NOTÍCIA: BNDES FINANCIA PROJETOS AMBIENTAIS

BNDES financia projetos de estudo ambientalBanco destinará R$ 560 milhões a projetos de redução de gases estufa e de tecnologia limpa

O Globo, 14-02-2012
Por Marcio Beck.

A poucos meses do início da Rio+20, o BNDES anunciou ontem que começará a operar este ano linhas de financiamento para projetos ou estudos de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa e para o desenvolvimento de tecnologias limpas. O banco utilizará R$ 560 milhões do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (Fundo Clima), que também está financiando, com R$ 30 milhões, 23 projetos não reembolsáveis operados diretamente pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA).

A oferta de crédito poderá atender tanto a empresas quanto a órgãos públicos. Formado por 60% dos recursos a que o MMA tem direito devido a participações especiais do petróleo, até o teto de R$ 750 milhões, o Fundo Clima poderá captar dinheiro de outras fontes. As principais seriam doações e empréstimos internacionais, segundo a ministra Izabella Teixeira.

Foram selecionados seis programas: modais de transporte eficiente, máquinas e equipamentos eficientes, energias renováveis, resíduos com aproveitamento, carvão vegetal e combate à desertificação.

- Estamos testando o modelo. Os projetos não reembolsáveis têm foco nas ações concretas de mitigação e adaptação às mudanças. Adotamos um limite de R$ 2 milhões para favorecer a participação de muitos atores. Já os reembolsáveis precisarão ser calcados na inovação tecnológica - afirmou a ministra.

O BNDES poderá financiar até 90% dos valores. O presidente do banco, Luciano Coutinho, destacou o atendimento a projetos na área de transporte urbano, que visam principalmente às cidades-sede da Copa de 2014 e terão prazos de até 25 anos para o pagamento.

- Temos o desafio de reduzir as emissões urbanas, e um dos caminhos para isso é investir nos ônibus híbridos elétricos. No caso do carvão vegetal, queremos dar condições para a produção a partir de madeira plantada, o que diminuirá muito o impacto desta atividade.

Os programas têm taxas de juros em média 2,5 pontos percentuais menores que as dos financiamentos normalmente oferecidos pelo BNDES. Coutinho disse que as taxas reduzidas têm como função induzir a inovação tecnológica, e não poderão ser utilizadas para projetos que tenham viabilidade comercial.