(Vitor Abdala - Repórter da
Agência Brasil,15/03/2013)
Rio de Janeiro – O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) vai começar a produzir, daqui a três anos, o medicamento dicloridrato de pramipexol, usado no tratamento do mal de Parkinson. O remédio, distribuído gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), precisa atualmente ser importado do laboratório alemão Boehringer Ingelheim, pelo Brasil.
A produção do medicamento no
país será possível por meio de uma parceria de Farmanguinhos com a empresa da
Alemanha, que transferirá tecnologia para o laboratório público brasileiro. A
parceria ainda vai contar com o auxílio de um laboratório privado do Brasil,
que será responsável por produzir o insumo ativo, ou seja, a matéria-prima do
remédio.
Farmanguinhos ficará
responsável pela transformação do princípio ativo em comprimidos.
Daqui a três
anos, o Brasil produzirá metade da demanda do medicamento. Em 2018,
Farmanguinhos e o laboratório privado poderão atender integralmente a demanda
do SUS, não sendo mais necessário importar o remédio.
Segundo o diretor de
Farmanguinhos, Hayne Felipe da Silva, em cinco anos, a parceria permitirá uma
economia de R$ 90 milhões ao SUS. “No futuro, com a redução do custo, o
Ministério [da Saúde] poderá ampliar o acesso [da população a medicamentos],
aumentando a oferta desse próprio medicamento ou utilizando o recurso
economizado para incluir novos medicamentos na lista e ofertá-los à população”,
disse.
De acordo com Farmanguinhos,
cerca de 20 mil pacientes são tratados com o dicloridrato de pramipexol, mas
estima-se que 200 mil pessoas sofram de Parkinson no país. “Hoje há uma oferta
por meio das secretarias estaduais. Provavelmente, pela limitação de recursos
dos estados, devemos ter uma demanda não atendida nesse momento. Na medida em
que isso se torna um produto mais barato e mais econômico, pode-se ampliar a
oferta para os que não estão sendo atendidos hoje.”
Além da economia, a
produção nacional do medicamento também é importante, segundo Hayne, para
fortalecer a indústria farmacêutica nacional, que hoje importa 80% dos insumos
ativos usados em seus medicamentos, e reduzir a dependência do Brasil em
relação à importação desses produtos.
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