foi tratado pela médica oftalmologista Tania Schaefer, durante o Simpósio e Congresso da CLAO (Contact Lens Association of Ophthalmologists), realizado em Las Vegas. Na oportunidade, a oftalmologista apresentou sua experiência pioneira de dois anos no Brasil, com adaptação de lentes esclerais e os resultados clínicos em pacientes com córneas traumatizadas, pacientes com ceratocone avançado e também na correção de cirurgias refrativas que não tiveram resultado esperado. "Há muitos avanços recentes no tratamento do ceratocone, mas as técnicas adotadas atualmente, que são o cross link e os anéis intracorneanos, dependem de procedimentos cirúrgicos", explica a médica. Além de evitar os riscos que envolvem uma cirurgia, o uso das lentes esclerais proporciona maior conforto aos pacientes e melhora instantânea da visão.
É o caso do estudante João Pedro Otto Lesko, de 15 anos, que foi diagnosticado com ceratocone aos 12, após a professora perceber certa dificuldade do aluno em copiar lições no quadro. Segundo a mãe Helenita Lesko, a doença não foi percebida na primeira consulta e tratamentos cirúrgicos foram sugeridos. "Quando um oftalmologista percebeu que meu filho tinha uma doença rara, a primeira indicação foi o uso de óculos e depois de lentes rígidas, que traziam muito desconforto para o João Pedro", conta a mãe. "Mais tarde procuramos especialistas e todos indicavam cirurgias, até que a doutora Tânia nos sugeriu as lentes esclerais. A adaptação foi excelente e hoje ele enxerga perfeitamente, está mais ativo e mais feliz", revela.
Lentes de contato
As lentes de contato representam, depois dos óculos, a primeira opção para a recuperação visual porque substituem a superfície irregular da córnea por outra regular, recuperando a visão. Em clínicas especializadas, pelo menos 80% dos portadores de ceratocone, que não tiveram bons resultados com uso do óculos, conseguem recuperar sua visão usando lentes de contato.
As mais indicadas são as rígidas gás-permeáveis, com variações de desenhos como as monocurvas, além das bicurvas e multicurvas, derivadas da Soper e as lentes gelatinosas desenhadas para ceratocone. Lentes híbridas (centro rígido e borda gelatinosa) e o Sistema piggyback (rígida sobre gelatinosa) são utilizadas em casos especiais. As lentes esclerais e semi-esclerais são lentes de grande diâmetros que variam de 13.50 à 20.00 mm ou mais.
Segundo Tania Schaefer, estas lentes são desenvolvidas em materiais permeáveis ao oxigênio, com desenhos que respeitam a transição córneo limbar e a fisiologia da córnea. Elas movimentam-se pouco e por isto trazem grande conforto ao usuário.
Toda esta evolução foi possível pela tecnologia dos novos materiais de lentes de contato e pelos tornos multidirecionais computadorizados que permitem aos fabricantes desenvolverem desenhos de lentes nunca antes imaginados. É a biotecnologia trabalhando a favor da saúde ocular.
Ceratocone
É uma distrofia corneal, não inflamatória, na qual a baixa rigidez do colágeno corneal permite que a córnea sofra abaulamento e afinamento progressivos, provocando astigmatismo irregular e afilamento do ápice. Essa ectasia pode ocorrer na parte central, paracentral ou periférica da córnea. O ceratocone pode estacionar após alguns anos ou progredir até a formação de cicatrizes causadoras de importante baixa visual.
A doença costuma iniciar num olho para depois afetar o outro. O diagnóstico é frequentemente feito na adolescência ou em torno dos 20 anos de idade, e raramente pode após os 35 - 40 anos.
A frequência de ceratocone na população em geral está em torno de 1 para cada 2.000 pessoas (0,05%). Entretanto, dentre os candidatos à cirurgia refrativa, alguns estudos mostraram que este número pode atingir até 8%. Esta percentagem alta deve-se, provavelmente, à auto seleção desses pacientes que muitas vezes estão insatisfeitos com sua visão e procuram por cirurgia para solucionar seu problema.
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