Indústria
assina acordo para reduzir sódio em margarinas e outros alimentos
Por: Paula
Laboissière, da Agência Brasil, 28/08/2012.
Brasília – Acordo
assinado hoje (28) pelo Ministério da Saúde e pela Associação Brasileira das
Indústrias da Alimentação (Abia) estabelece metas nacionais de redução de sódio em temperos, caldos,
cereais matinais e margarinas vegetais até 2015. A estimativa é retirar do
mercado brasileiro de alimentos processados 8.788 toneladas desse mineral até
2020.
Essa é a terceira etapa
de um conjunto de acordos firmados desde 2011 e que já estabeleceram a redução de sódio nos seguintes alimentos:
macarrões instantâneos, pães de tipo
bisnaga, de forma e francês, mistura para bolos, salgadinhos de milho, batata
frita e palha, biscoitos e maionese. Somadas todas as etapas, a previsão é
que mais de 20 mil toneladas de sódio estejam fora das prateleiras até 2020.
Dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que o brasileiro consome
uma média de 12 gramas de sódio todos os dias. O valor é quase o dobro do recomendado pela Organização Mundial da
Saúde (OMS), de menos 5 gramas
por dia. Boa parte do consumo de sódio no país, de acordo com o
ministério, está associado ao uso de temperos prontos em residências e
restaurantes.
O ministro da Saúde,
Alexandre Padilha, lembrou que o acordo assinado hoje está inserido no Plano Nacional de Enfrentamento das Doenças
Crônicas Não Transmissíveis. “Você conquista a adesão voluntária da
indústria a partir de um modelo de monitoramento e garante para o cidadão a
opção de ter produtos mais saudáveis”, explicou.
Segundo ele, a própria
OMS tem até outubro para estabelecer ações de enfrentamento a doenças crônicas
como a hipertensão, provocada, entre outros fatores, pelo excesso de sódio na
alimentação. “Esse modelo [brasileiro] pode, inclusive, ser o modelo
recomendado pela OMS”, disse. “Esse é um modelo de adesão voluntária da
indústria e que pode surtir efeito mais imediato”, completou.
Para o presidente da
Abia, Edmundo Klotz, os acordos assinados já apresentam resultados
significativos. Os números, entretanto, só devem começar a ser quantificados a
partir de 2013, já que a indústria tem
dois anos para se adequar às novas metas. “Estamos falando de grande
quantidade de empresas. Não pode haver discordância”, ressaltou. “Com
paciência, temos conseguido”, concluiu.
A lista completa das
metas de redução para cada grupo de alimentos pode ser acessada no Portal
Saúde. Com relação à margarina vegetal, por exemplo, o acordo prevê redução de
19% ao ano na quantidade de sódio, até 2015. Já o mesmo mineral presente nos
cereais matinais deve ser reduzido 7,5% ao ano até 2013 e 15% ao ano até 2015.
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