sexta-feira, 23 de setembro de 2011

MENSAGEM: O MELHOR MÉDICO DOS MÉDICOS

MENSAGEM: O MELHOR MÉDICO DOS MÉDICOS
-> Discurso dos formandos de Medicina da PUC- PR /2010.

Boa noite a todos!!!

Hoje estou aqui para prestar uma homenagem ao Primeiro, Maior e Melhor Médico da História da humanidade. Deus é esse Médico, o Médico dos médicos,
e o mais Excelente Conhecedor do corpo humano.
Todas as células e tecidos, órgãos e sistemas, foram arquitetados por Ele, e Ele entende e conhece a sua criação melhor do que todos.
Que médico mais excelente poderia existir ?


- Deus é o primeiro cirurgião da história. A primeira operação ? Uma toracoplastia, quando Deus retirou uma das costelas de Adão e dela formou a mulher.
- Ele também é o primeiro anestesista, porque antes de retirar aquela costela fez um profundo sono cair sobre o homem.
- Deus é o melhor obstetra especialista em fertilização que já existiu ! Pois concedeu filhos a Sara, uma mulher que além de estéril, já estava na menopausa havia muito tempo. -  - Jesus, o filho de Deus, que com Ele é um só, é o primeiro pediatra da história, pois disse: “Deixai vir a mim as criancinhas, porque delas é o reino de Deus.
- Ele também é o maior reumatologista, pois curou um homem que tinha uma mão ressequida, ou, tecnicamente uma osteoartrite das articulações interfalangeanas.
- Jesus é o primeiro oftalmologista, relatou em Jerusalém, o primeiro caso de cura em dois cegos de nascença.
- Ele também é o primeiro emergencista a realizar, literalmente, uma ressuscitação cardio-pulmonar bem sucedida, quando usou como desfibrilador as suas palavras ao dizer: “Lázaro, vem para fora !”, e pelo poder delas, ressuscitou seu amigo que já havia falecido havia 4 dias.
- Ele é o melhor otorrinolaringologista, pois devolveu a audição a um surdo. Seu tratamento ? O poder de seu amor.
- Jesus também é o maior psiquiatra da história, há mais de 2 mil anos curou um jovem com graves distúrbios do pensamento e do comportamento.
- Deus também é o melhor ortopedista que já existiu, pois juntou um monte de ossos secos em novas articulações e deles fez um grande exército de homens. Sem contar quando ele disse a um homem coxo: “Levanta, toma a tua maca e anda !”, e o homem andou. O tratamento ortopédico de quadril mais efetivo já relatado na história.
- A primeira evidência científica sobre a hanseníase está na Bíblia. E Jesus é o dermatologista mais sábio da história, pois curou instantaneamente 10 homens que sofriam desta doença.
- Ele também é o primeiro hematologista, pois com apenas um toque curou a coagulopatia de uma mulher que sofria de hemorragia havia mais de 12 anos e que tinha gastado todo o seu dinheiro com outros médicos em tratamentos sem sucesso.
- Jesus é ainda, o maior doador de sangue do mundo. Seu tipo sanguíneo ? O negativo, ou, doador universal, pois nesta transfusão Ele ofereceu o seu próprio sangue, o sangue de um homem sem pecado algum, por todas as pessoas que tinham sobre si a condenação de seus erros e, assim, através da sua morte na cruz e de sua ressurreição, deu a todos os que o recebem o poder de se tornarem filhos de Deus. E para ter este grande presente, que é a salvação, não é necessário FAZER nada, apenas crer e receber.

- O bom médico é aquele que dá a sua vida pelos seus pacientes. Ele fez isso por nós. Ele é um médico que não cobra pelos seus serviços, porque o presente GRATUITO de Deus é a vida eterna.
- No seu consultório não há filas, não é necessário marcar consulta e nem esperar para ser atendido, pelo contrário, Ele já está à porta e bate, e aquele que abrir a seu coração para Ele, Ele entrará e fará uma grande festa.
- Não é necessário ter plano de saúde ou convênio, basta você querer e pedir.
- O tratamento que ele oferece é mais do que a cura de uma doença física, é uma vida de paz e alegria aqui na terra e mais uma eternidade inteira ao seu lado no céu.

O médico dos médicos está convidando você hoje para se tornar um paciente dele, e receber esta salvação e constatar que o tratamento
que Ele oferece é exatamente o que você precisa para viver.

Ele é o único caminho, a verdade e a vida. Ninguém pode ir até Deus
a não ser por Ele. Seu nome é Jesus.

A este médico seja hoje o nosso aplauso e a nossa sincera gratidão!!!



NOTÍCIA: OVOS DE RÃ NA REGENERAÇÃO DE TECIDOS HUMANOS

Franceses usam ovos de rã para acelerar programação celular
Folha de São Paulo, 22-09-2011
Da EFE

Cientistas franceses descobriram que os ovos de xenopus, rãs carnívoras africanas, facilitam a programação de células e abrem perspectivas no campo da medicina regeneradora.

A equipe do Instituto de Genética Humana de Montpellier, em colaboração com o CNRS (Centro Nacional de Pesquisa Científica), conseguiu multiplicar a capacidade de transformação de células da pele de ratos em células-tronco com ajuda desses ovos.

Sua aplicação serviu para multiplicar por cem essa eficácia mediante uma técnica dupla: a injeção de quatro genes específicos no núcleo das células de rato e sua posterior incubação em um extrato dos ovos das xenopus.

Com essa técnica, a equipe dirigida por Marcel Méchali conseguiu multiplicar por um fator maior que 100 a obtenção de células-tronco pluripotentes induzidas (IPS).

"Estes resultados confirmam o interesse das células-tronco resultantes de células diferenciadas para fazer autoimplantes e apresentam perspectivas terapêuticas interessantes no âmbito da medicina regeneradora", informou um comunicado do CNRS.

A partir da técnica mista mencionada, o núcleo das células se programa duplamente, embora ainda não totalmente. Outra vantagem descoberta pelos cientistas franceses é que o extrato desses ovos permitiu programar células de maneira impossível com a simples combinação de genes.

Os pesquisadores admitem que ainda falta identificar os componentes presentes nos extratos que são capazes de apagar a identidade de células diferenciadas. Segundo o CNRS, a pesquisa confirma as possibilidades das células IPS no âmbito da medicina regeneradora.

"As células IPS poderiam no futuro permitir substituir células doentes ou destruídas por ataque de outras células do paciente e reconstruir desse modo o órgão ou o tecido danificado por uma doença ou acidente, sem problema de rejeição", explicou o CNRS.

Os ovos de xenopus -rã bem conhecida pelos cientistas por suas aplicações em pesquisa- são significantes pela facilidade de serem encontrados em grandes quantidades, ao contrário dos ovos de mamíferos.

NOTÍCIA: QUEDA DE GLICOSE NO CÉREBRO MANTÉM PESO

Impedir queda de glicose no cérebro ajuda a manter o peso
Folha de São Paulo, 22-09-2011

Quando as fontes de glicose caem, o organismo começa a perder a capacidade de controlar o desejo, o que possibilita o aumento da vontade de comer. Um estudo publicado no "Journal of Clinical Investigation" sugere que impedir a queda dos níveis de glicose no cérebro pode ser o segredo para manter o peso.

A informação foi publicada na terça (20) no site do jornal britânico "Telegraph".
Segundo os pesquisadores, a falta de glicose-que alimenta o cérebro-- dificulta o controle da vontade de devorar alimentos calóricos.

Os obesos são mais vulneráveis. Mesmo a menor queda da glicose pode facilitar a ingestão de carboidratos, a maior fonte de açúcar para o corpo.

Eles podem tanto "bons" carboidratos -como frutas, vegetais frescos, arroz, massas e pão integral- como outras variedades mais calóricas, que incluem pão branco, açúcar, refrigerantes, bolos e batatas fritas.

Comer menos e várias vezes ao longo do dia pode diminuir a chance de sucumbir à tentação, principalmente para as pessoas obesas, indica a pesquisa.

Segundo Rajita Sinha, da Universidade de Yale nos Estados Unidos, "a chave parece estar na ingestão de alimentos saudáveis que mantêm os níveis de glicose. O cérebro precisa de alimento."

NOTÍCIA: SUBSTÂNCIA DE TUBARÃO DETÉM HEPAPITE B

Substância encontrada em tubarão detém vírus da hepatite B
Folha de São Paulo, 22-09-2011

Vem da biodiversidade marinha uma nova e potente arma contra os vírus de doenças como a febre amarela e a hepatite. Trata-se de uma molécula que impede que os vilões microscópicos consigam grudar nas células que atacam, dificultando infecções.

O resultado não seria uma vacina contra os vírus, mas um medicamento potente, capaz de enfrentar os primeiros ataques virais contra o organismo e rebatê-los, reduzindo muito a chance de problemas de saúde para o doente.

A substância protetora é a squalamina, assim batizada por causa do pequeno tubarão Squalus acanthias, que mede 1 m de comprimento. Ela também é encontrada no sistema de defesa do organismo de uma lampreia (estranho peixe cuja boca parece uma ventosa).

Contra uma série de vírus, entre os quais o da febre amarela e o da hepatite B, injeções de squalamina chegaram até a zerar a contagem viral (ou seja, o número de vírus no organismo) dos animais estudados pela equipe.

Os testes foram feitos com hamsters e camundongos, e também com células cultivadas no tubo de ensaio.

Embora a pesquisa seja preliminar, os especialistas afirmam que há boas chances de a molécula começar a ser testada em breve em seres humanos para enfrentar vírus. Ocorre que ela já alcançou o nível de testes em pessoas para outros fins, como combater tumores.

Por isso, os níveis da substância considerados seguros para seres humanos já são bem conhecidos, entre outros detalhes importantes. Além disso, a indústria já sabe como produzir a substância em grande escala --não será preciso capturar tubarões e lampreias para obtê-la.

ESCUDO

A chave para o sucesso da squalamina está na curiosa interação que ela tem com a membrana que circunda as células. Essa membrana é o portal para o interior da célula e, por ela, entram tanto nutrientes como vilões, como vírus e outros invasores.

A molécula dos tubarões consegue mexer com o equilíbrio elétrico da membrana quando a atravessa. E faz isso sem causar danos aparentes às células que adentra.

Ao fazer isso, ela dificulta a vida dos vírus, porque eles não conseguem "aprender" a se ligar à membrana alterada. Assim, eles têm dificuldade para entrar na célula ou, se já estão dentro dela, não conseguem sair para invadir outras células do organismo.

Um dado importante é que essa atividade protetora da substância parece valer para vários tipos de vírus.

O estudo está na revista científica americana "PNAS".

ARTIGO: ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA (E.L.A.)

ARTIGO: ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA (E.L.A.)


Pontos em Destaque:

O que é ELA?

O primeiro passo para você conhecer melhor a esclerose lateral amiotrófica, e principalmente entender seus mecanismos e forma de atuação, é saber o que significa. E não esqueça: a qualidade de informação é a principal ferramenta para se conviver com esse tipo de doença.

O que significa ELA?

ELA é a abreviatura de Esclerose Lateral Amiotrófica, uma doença cujo significado vem contido no próprio nome:
* Esclerose significa endurecimento,
* Lateral, porque a doença começa geralmente em um dos lados do corpo,
* Amiotrófica, porque resulta na atrofia do músculo. Ou seja, o volume real do tecido muscular diminui.

Qual a característica principal da esclerose lateral amiotrófica?
A degeneração progressiva dos neurônios motores no cérebro (neurônios motores superiores) e na medula espinhal (neurônios motores inferiores), ou seja, estes neurônios perdem sua capacidade de funcionar adequadamente (transmitir os impulsos nervosos).


E.L.A. acometeu Stephen Hawking, renomado físico inglês.

Causas e Sintomas ELA

O que causa a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)?
Até o momento, não se conhece a causa específica desta doença. Existe sim, a possibilidade de causas multifatoriais onde estariam envolvidos um componente genético, a idade e algumas substâncias do meio ambiente. Mas, a princípio, não se conhece nenhum fator que predisponha à ELA, nem como é possível prevenir o desenvolvimento da doença.

O que as pesquisas vêm detectando?
Os últimos experimentos realizados com camundongos, alguns deles com quadro clínico semelhante ao de ELA nos humanos, têm permitido entender melhor o porquê da lesão da célula nervosa. Parece que a falta de uma proteína denominada parvalbumina é a chave essencial para este processo de morte celular.

Quais são os pontos necessários para o estudo clínico da doença?
No caso de ELA, o diagnóstico precoce e o tratamento.

Existe algum tipo de diagnóstico precoce que oriente os médicos quando do ínicio da doença?
Não. Esse é o principal motivo pelo qual a ELA quase sempre não é diagnosticada em sua fase inicial. Por outro lado, a Ciência busca tal "marcador" (que funcione como uma "pista" para o médico, dizendo se a pessoa pode ou não vir a desenvolver ELA), pois sabe que o ideal para combater a doença é iniciar o tratamento antes do primeiro neurônio morto.

Quanto tempo, em média, leva para se fazer um diagnóstico correto da doença?
Atualmente, levam-se de 10 a 11 meses, do primeiro sintoma à confirmação do diagnóstico. A falta de conhecimento faz com que o paciente procure primeiro um ortopedista. Para se ter uma idéia, nesse espaço de tempo (de 10 a 11 meses) o paciente passa, em média, por 4 médicos; dois deles, ortopedistas.

Sintomas ELA

Qual é o primeiro sintoma que caracteriza a ELA?
A fraqueza muscular.

O que esse sintoma desencadeia?
Essa fraqueza muscular é progressiva, seguida da deterioração dos músculos (amiotrófica), começando nas extremidades, usualmente em um lado do corpo (lateral). Dentro do corpo, as células nervosas envelhecem (esclerose) e os nervos envolvidos morrem, deixando o paciente cada vez mais limitado.

Existem outros sintomas que acompanham a fraqueza?
Sim. São eles: fasciculação (tremor do músculo), reflexos exaltados, atrofia, espasticidade e diminuição da sensibilidade. E de todos os sintomas, o mais freqüente é a cãibra.

Como a ELA começa a se manifestar?
Geralmente, a ELA começa pelos membros superiores; eventualmente, pelos membros inferiores.

Existe uma forma mais agressiva de ELA?
Sim, quando ocorre a paralisia bulbar progressiva (ataca a língua e a glote). Com isso, o paciente deixa de mastigar e falar, passando a diminuir rapidamente de peso.

Quais são os fatores de risco para alguém desenvolver ELA?
Os fatores de risco, com efeito cumulativo (quanto mais características, maior a probabilidade) são: pertencer ao sexo masculino, desempenhar atividade física intensa, ter sofrido algum tipo de trauma mecânico, ter sido vítima de choque elétrico.

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NOTÍCIA: ESPERANÇA AOS HIV+

Cientistas descobrem forma de 'desarmar' vírus da Aids
Folha de São Paulo, 21-09-2011
Da Reuters

Cientistas afirmam que encontraram uma maneira de fazer com que o sistema imunológico combata o vírus HIV, da Aids, de forma mais eficaz.

A nova técnica, desenvolvida conjuntamente por pesquisadores norte-americanos e europeus, torna o HIV incapaz de provocar danos no sistema de defesa com a remoção do colesterol presente na membrana que circula o vírus.

Quando a pessoa é infectada pelo HIV, normalmente a defesa natural do corpo é ativada.
Mas alguns cientistas acreditam que o HIV origina também uma super-reação das células chamadas pDC (sigla em inglês de células dendríticas plasmocitóides), responsáveis pelo reconhecimento do vírus e a produção de moléculas interferons, que ativam a defesa imunológica.

Esse esforço redobrado para combater o vírus tornaria o mecanismo de proteção enfraquecido.

Adriano Boasso, do Imperial College London, que coordenou o trabalho, contou que o vírus não pôde mais ativar as células pDC quando o colesterol foi removido. Dessa forma, o corpo estaria livre para atacar o vírus de forma mais eficiente sem que fosse sobrecarregado.

Três outras universidades participam do estudo --de Milão, Johns Hopkins e Innsbruck--, e os pesquisadores crêem que a descoberta possa levar ao desenvolvimento de uma vacina contra a doença, que causa a morte de 1,8 milhão de pessoas no mundo todo anualmente.
O artigo sobre a descoberta foi publicada na segunda-feira (19) na revista "Blood".

NOTÍCIA: PRA QUE SERVE O BOCEJO? - EM PESQUISA

Bocejo serve para esfriar cérebro, dizem cientistas
Folha de São Paulo, 21-09-2011

Bocejar pode ser muito mais do que só uma sinalização de cansaço. Segundo um estudo recente americano, o ato seria um mecanismo natural do corpo humano para esfriar um cérebro muito quente.

Para chegar a essa afirmação, os pesquisadores Andrew Gallup (Universidade Princeton) e Omar Eldakar (Universidade do Arizona) gravaram o número de vezes que 160 voluntários abriram a boca.

Eles foram divididos em dois grupos iguais e supervisionados em estações do ano diferentes.

No verão, menos de um quarto dos participantes bocejou, época em que a temperatura externa está acima da corporal. No inverno, praticamente a metade bocejou. Os cientistas acreditam que o ar quente do verão não fornece alívio para um cérebro superaquecido, por isso a pessoa boceja menos.

"Participei de outro estudo [publicado em "Frontiers in Evolutionary Neuroscience" em setembro de 2010] que confirmou nossa pesquisa atual", diz Gallup. "Nós observamos mudanças na temperatura do cérebro de camundongos antes e depois deles terem bocejado."

O estudo aumenta as especulações sobre a função biológica do bocejo --um deles diz que o bocejo é resultado do aumento do fluxo do sangue no cérebro, causado pelo ato de se abrir à boca.

Apesar de haver uma série de hipóteses, pouco se fez em pesquisas experimentais, e ainda falta consenso sobre seu propósito.

O estudo de Gallup e Eldakar está na edição deste mês da revista "Frontiers in Evolutionary Neuroscience".

NOTÍCIA: CAMISETA MONITORA SAÚDE - PARÂMETROS FISIOLÓGICOS

Camisetas inteligentes monitoram saúde de pacientes
Inovação Tecnológica, 20-09-2011

 


Biomonitoramento

Pesquisadores criaram uma "camiseta inteligente", capaz de registrar vários parâmetros fisiológicos de forma não-invasiva.

O dispositivo é um melhoramento significativo de um protótipo lançado em 2010, então usado para monitorar o coração de jogadores de futebol.

Agora rebatizada de "plataforma de biomonitoramento", a camiseta inteligente ganhou mais sensores e um localizador de GPS, além de toda uma central de monitoramento, responsável por passar aos médicos as informações coletadas.

"A informação coletada pela camiseta inteligente, que usa uma tecnologia de tecido eletrônico, é enviada, sem fios, para um sistema de gerenciamento de informações, que então mostra a localização e os sinais do paciente em tempo real," afirmam os cientistas da Universidade Carlos III, em Madri, na Espanha.

Camiseta inteligente

A camiseta inteligente é lavável e possui embutidos em seu e-tecido os eletrodos que detectam as correntes bioelétricas do corpo.

Desta forma, apenas vestindo a camiseta, o paciente pode ser monitorado por um eletrocardiograma em tempo real.

A camiseta inteligente possui um acelerômetro, que é usado para detectar a posição corporal do paciente - se ele está de pé, reclinado, deitado etc. -, além de seu nível de atividade física, o que é importante para balizar os resultados do exame.
O e-tecido possui embutido ainda um termômetro, para fornecer leituras da temperatura do paciente em tempo real.

Os cientistas afirmam que sua plataforma de biomonitoramento foi projetada para ser usada no interior de hospitais - o sistema consegue detectar a posição do paciente dentro do hospital com uma precisão de dois metros.

Mas, "com pequenas modificações", a camiseta inteligente pode ser adaptada para a detecção de anomalias cardíacas em atletas ou para monitorar pacientes em suas casas.

Alarme georreferenciado

O sistema que roda no computador do hospital possui uma série de alarmes, dispensando que alguém fique olhando o monitor o tempo todo.
Os alarmes podem ser configurados conforme a situação do paciente, por exemplo, para disparar quando a temperatura exceder 38º ou quando a frequência cardíaca superar os 100 batimentos por minuto.

"Todos esses alarmes podem ser modificados pelos médicos para ajustá-los para as necessidades específicas de cada paciente; quando qualquer um desses alarmes dispara, aparece uma mensagem na tela, um SMS é enviado para o médico encarregado ou para o pessoal do hospital que, naquele momento, estiver mais próximo da localização do paciente em questão," afirmam os cientistas.

NOTÍCIA: CÂNCER COLORRETAL - AUMENTADA A SOBREVIDA


Droga dá sobrevida com qualidadePanitumumabe é esperança no tratamento do câncer colorretal em estágio avançado
Jornal do Comercio (PE), 20-09-2011
Paulo Sérgio Scarpa

O câncer colorretal ganhou divulgação no Brasil a partir do diagnóstico precoce na apresentadora Ana Maria Braga, apesar de esse tipo de câncer ser o segundo, após o de mama, que mais atinge mulheres no País e o terceiro em incidência no mundo. Há três semanas, um novo tratamento pode ser aplicado em pacientes diagnosticados com a doença em estado avançado, detectada no intestino grosso e reto.

Segundo a Amgen, empresa de biotecnologia no Brasil desde 2009, a droga panitumumabe causa reação menor que a apresentada por outros medicamentos e pode até aumentar a eficiência da quimioterapia. O tratamento é feito com anticorpos monoclonais criados para atingir um determinado alvo e anticorpos produzidos por camundongos transgênicos, isto é, animais alterados em laboratório para criar anticorpos próprios para os seres humanos.

O panitumumabe, explicou o oncologista Ricardo Caponero, é o primeiro anticorpo com material 100% humano a ser criado pela Amgen após uma década de pesquisa. “É uma evolução de outros medicamentos, como o cetuximabe, que tinha 34% de material de camundongos”. Para ele, a maior vantagem da nova droga é que o corpo tem reagido menos contra o novo remédio. A droga deve agir sobre o EGFR, sigla em inglês para receptor de fator de crescimento epidérmico, proteína relacionada ao desenvolvimento do câncer.
O panitumumabe, porém, advertiu o atual diretor científico da Associação Brasileira de Cuidados Paliativos, só pode ser usado em pacientes que não apresentam nenhuma mutação no gene KRAS (pronuncia-se carrás). Essa particularidade reduz substancialmente o grupo de pacientes que poderá se beneficiar com a droga: menos da metade dos que enfrentam um câncer colorretal. “É para ser usado nos casos em que a quimioterapia não surtiu o efeito esperado”, diz.

Dados da Amgen indicam que os pacientes ganham em média de cinco a seis semanas de sobrevida, além de uma qualidade melhor de vida durante o tratamento. Eles permanecem em casa, indo ao hospital apenas para tomar a medicação. Caponero contou, no entanto, que o principal objetivo da nova medicação não é a cura porque se trata de câncer em estágio muito avançado. “Consegue-se prolongar o tempo da evolução da doença”, garantiu. “Mas não só dando tempo à vida, mas vida ao tempo”, sentenciou.

Cada ampola com 100 mg do panitumumabe custa R$ 1.183 e o paciente deve receber a cada infusão 6 mg por quilo de seu peso. Exemplo criado por Ricardo Caponero indica que uma pessoa com 60 quilos deverá receber uma dose de 360 mg e o medicamento deve ser aplicado a cada duas semanas. Não há previsão de quando o Sistema Único de Saúde (SUS) distribuirá gratuitamente o remédio no País.

A coloproctologista Angelita Gama, professora titular de Cirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), lembra que a Justiça poderá determinar a sua distribuição, como faz com outros remédios. Segundo a especialista, o câncer colorretal tem maior incidência no Sudeste devido ao diagnóstico precoce feito com maior precisão que no Nordeste, por exemplo.

A empresa de biotecnologia Amgen investiu em 2010 US$ 15 bilhões em pesquisas, dos quais US$ 2,8 bilhões em pesquisa clínica em 45 países. Sua principal área é a oncologia, mas contabiliza cerca de 50 moléculas em desenvolvimento em Fase 3 (a última de uma pesquisa antes de seu produto se tornar comercial) e 24 moléculas (novas terapias) que ainda não estão na indústria farmacêutica, contou o responsável médico pela área terapêutica da empresa no Brasil e América Latina, Císio Brandão. “Pesquisamos, também, processos em doenças inflamatórias e nefrologia (rins)”, disse.

DADOS OFICIAIS - O Ministério da Saúde contabilizou em 2010, através do SUS, em todo o País, a realização de 82.009 procedimentos de quimioterapia de câncer colorretal, no valor total de R$ 11.882.816,00. Em 2010, estimava-se o diagnóstico de 13.310 casos em homens e 14.800 em mulheres. Estes valores correspondiam a um risco estimado de 14 casos novos a cada 100 mil homens e 15 para cada 100 mil mulheres.

REFLEXÃO: RUMO A REALIZAÇÃO, SEGUNDO HELLEN KELLER

"O otimismo é a fé que leva à realização.
Nada pode ser feito sem esperança ou confiança."

(Hellen Keller)


NOTÍCIA: IMPRESSORA 3D FAZ VASOS SANGUÍNEOS ARTIFICIAIS

Vasos sanguíneos artificiais feitos por impressora 3D
Inovação Tecnológica, 19-09-2011

Cientistas injetam fluido em um vaso sanguíneo artificial, construído por impressão 3D e polimerização multifotônica.[Imagem: Fraunhofer IGB]

Engenharia de tecidos

A impressão 3D vem avançando rapidamente, já sendo possível imprimir de chocolates a aviões. A novidade mais recente é a impressão de vasos sanguíneos artificiais, que poderão ser usados para vascularizar tecidos artificiais ou serem diretamente usadas em implantes, eventualmente substituindo as veias safena e mamária em cirurgias cardíacas.

E os engenheiros do Instituto Fraunhofer afirmam que já é possível sonhar com a impressão de órgãos complexos no futuro. A fabricação de órgãos humanos artificiais em laboratório é o grande sonho da engenharia de tecidos, que vem avançando rapidamente, mas ainda longe desse objetivo.

Vascularização

Um dos grandes problemas para fazer um tecido artificial comportar-se de forma mais parecida com um tecido biológico natural é o suprimento de sangue. Por exemplo, somente uma vascularização adequada poderá permitir que um implante de pele artificial integre-se ao organismo do paciente, recebendo os nutrientes de que precisa para não gerar uma "quebra" na estrutura do órgão. O mesmo é necessário para criar uma "ponte sanguínea", substituindo partes de veias e artérias danificadas ou entupidas.

Para fabricar os vasos capilares biocompatíveis, os engenheiros alemães combinaram a tecnologia de impressão 3D, já bem estabelecida no campo da prototipagem rápida e da fabricação aditiva, com uma técnica chamada polimerização multifotônica. Técnica a laser constrói estruturas sobre fio de cabelo sem queimá-lo. Como as impressoras 3D não são precisas o suficiente para fabricar objetos com a precisão de um vaso capilar, pulsos curtos e intensos de laser estimulam as moléculas do material de forma muito precisa, tornando o material mais elástico no ponto focal do laser. Desta forma, é possível criar estruturas elásticas muito precisas - os vasos sanguíneos artificiais - dentro de um projeto de impressão 3D.

Biofuncionalização

A seguir, em um processo chamado biofuncionalização, o material elástico recebe um revestimento de biomoléculas - heparina ou peptídeos - para que as células vivas possam se ligar a ele.

Tanto a construção inicial do modelo 3D quanto a biofuncionalização utilizam "tintas" híbridas especiais, contendo todas as moléculas necessárias, incluindo os polímeros e as biomoléculas.
Finalmente, é aplicada uma camada de células endoteliais, que formam a camada interna de cada vaso sanguíneo artificial. Essa camada permite que a artéria ou veia artificial seja conectada à artéria biológica natural do corpo onde será feito o implante.

Os pesquisadores ainda não testaram seus vasos sanguíneos artificiais em organismos vivos.

NOTÍCIA: TRANSPLANTE MEDULAR INCOMPATÍVEL - NOVA TÉCNICA

Nova técnica aumenta chances de transplante medular incompatível
Folha de São Paulo, 19-09-2011
DÉBORA MISMETTI

O uso de uma nova técnica de transplante de medula permitiu o tratamento do menino João Antônio, 2, que tem um tipo raro de leucemia infantil e não encontrou doador compatível na família, na rede de doadores de medula nem nos bancos de sangue de cordão umbilical.

O procedimento ainda está sendo avaliado em pesquisas, mas pode, no futuro, aumentar as chances de encontrar doadores para mais pacientes que precisam de transplante e não encontram um doador compatível.

Internado no Hospital Sírio-Libanês há dois meses, o menino passou primeiro por um transplante de células-tronco de cordão umbilical de um doador parcialmente compatível.
Mas, como conta o médico Vanderson Rocha, coordenador da Unidade de Transplante de Medula Óssea do hospital, o transplante não deu resultado. "A medula dele parou de produzir todas as células sanguíneas", diz Rocha.

O último recurso foi fazer o transplante de medula da mãe, mesmo que só 50% compatível. Esse procedimento é de alto risco porque as células doadas podem atacar as do paciente, causando graves efeitos colaterais, que podem levar à morte.

Esse efeito, que é uma espécie de rejeição ao contrário, é chamado pelos médicos de doença do enxerto (as células doadas) contra hospedeiro (o paciente).

Para evitar esse risco, a solução foi adotar um novo procedimento, em que o paciente recebe doses de quimioterapia depois do transplante para matar os glóbulos brancos do doador (que podem causar a "rejeição") e ficar só com as células-tronco, que vão povoar a medula e começar a produzir novas células sanguíneas sadias.

"Todo mundo achava uma loucura fazer a químio depois do transplante, porque se acreditava que isso mataria todas as células doadas. Mas o que se viu nos primeiros estudos é que as células-tronco resistem", diz Rocha.

A técnica permitiu recuperar o fracasso do primeiro transplante, com as células de cordão umbilical. João Antônio, que tem leucemia mielomonocítica crônica juvenil, câncer do sangue que responde por só 2% dos casos de leucemia infantil, deve ter alta na próxima semana.

O médico diz que seu maior receio era que a dose extra de quimioterapia, que também é necessária antes do transplante, causasse efeitos colaterais graves. "O tratamento pode afetar a bexiga e o coração. Mas ele não teve nada."

Ele lembra que, apesar dos bons resultados iniciais, ainda não há dados de longo prazo sobre a técnica.

NOTÍCIA: CÉLULAS T MODIFICADAS VENCEM CÂNCER - EM PESQUISA

Nos EUA, pesquisa mostra que células T modificadas vencem câncer em pacientes
UOL, 19-09-2011
Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves

Um ano atrás, quando a quimioterapia parou de funcionar contra sua leucemia, William Ludwig se inscreveu para ser o primeiro paciente em um experimento ousado na Universidade da Pensilvânia. Ludwig, então com 65 anos, um oficial de justiça aposentado de Nova Jersey, sentia sua vida se esvair e pensou que não tinha nada a perder.

Os médicos retiraram um bilhão de suas células T - um tipo de célula branca do sangue que combate os vírus e tumores - e lhes deram novos genes que iriam programar as células para atacar o câncer. Depois, as células modificadas foram injetadas lentamente nas veias de Ludwig.

No início nada aconteceu. Mas depois de dez dias foi um inferno em seu quarto de hospital. Ele começou a tremer com calafrios. Sua temperatura subiu em disparada. A pressão sanguínea despencou. Ele ficou tão doente que os médicos o transferiram para a UTI e advertiram que ele poderia morrer. Sua família se reuniu no hospital, temendo o pior. Algumas semanas depois a febre desapareceu, e também a leucemia.

Não havia vestígio dela em nenhum lugar - nenhuma célula leucêmica em seu sangue ou na medula, nem nódulos linfáticos inchados em sua tomografia computadorizada. Os médicos calcularam que o tratamento havia matado um quilo de células cancerosas.

Um ano depois, Ludwig continua ótimo. Antes havia dias em que ele mal conseguia sair da cama; hoje ele joga golfe e trabalha no jardim. "Estou vivo novamente", ele disse.

Os médicos de Ludwig não afirmaram que ele está curado - ainda é cedo demais para dizer isso - nem declararam vitória contra a leucemia com base nesse experimento, que envolveu apenas três pacientes. Eles dizem que a pesquisa ainda tem muito a andar. E o tratamento ainda é experimental, não está disponível fora de estudos.

Mas cientistas dizem que o tratamento que ajudou Ludwig, relatado recentemente em "The New England Journal of Medicine" e em "Science Translational Medicine", pode significar um ponto de virada na longa luta para desenvolver terapias genéticas eficazes contra o câncer. E não apenas para pacientes de leucemia: outros cânceres também podem ser vulneráveis a essa nova abordagem - que emprega uma forma desativada de HIV-1, o vírus que causa a Aids, para transportar os genes que combatem o câncer para as células T dos pacientes.

Em suma, a equipe está usando a terapia genética para realizar algo que os pesquisadores esperavam fazer há décadas: treinar o sistema imunológico da própria pessoa para matar as células cancerosas.

Dois outros pacientes passaram pelo tratamento experimental. Um teve uma remissão parcial: sua doença cedeu, mas não desapareceu completamente. Outro teve uma remissão total. Os três haviam tido leucemia linfocítica crônica (LLC) avançada e haviam esgotado as opções de quimioterapia. Geralmente, a única esperança de remissão nesses casos é um transplante de medula óssea, mas esses pacientes não se aplicavam a isso.

O doutor Carl June, que liderou a pesquisa e dirige medicina translacional no Centro de Câncer Abramson da Universidade da Pensilvânia, disse que os resultados surpreenderam a ele e a seus colegas, os doutores David L. Porter, Bruce Levine e Michael Kalos. Eles esperavam ver algum benefício, mas nem sonhavam com remissões completas e duradouras. De fato, quando Ludwig começou a ter febre, os médicos não perceberam a princípio que era um sinal de que suas células T estavam travando uma batalha furiosa com o câncer.

Outros especialistas do campo disseram que os resultados foram um grande avanço.
"É um excelente trabalho", disse o doutor Walter J. Urba, do Centro de Câncer Providence e Instituto de Pesquisa Earle A. Chiles em Portland, Oregon. Ele considerou a recuperação dos pacientes notável, animadora e significativa. "Estou muito positivo sobre essa nova tecnologia. Conceitualmente é muito, muito importante."

Urba disse que pensa que a abordagem um dia será usada contra outros tipos de câncer além de leucemia e linfoma. Mas advertiu que "para os pacientes hoje ainda não está no ponto". E acrescentou a habitual advertência científica: para serem considerados válidos, os resultados devem ser repetidos em mais pacientes e por outras equipes de pesquisa.

June chamou as técnicas de "um apanhado da informação da revolução biológica molecular das últimas duas décadas".

Encontrando o pote de ouro

Para fazer as células procurarem e destruírem o câncer, os pesquisadores devem equipá-las para fazer várias tarefas: identificar o câncer, atacá-lo, multiplicar-se e persistir dentro do paciente. Vários grupos de pesquisa vêm tentando fazer isso, mas as células T que eles criaram não puderam realizar todas as tarefas. Em consequência, a capacidade das células de combater tumores geralmente foi temporária.

A Universidade da Pensilvânia parece ter acertado todos os alvos ao mesmo tempo. Dentro dos pacientes, as células T modificadas pelos pesquisadores se multiplicaram para 1.000 a 10.000 vezes o número injetado, eliminaram o câncer e depois gradualmente diminuíram, deixando uma população de células de "memória" que pode proliferar rapidamente de novo se necessário.

Os pesquisadores dizem não ter certeza de quais partes de sua estratégia funcionaram - técnicas especiais de cultura celular, o uso de HIV-1 para carregar novos genes para as células T ou os trechos particulares de DNA que eles escolheram para reprogramar as células T.

O conceito de modificar geneticamente as células T foi desenvolvido nos anos 1980 pelo doutor Zelig Eshhar do Instituto Weizmann de Ciência em Rehovot, Israel. Ele envolve adicionar sequências genéticas de diferentes fontes para permitir que as células T produzam o que os pesquisadores chamam de receptores de antígenos quiméricos, ou CARs, na sigla em inglês - complexos de proteína que transformam as células em "assassinos seriais", nas palavras de June.

A doença de Ludwig, a leucemia linfocítica crônica, é um câncer de células B, a parte do sistema imunológico que normalmente produz anticorpos para combater infecções. Todas as células B, sejam saudáveis ou leucêmicas, têm na superfície uma proteína chamada CD19. Para tratar pacientes com a doença, os pesquisadores esperavam reprogramar suas células T para encontrar a CD19 e atacar as células B que as carregavam.

Mas quais sequências de genes deveriam ser usadas para reprogramar as células T, de que fontes? E como inseri-las?

Vários grupos de pesquisa usaram métodos diferentes. Os vírus são muitas vezes usados como transportadores (ou vetores) para inserir DNA em outras células, porque esse tipo de sabotagem genética é exatamente no que os vírus em geral são especializados. Para modificar as células T de seus pacientes, June e seus colegas experimentaram uma abordagem ousada: usaram uma forma desativada de HIV-1. Eles foram os primeiros a usar o HIV-1 como vetor na terapia genética para pacientes de câncer (o vírus tinha sido usado em outras doenças).

O vírus é ideal para esse tipo de tratamento, disse June, porque ele evoluiu para invadir as células T. A idéia de colocar qualquer forma do vírus da Aids em pessoas parece um pouco assustadora, ele reconheceu, mas o vírus usado por sua equipe foi "eviscerado" e não era mais nocivo. Outros pesquisadores haviam modificado e desabilitado o vírus acrescentando DNA de seres humanos, camundongos e vacas, e de um vírus que infecta marmotas e outro que infecta vacas.

Cada trecho foi escolhido por uma característica especial, e todos foram reunidos em um vetor que June chamou de "solução do tipo Rube Goldberg" e "um verdadeiro zoológico". "Ele incorpora a capacidade do HIV de infectar as células, mas não de se reproduzir", ele disse.

Para administrar o tratamento, os pesquisadores coletaram o maior número possível de células T dos pacientes, passando seu sangue por uma máquina que removia as células T e devolvia os outros componentes do sangue. As células T foram expostas ao vetor, que as transformou geneticamente, e depois foram congeladas. Enquanto isso, os pacientes recebiam quimioterapia para eliminar as células T restantes, porque as células T nativas poderiam impedir o crescimento das modificadas. Finalmente, as células T foram difundidas de volta nos pacientes.

O tratamento eliminou todas as células B dos pacientes, tanto saudáveis como leucêmicas, e continuará a fazê-lo enquanto as novas células T persistirem no corpo, o que poderá ser para sempre (e deveria ser, para manter a leucemia afastada). A falta de células B significa que os pacientes podem ficar vulneráveis a infecção e precisar de infusões periódicas de uma substância chamada imunoglobulina intravenosa para protegê-los.

Até agora, a falta de células B não causou problemas para Ludwig. Ele recebe as infusões a intervalos de alguns meses. Ele já as recebia antes do tratamento experimental, porque a leucemia já tinha matado suas células B saudáveis.

Uma coisa que não está clara é por que o Paciente 1 e o Paciente 3 tiveram remissões totais, e o Paciente 2 não. Os pesquisadores disseram que quando o Paciente 2 desenvolveu calafrios e febre ele foi tratado com esteroides em outro hospital, e as drogas podem ter interrompido a atividade das células T. Mas eles não podem ter certeza. Também pode ser que sua doença fosse grave demais.

Os pesquisadores escreveram todo um artigo científico sobre o Paciente 3, que foi publicado no "The New England Journal of Medicine". Assim como os outros pacientes, ele teve febre e se sentiu mal, mas a reação demorou mais para começar e ele também desenvolveu problemas de rins e fígado - um sinal de síndrome de lise tumoral, uma condição que ocorre quando grande número de células cancerosas morrem e eliminam seu conteúdo, o que pode entupir os rins. Ele recebeu medicamentos para evitar danos aos rins e teve uma remissão total.

O que o artigo na revista não mencionou foi que o Paciente 3 quase não foi tratado.
Por causa de sua doença e alguns problemas de produção, segundo os pesquisadores, eles não puderam produzir para ele uma quantidade de células T modificadas semelhante à dos outros dois pacientes - apenas 14 milhões ("uma dose de camundongo", disse Porter), contra 1 bilhão para Ludwig e 580 milhões para o Paciente 2. Depois de debater, eles decidiram tratá-lo de qualquer maneira.

O Paciente 3 não quis ser entrevistado, mas escreveu de forma anônima sobre sua experiência para o site da Universidade da Pensilvânia. Ele disse que, quando desenvolveu calafrios e febre, "eu tinha certeza de que havia uma guerra - eu era curado enquanto as células LLC estavam morrendo". Ele escreveu que era um cientista, e que quando jovem tinha sonhado em um dia fazer uma descoberta que beneficiasse a humanidade. Mas, ele concluiu, "nunca imaginei que eu faria parte do experimento". Quando Porter disse ao Paciente 3 que estava em remissão, ambos ficaram com lágrimas nos olhos.

Riscos para os pacientes

Embora promissoras, as novas técnicas desenvolvidas pelos pesquisadores da Universidade da Pensilvânia não deixam de ter riscos para os pacientes. As células T modificadas atacaram tecido saudável de pacientes em outros centros. Essa reação matou uma mulher de 39 anos com câncer de cólon avançado em um estudo no Instituto Nacional do Câncer, relataram pesquisadores da entidade no ano passado na revista "Molecular Therapy".

Ela desenvolveu problemas respiratórios graves 15 minutos depois de receber as células T, teve de ser colocada em um respirador artificial e morreu alguns dias depois. Aparentemente, uma proteína alvo nas células de câncer também estava presente em seus pulmões, e as células T se instalaram nela.

Pesquisadores do Centro do Câncer Sloan Kettering em Nova York também relataram uma morte no ano passado em um teste com célula T para leucemia (também publicado em "Molecular Therapy"). Uma autópsia descobriu que o paciente aparentemente morreu de septicemia, e não das células T, mas como ele morreu apenas quatro dias depois da infusão pesquisadores disseram que consideravam o tratamento um possível fator.

June disse que sua equipe espera usar as células T contra tumores sólidos, incluindo alguns que são muito difíceis de tratar, como mesotelioma e câncer pancreático e ovariano. Mas possíveis reações adversas são uma preocupação real, ele disse, notando que uma das proteínas alvo nas células de tumor também é encontrada nas membranas que revestem o peito e o abdômen. Os ataques de células T podem causar inflamação grave nessas membranas e imitar o lúpus, uma grave doença autoimune.

Mesmo que as células T não atinjam alvos inocentes, ainda há riscos. As proteínas que elas liberam podem causar uma "tempestade de citoquinas" - febre alta, inchaço, inflamação e pressão sanguínea perigosamente baixa - o que pode ser fatal. Ou, se o tratamento matar rapidamente bilhões de células cancerosas, os detritos podem danificar os rins e causar outros problemas.

Mesmo que o novo tratamento com células T se mostre eficaz, a indústria de medicamentos precisará produzi-los em massa. Mas June disse que a pesquisa está sendo feita apenas em universidades e não nessas companhias. Para que a indústria farmacêutica se interesse, ele disse, será necessário haver provas avassaladoras de que o tratamento é muito melhor que os já existentes.

"Aí acho que elas entrarão no jogo", ele disse. "Meu desafio hoje é fazer isto em um conjunto maior de pacientes com randomização, e mostrar que temos os mesmos efeitos."

Ludwig disse que quando entrou no teste não tinha opções. De fato, June disse que Ludwig estava "quase morto" de leucemia, e o esforço para tratá-lo foi uma "Ave Maria".
Ludwig disse: "Eu não me lembro de ninguém dizer que haveria uma remissão. Não acho que eles sonhavam tão alto".

O teste foi um estudo de Fase 1, o que significa que seu principal objetivo era descobrir se o tratamento era seguro e em que dose. É claro que médicos e pacientes sempre esperam que haja algum benefício, mas esse não era um objetivo oficial.

Quando os médicos abordaram Ludwig, ele pensou que se o teste pudesse lhe dar mais seis meses ou um ano de vida valeria a pena. Mas mesmo que o teste não o ajudasse ele achava que ainda seria válido se pudesse ajudar o estudo.

Quando as febres começaram, ele não tinha idéia de que poderia ser uma coisa positiva. Pensou que o tratamento não estivesse funcionando. Mas algumas semanas depois ele disse que sua oncologista, a doutora Alison Loren, lhe disse: "Não encontramos qualquer câncer em sua medula óssea".

Lembrando desse momento, Ludwig fez uma pausa e disse: "Fico arrepiado só de lhe dizer essas palavras". "Sinto-me maravilhoso", disse ele em uma entrevista recente. "Caminhei 18 buracos no campo de golfe esta manhã." Antes do estudo ele estava fraco, sofreu diversas crises de pneumonia e estava definhando. Hoje ele está cheio de energia e ganhou 20 quilos. Ele e sua mulher compraram um trailer no qual viajam com seu neto e sobrinho.
"Sinto-me normal, como dez anos antes de ser diagnosticado", disse Ludwig. "Esse teste clínico salvou minha vida."

Loren disse em uma entrevista: "Detesto dizer isso de maneira tão dramática, mas acho que salvou a vida dele". Ludwig contou que Loren disse a ele e sua mulher algo que considerou profundo. "Ela disse: Não sabemos quanto tempo vai durar. Aproveite cada dia. É o que eu tenho feito desde então."

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