Brasil
desenvolve ferramenta para mapear incidência de osteoporose
Pesquisa revela que
metade das mulheres da Grande SP tem ou terá a doença. Com software criado a
partir de programa do SUS, próximo passo é desenvolver políticas de prevenção e
tratamento.
(Por: Rede Brasil Atual,
02/09/2012.)
Rio de Janeiro
– Uma pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de
Diagnóstico por Imagem (Fidi) em parceria com uma equipe de médicos do setor de
reumatologia da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São
Paulo (Unifesp/EPM) revela que metade das mulheres da Grande São Paulo tem ou
corre o risco de desenvolver osteoporose. O resultado da pesquisa se baseou nos
dados obtidos em oito mil exames de densitometria óssea realizados ao longo de
três anos na região metropolitana da cidade. Do total de mulheres analisadas,
30% já tinham osteoporose e 20% apresentavam estado de osteopenia, a um passo
de adquirir a doença.
Um software
desenvolvido a partir do estudo – o São
Paulo Osteoporisis Risk Index (Sapori) – revela que os principais fatores de risco para o surgimento da doença nas mulheres
paulistanas são o baixo peso, a idade avançada, a cor, o histórico familiar de
fratura de fêmur, o tabagismo, o alcoolismo e o uso crônico de cortisona.
Software matemático, o Sapori tem um programa que recolhe informações de
mulheres nos estágios de pré, peri e pós-menopausa e depois calcula,
automaticamente, qual delas têm maior predisposição a desenvolver doenças
relacionadas à baixa densidade óssea.
“O Sapori coleta informações como idade
avançada, baixo peso, cor da pele, altura, hábitos alimentares, doenças
associadas, ingestão de medicamentos, tabagismo e consumo de bebidas
alcoólicas. Para cada um desses fatores clínicos de risco é atribuído um peso
de relevância, baseado em nossa população de mulheres. A partir desses dados, o
sistema calcula um escore final que, ao
ser interpretado pelos médicos, indica
se a pessoa pertence ou não a um grupo de risco e se tem indicação de realizar
o exame de densitometria óssea”, explica a reumatologista Vera Szejnfeld,
coordenadora da densitometria óssea da Fidi.
A pesquisa desenvolvida
pela Fidi e pela Unifesp/EPM venceu, na categoria Especialização e Residência
Médica, o Prêmio Ciência e Tecnologia, organizado anualmente pelo Sistema Único
de Saúde (SUS) em parceria com os ministérios da Saúde, da Educação e da
Ciência, Tecnologia e Inovação. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil era o
único entre os países com maior índice de desenvolvimento social e econômico da
América Latina que ainda não contava com uma ferramenta capaz de identificar
com precisão pessoas com maior risco de apresentar osteoporose e osteopenia.
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