Rede
de cientistas divulga descobertas sobre o DNA humano
Estudo mostra, por exemplo,
que apenas 20 mudanças genéticas podem estar por trás de 17 tipos de câncer
aparentemente não relacionados.
Por: Sharon Begley, da Reuters, 05/09/2012.
Nova York – Na maior
série de descobertas sobre o DNA humano desde a realização do projeto genoma
humano em 2003, 442 cientistas em laboratórios de três continentes divulgaram
hoje (5) um pacote de 30 estudos com descobertas.
As descobertas,
representando o que a revista Nature classificou de "guia para o
genoma humano", vão do mais genérico – o que é um gene?
– ao prático – que apenas 20 mudanças genéticas
podem estar por trás de 17 tipos de câncer aparentemente não relacionados,
dando às empresas um número exequível de metas para drogas.
Os estudos vêm de um projeto
de US$ 196 milhões chamado Enciclopédia dos Elementos do DNA, ou Encode, cujo
objetivo é dar sentido à babel produzida pelo projeto do genoma
humano – a sequência das 3,2 bilhões de "bases" químicas ou
"letras" que constituem o genoma humano.
"Nós compreendemos
apenas uma pequena porcentagem das letras do genoma", disse Eric Green,
diretor do Instituto Nacional de Pesquisa sobre o Genoma Humano, que pagou pela
maior parte do estudo.
Lista para o Homo Sapiens
O Encode foi lançado em 2003
para desenvolver uma "lista de peças" completa para o Homo Sapiens ao
identificar e apontar a localização de todas as partes do genoma que fazem
algo – "um mapa de referência de todos os elementos
funcionais no genoma humano", disse o geneticista Joseph Ecker, do
Instituto Salk para Estudos Biológicos, de La Jolla, na Califórnia.
Os elementos mais bem
conhecidos do genoma são os cerca de 21 mil genes que especificam quais
proteínas são feitas por uma célula. O gene de receptor de dopamina produz
receptores de dopamina em células do cérebro, por exemplo, e o gene da insulina
produz insulina no pâncreas.
Apenas cerca de 1% do
genoma, no entanto, codifica para proteínas e o desafio é descobrir a função
dos outros 99%, que durante anos foram chamados de "junk DNA" por não
codificar para proteínas.
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