sexta-feira, 23 de setembro de 2011

ARTIGO: CONHECENDO SOBRE O CHÁ VERDE

ARTIGO: CONHECENDO SOBRE O CHÁ VERDE

Por Enfª Patrícia Trasmontano
Fontes: Nestlé, Equipe SOS Feminino, Revista Boa Forma, nov 2006.


OBS: Vale apena conhecer sobre o assunto, mais não passe a tomar o chá antes de consultar um médico habilitado para isso e um nutricionista. Pois como todo produto com propriedades farmacológicas, possui indicações, posologia, contra-indicações, reações adversas e efeitos colaterais específicos. Para informá-lo(a) sobre este tema, este artigo passou por algumas alterações, a fim de assegurar o consumo consciente e responsável.

Introdução

Uma bebida milenar que tem como um dos benefícios "emagrecer". Foi comprovado científicamente, conforme uma pesquisa publicada no American Journal of Clinical Nutrition, conceituada revista da Sociedade Americana de Nutrição, que acompanhou dois grupos de pessoas acima do peso. Os dois seguiram um cardápio de baixa caloria. Mas só o primeiro bebeu de seis a oito xícaras de chá verde por dia. No final do estudo, esses pacientes queimaram 4% a mais de gordura em comparação  ao grupo que não consumiu o chá.

A explicação é que a bebida tem ação lipolítica, acelera o metabolismo, desintoxica e facilita a digestão,  conforme cita a nutricionista Vanderlí Marchiori, especializada em fitoterapia e colaboradora da Associação Paulista de Nutrição.

Para haver resultados, é necessário associar o consumo de chá-verde com hábitos alimentares saudáveis e atividades físicas. Por isso, a necessidade de um acompanhamento de profissionais habilitados.


Hístória

Historiadores e botânicos pensam que o chá verde teve origem no continente asiático.
Segundo a antiga lenda chinesa, o chá foi descoberto pelo imperador chinês Shen Nung, em 2737 AC, quando as folhas de um arbusto selvagem caíram acidentalmente num pote com água a ferver. A primeira alusão a chá surge num contrato de escravos conhecido como “Tan Yuch”, escrito por Wang Pao, em 59 AC.

No século XVI os comerciantes da Europa transportaram do extremo oriente estas folhas para a Europa. No século XVIII o chá tinha-se tornado uma bebida estimada entre o povo Inglês. Atravessou o atlântico através de colonos americanos.

No último século as inovações sobre o chá têm sido inúmeras. Em 1904, um comerciante de Nova York enviou aos seus clientes amostras de chá em sacos de seda, tornando-se este utensílio essencial no comércio do chá. Em 1948, surge o chá instantâneo.

Atualmente, a Índia é o principal produtor de chá. Em todo o mundo, são produzidas anualmente mais de 2,5 milhões de toneladas, distribuídos pela Índia, China, Sri Lanka, Kenia, Indonésia, Turquia, Japão, Irão e Bangladesh.

A infusão de flores e ervas de chá – tisanas – é feita a partir de folhas da espécie Camellia sinensis. Esta planta pode atingir a altura de 30 pés em estado selvagem mas em plantações de chá, a planta é mantida como um arbusto podado regularmente de modo a não ultrapassar os 3 pés de altura para promover o crescimento de novas sementes.

A planta do chá desenvolve-se em climas quentes. Os melhores chás são produzidos pelas plantas cultivadas em locais de elevada altitude onde as folhas amadurecem mais lentamente e o sabor se torna mais intenso.

Dependendo da altitude, uma planta pode demorar de dois anos e meio a cinco até estar pronta para colheita e, uma vez desenvolvida, pode fornecer folhas durante um século.
Camellia sinensis produz folhagem abundante mas apenas as pequenas e jovens são colhidas para produzir chá. A colheita é efetuada à mão, podendo atingir 40 kg por dia, o suficiente para produzir 10 kg de chá.

Consoante as condições de desenvolvimento (altitude, clima, solo) da Camellia sinensis podem resultar folhas distintas. Porém, a forma como as folhas são processadas é ainda mais importante para desenvolver as características de cada tipo de chá: verde, preto e oolong. O chá verde é o menos processado, as folhas são colocadas a vapor durante breves momentos, tornando-se macias e maleáveis, prevenindo a fermentação e alterações da cor. Após exposição ao calor, as folhas são enroladas e espalhadas até se apresentarem estaladiças. No final, resultam folhas verdes, com sabor ligeiramente adstringente semelhante ao da folha fresca.

O fato de o chá verde ser o menos processado disponibiliza todo o seu potencial nutricional, especialmente o teor em polifenóis, que são potentes antioxidantes.

Informação Nutricional

O chá verde não só capta o sabor, aroma e coloração primaveril como também proporciona uma deliciosa fragrância juntamente com uma maior concentração de fitonutrimentos benéficos para a saúde. É particularmente rico em flavonóides (representa cerca de 30% do peso seco da folha), incluindo catecinas e derivados. A catecina mais abundante é epigalocatecina-3-galato (EGCG) cujo efeito se relaciona com uma acção anticarcinogénica devido ao seu forte poder antioxidante.

Uma saqueta de chá verde apesar de não conter valor energético apresenta vitaminas e minerais na sua cmposição. Paralelamente às catecinas, o chá verde é rico em vitamina C como potente antioxidante. Apresenta ainda cerca de 0,06 mg de cafeína, 80-100 mg de polifenóis e 20-30 mg de EGCG, por 100g.

Composição Nutricional de 100g de porção edível (Infusão de chá-verde):

- Energia (kcal): 0
- Água (g): 99,7
- Proteína (g): 0,1
- Lipídeos (g): 0
- Hidratos de Carbono (g): 0
- Fibra (g): 0
- Vitamina B3 (mg): 0,1
- Vitamina C (mg): 3,0
- Magnésio (mg): 1,0
- Zinco (mg): 0,1

OBS:
mg = miligramas.
Porção Edível = diz respeito ao peso do alimento que é consumido depois de rejeitados todos os desperdícios. Fonte: Porto A, Oliveira L. Tabela da Composição de Alimentos. Lisboa: Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge. 2006.

Outros "poderes"

Emagrecer é apenas uma das vantagens do chá verde. Estudos feitos em  centros de pesquisa dos Estados Unidos e da Europa mostraram que também faz bem para a pele. Extraído da planta Camellia sinensis, tem altas concentrações de antioxidantes, considerados até mais potentes que os carotenos e as vitaminas C e E, substâncias que atuam contra as rugas precoces.

Outra pesquisa, desta vez realizada na Universidade de Tohoku, no Japão, e publicada  no The Journal of the American Medical Association (Jama), mostrou que a erva é eficaz na prevenção de doenças do coração. Seus compostos reforçam as artérias, diminuem as taxas de colesterol ruim e bloqueiam o acúmulo de gordura na parede dos vasos sanguíneos. O consumo habitual também previne inflamações na gengiva e até tumores malignos de boca e mama. “Substâncias como as catequinas e os bioflavonóides são capazes de impedir alterações no DNA das células, o primeiro passo para o desenvolvimento de um câncer”, diz Vanderlí.

Um teste de laboratório apontou mais um efeito positivo do chá verde: melhora a memória.

OBS: É necessário haver mais pesquisas para comprovação destes efeitos.

*** Mais Informações:

A evidência revela vários benefícios para a saúde associados à ingestão regular de chá verde. Estudos mostram que estes benefícios são atingidos com a ingestão de 3 chávenas por dia (que fornece cerca de 240-320 mg de polifenóis). Os quatro polifenóis mais abundantes no chá são EGCG, epigalocatecina, epicatecina galato e epicatecina. O chá verde contém entre 30-40% de polifenóis extraíveis da água. Só uma chávena de chá fornece 20-35 mg de EGCG, que é o antioxidante mais potente de todas as catecinas do chá verde.

Os consumidores frequentes de chá verde apresentam um risco menor de desenvolvimento de várias patologias, tais como infecções bacterianas ou víricas, patologias degenerativas crónicas como doença cardiovascular, cancro, doença periodontal e osteoporose. Além disso, o chá verde é essencial para a manutenção da hidratação corporal.

As catecinas inibem as enzimas envolvidas na produção de radicais livres no revestimento endotelial, prevenindo o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Adicionalmente, diminuiem o risco de aterosclerose devido à redução plasmática de colesterol LDL, triglicerídios, peróxidos e fibrinogénio, melhorando a razão colesterol LDL/colesterol HDL. Devido a estes efeitos ajudam a evitar a formação de coágulos sanguíneos, impedindo a formação de compostos pró-inflamatórios. A ingestão de chá verde auxilia também na prevenção da hipertensão arterial.

As catecinas estão relacionadas com prevenção de vários tipos de cancro pois promovem a apoptose de células cancerígenas e inibem a angiogénese, diminuindo a propagação das células cancerígenas pelo organismo. O chá verde também tem impacto genético, uma vez que inibe a expressão em células cancerígenas que estão envolvidas no crescimento celular. O efeito anticarcinogénico deve-se à capacidade de inibir a superprodução de uma enzima – ciclooxigenase – que está envolvida no desenvolvimento de doenças como o cancro e artrite. Reduz ainda os cálculos biliares e melhora a sensibilidade à insulina em doentes diabéticos.

A ingestão de chá verde está relacionada também com a perda de massa gorda na zona visceral, que se associa a um risco aumentado de síndrome metabólica e diabetes mellitus tipo 2. Este efeito deve-se à acção das catecinas, cafeína e L-teanina. Estudos indicam que a ingestão de chá verde protege contra doenças degenerativas como doença de Alzheimer e Parkinson.

O chá verde contém cafeína (cerca de metade da encontrada no café). O seu teor varia consoante a quantidade de chá por chávena, duração do tempo de infusão, ingestão do chá da primeira ou segunda infusão. Cerca de 80% da cafeína é extraída na primeira infusão, por esta razão, ao passar a mesma erva por duas águas, rejeitando a primeira, vai diminuir o teor de cafeína mantendo as características organolépticas. Contudo, as catecinas e L-teanina reduzem o impacto da cafeína.

OBS: Devido ao elevado teor em taninas, o chá verde diminui a absorção de ferro.

O jeito certo de fazer

É muito fácil preparar o chá verde, mas há alguns segredinhos importantes para você preservar os princípios ativos da erva. Vamos lá: Coloque a água para ferver e assim que surgirem as primeiras bolhas de ar (antes de começar para valer o processo de ebulição), apague o fogo. Acrescente a erva (o ideal são 2 colheres de sopa para 1 litro de água, mas comece com apenas 1 colher, pelo menos até você se acostumar com o sabor do chá) e abafe por 2 ou 3 minutos. Depois é só coar e tomar.

OBS: A dose pode variar de pessoa para pessoa. Procure orientação profissional.

Gostinho bom

O chá tem característica amarga. Para deixá-lo mais gostoso, pode combiná-lo com cidreira, hortelã, erva-doce, casca de frutas (abacaxi ou manga) ou maçã seca, sem interferir nos efeitos terapêuticos da Camellia sinensis. Faça assim: ferva 1 litro de água com 1 pedaço médio de casca de abacaxi ou 1 punhado de folhas de cidreira, por exemplo. Desligue o fogo e acrescente o chá verde. Abafe por 2 ou 3 minutos e coe.

Especialistas respondem às principais dúvidas sobre o uso do chá verde:

Quantas xícaras de chá devo beber por dia para emagrecer?

De cinco a seis xícaras. Segundo o clínico geral e fitoterapeuta Miguel Mussi, do Centro de Terapias Integradas, no Rio de Janeiro, o consumo do chá verde é milenar e não há notícias de efeitos colaterais, a não ser em quem tem sensibilidade à cafeína presente na composição. Ainda assim, busque saber qual é a quantidade necessária para o seu organismo.

Qual a temperatura e o horário ideais para se beber o chá?

Em jejum, o ideal é tomar o chá morno – cai melhor no estômago vazio. Nos demais horários (lanches da manhã e tarde, meia hora antes ou duas depois das refeições principais), tome-o na temperatura que você preferir – quente, frio ou gelado –, desde que tenha sido feito da maneira adequada. E se você tiver insônia, tome a última xícara no máximo até as 17 horas.

Posso adoçar o chá verde?

Sim, mas use uma quantidade pequena de mel (uma colher de chá) ou de estévia. Açúcar e adoçantes químicos prejudicam o poder do chá de desintoxicar o organismo, dificultando a perda de peso.

O chá de saquinho funciona?

“Geralmente, o chá de saquinho traz várias partes da planta, como folhas e talos. Isso diminui a concentração dos princípios ativos da erva e o efeito acaba sendo apenas aromático”, diz Vanderlí.

Posso tomar cápsula no lugar do chá?

Ao contrário do saquinho, a cápsula costuma ter uma dose altíssima do princípio ativo, o que pode interferir na qualidade do sono e na pressão arterial. Portanto, só deve ser usada se houver a indicação de um profissional competente (endrocrinologista, homeopata, fitoterapeuta ou nutricionista).

O chá preto e o banchá têm o mesmo efeito do chá verde?

Todos os três são extraídos da mesma planta, a Camellia sinensis. A diferença é que o chá preto e o banchá passam por processos diferentes de torrefação e fermentação que reduzem os benefícios da erva, especialmente no caso do chá preto. O banchá oferece benefícios mais próximos ao do chá verde e tem o sabor mais suave.

Dá para fazer o chá horas antes de consumí-lo?

O ideal é beber o chá logo após ficar pronto, antes que o oxigênio do ar destrua parte dos componentes ativos. “Mas a bebida preserva substâncias importantes para o corpo até 24 horas após o preparo. Depois disso, as perdas são consideráveis”, explica Vanderlí. Então, para facilitar a dieta, prepare de uma só vez a quantidade de chá necessária para um dia, e coloque-o numa garrafa térmica ou jarra de vidro ou inox (evite recipientes de plástico ou alumínio) dentro da geladeira.

Existe algum segredo para armazenar a erva?

Em local seco, fechado e ao abrigo da luz.

Tem alguma contra-indicação?


Sim. Grávidas, pessoas hipertensas ou com gastrite. Se estiver usando algum medicamento também é aconselhável perguntar ao seu médico se você pode consumir o chá verde.

Busque mais orientações e informações.
Afinal, devemos gerar saúde!

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