Crescimento
do mercado de saúde complementar não é acompanhado pela melhoria da prestação
dos serviços
Alana Gandra, Repórter
da Agência Brasil - 30/08/2012
Rio de Janeiro - O
crescimento do mercado brasileiro de saúde suplementar, que pretende repetir
este ano, segundo José Cechin, diretor executivo da Federação Nacional de Saúde
Suplementar (FenaSaúde), o
mesmo resultado de aumento da receita no ano passado, em comparação a 2010 - da
ordem de 11,5%, quando alcançou R$ 84,1 bilhões -, não é acompanhado de
melhorias na qualidade da prestação dos serviços.
De acordo com a
consultora na área de saúde da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor
(ProTeste), Polyanna Carlos Silva, a grande dificuldade apresentada à ProTeste
pelos consumidores brasileiros, cuja renda vem melhorando nos últimos anos e
que, por essa razão, cada vez mais procuram contratar um plano de saúde, é “no
acesso a uma rede adequada para atender a essa quantidade de novos
beneficiários”.
Segundo ela, a entidade
vem cobrando da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) medidas para
resolver o problema, que inclui o descredenciamento de médicos durante o
tratamento em hospitais e clínicas e dificuldade no agendamento de consultas,
com prazos muito demorados. “Com certeza, isso acaba inviabilizando o acesso a
um tratamento digno”, disse. “Porque a gente sabe que o tempo é tão importante
como o tratamento em si”, completou.
Polyanna lembrou que,
em dezembro do ano passado, entrou em vigor uma resolução da ANS estabelecendo
limites máximos de prazo para cada procedimento, com objetivo de resolver a
questão. Em função da medida, segundo ela, hoje o consumidor pode cobrar que a operadora
autorize, ou libere, o procedimento, dentro daqueles prazos estabelecidos.
“A operadora que
descumprir, o consumidor deve denunciar aos órgãos de defesa do consumidor e,
também, à própria ANS, para que ela possa aplicar as penalidades contra essas
operadoras, para forçar que elas cresçam e invistam cada vez mais na rede
credenciada, de modo que ela fique mais adequada para atender a seus
consumidores”, destacou.
A demora de acesso para
atendimento, tanto no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), como nos
hospitais e clínicas conveniados dos planos de saúde, é uma reclamação
recorrente dos consumidores, disse Polyanna. “É uma situação que a gente vinha
enfrentando com o SUS e que não deve acontecer nem no SUS e, muito menos, nos
planos da saúde privada”.
Edição: Aécio Amado
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