sexta-feira, 25 de março de 2011

NOTÍCIA: COLESTEROL E ARTRITE ALVOS DO PROGRAMA DE REMÉDIOS GRATUITOS


e varejo. "Nenhum dos remédios para diabetes e hipertensão é de alto custo e sãoindústria farmacêutica brasileira mostram queindústria farmacêutica

muito consumidos. Se o próximo for um medicamento para colesterol alto,
estamos falando de um tipo muito vendido, que não é muito caro e tem uma
escala de mercado enorme", complementa Perillo.
Dados sobre o faturamento da
diferentes remédios para colesterol elevado, artrite, problemas de tireoide e
antibióticos são campeões de venda. Figuram entre os 50 mais vendidos em
termos unitários e de faturamento. Também estão nessa lista, drogas para
hipertensão e diabetes, que começaram a ser oferecidas gratuitamente no
Farmácia Popular.
Para Antonio Britto, presidente-executivo da Associação da Indústria Farmacêutica
de Pesquisa (Interfarma), a expansão do programa pode ser ilimitada. "O governo
precisa primeiro definir o tamanho do seu bolso. Em 30 dias, o aumento da
demanda por esses medicamentos e por todos os outros disponíveis na rede
conveniada só demonstrou que vai haver pressão social e política para uma
expansão. E o custo dessa equação é ilimitado, dependendo da quantidade de
novos medicamentos gratuitos inclusos em uma nova lista", diz. "O custo vai
aumentar porque o acesso da população vai aumentar. Não sei como o governo
vai fazer, se [o recurso] vai vir de uma reprogramação [orçamentária] do
ministério ou de uma nova fonte."
O orçamento do Farmácia Popular, que oferece mais de 20 tipos de drogas com
90% de subsídio por parte do governo federal, foi fechado em R$ 470 milhões
para 2011. A fatia que cabe aos 12 medicamentos gratuitos contra diabetes e
hipertensão consome cerca de 60% do total. Num acordo com o governo, a
indústria aceitou reduzir a margem de faturamento em 10% para que os dois
medicamentos fossem ofertados sem custos extra ao poder público.
"A consequência disso é que a demanda está bombando. Indústria e governo
estão num jogo de ganha-ganha. No primeiro mês foram 700 mil novos
consumidores de remédios para diabetes e hipertensão", afirma Britto.
Carlos Gadelha, do Ministério da Saúde, reconhece que a discussão é prioritária
para a Presidência da República e está sendo acompanhada de perto pela equipe
econômica do governo. Ele explica que o comitê técnico está avaliando as
tendências de mercado e vai discutir a redução de margens de faturamento da
indústria e preparar estudos sobre uma reprogramação orçamentária do ministério
para atender às necessidades de "uma eventual" expansão da lista de
medicamentos gratuitos. O grupo, formado por governo,
e varejo, também avalia a operacionalidade do Farmácia Popular e monitora a
ocorrência de problemas.


Valor Econômico, 23-03-2011
Luciano Máximo e Daniel Wainstein


Antônio Britto, da Interfarma: "(O Farmácia Popular) Está bombando: indústria e
governo estão num jogo de ganha-ganha"Depois de uma avaliação consensual do
governo e de empresários de que o primeiro mês de distribuição gratuita de
remédios para diabetes e hipertensão foi um sucesso absoluto, o Valor apurou que
medicamentos para combater colesterol alto, problemas de tireoide, artrites e
doenças infecciosas são candidatos para figurar na próxima lista de gratuidade do
programa federal Aqui tem Farmácia Popular.
Essas drogas estão entre as mais vendidas do país e as maiores geradoras de
receitas à indústria farmacêutica, fator decisivo para garantir um acordo rápido
entre governo e setor privado para ampliar a distribuição gratuita. "Em 15, 20 dias
dá para resolver. Para hipertensão e diabetes, fechamos em exatos 32 dias. É o
que chamamos de velocidade Dilma", relata um empresário da área de saúde.
Governo, indústria e varejo já fazem as contas para dar continuidade à primeira
grande ação na área de saúde da presidente Dilma Rousseff. A maior preocupação
é saber de onde o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, vai tirar o dinheiro para
bancar a expansão. Este será um dos assuntos do comitê de acompanhamento
técnico do Farmácia Popular, que se reúne hoje em Brasília.
"O que a gente espera, e é desejável, é que haja uma expansão do programa.
Com ampliação do acesso, teremos que rever o próprio orçamento do programa
para permitir isso. As análises serão subsidiadas pelo comitê, com decisão do
Ministério da Saúde em negociação com a Presidência e o Ministério do
Planejamento", conta Carlos Gadelha, secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos
Estratégicos do Ministério da Saúde.
Apesar de considerar certa a expansão da gratuidade do Farmácia Popular, o
governo é cauteloso. Prefere não divulgar quais serão os próximos remédios
distribuídos sem custos aos consumidores e quando a medida será colocada em
prática. O ministro Padilha e seu secretário negaram qualquer definição. "Vamos
esperar maio para ter uma série de três meses fechada e fazer um balanço técnico
e político completo do programa, para ver o ajuste orçamentário que
eventualmente será necessário ou analisar novas propostas de gratuidade",
pondera Gadelha.
O Valor apurou, no entanto, que as drogas mais cotadas para entrar no pacote
gratuito do Farmácia Popular seriam aquelas para combater doenças relacionadas
a colesterol alto, artropatia (artrite e artrose), problemas de tireoide e até
antibióticos contra doenças infecciosas (antibióticos). "É natural que o próximo
passo deverá ser o tratamento de patologias de natureza lipídicas, um esforço de
baixar o colesterol de milhões de brasileiros", opina Eduardo Perillo, da consultoria
Perillo Solutions e professor de economia da saúde da Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo (PUC-SP).
Segundo ele, a estratégia iria de encontro à proposta do programa, de atacar as
doenças responsáveis pelo maior número de mortes e de internações no Sistema
Único de Saúde (SUS). Estudo da Sociedade Brasileira de Cardiologia estima que
20% da população adulta no Brasil tem colesterol alto. Os problemas de artrite e
artrose afetam mais de 15 milhões de pessoas.
Além disso, continua Perillo, os medicamentos com potencial para entrar no pacote
gratuito do Farmácia Popular "têm um enorme mercado", representando parcela
relevante das vendas do setor. Isso facilitaria um acordo entre governo, indústria

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