O Estado de São Paulo, 25-04-2012
Cientistas
chineses clonaram uma ovelha geneticamente modificada contendo um tipo de
"gordura "boa" encontrada naturalmente em nozes, sementes,
peixes e verduras, que ajuda a reduzir o risco de ataques cardíacos e doenças
cardiovasculares.
""Peng
Peng", que possui o gene de gordura de um verme, pesava 5,74 kg quando
nasceu em 26 de março em um laboratório na região de Xinjiang, no extremo oeste
da China.
""Ela
está crescendo muito bem e é muito saudável, como uma ovelha normal",
disse à Reuters o cientista Du Yutao, do Instituto de Genômica de Pequim (BGI),
em Shenzhen, no sul da China.
Du e
seus colegas inseriram o gene ligado à produção de ácidos graxos polinsaturados
em uma célula de doador retirada da orelha de um carneiro Merino chinês.
A
célula foi então inserida em um óvulo não fertilizado e implantado no útero de
uma ovelha receptora.
"O
gene era originalmente da espécie C. elegans (verme) que aumenta os ácidos
graxos insaturados como já foi demonstrado (em estudos anteriores), o que é
muito bom para a saúde humana", disse Du.
A
China, cuja população representa 22 por cento do total do planeta, tem apenas 7
por cento da terra arável do mundo, por isso dedicou muitos recursos nos
últimos anos para aumentar a produção nacional de grãos, carne e outros
produtos alimentícios.
Mas há
preocupações sobre a segurança de alimentos geneticamente modificados e ainda
vai levar anos até que a carne de tais animais transgênicos encontre seu espaço
em mercados de alimentos chineses.
"O
governo chinês encoraja projetos de transgênicos, mas precisamos ter métodos e
resultados melhores para provar que plantas e animais transgênicos são
inofensivos e seguros para o consumo. Isso é crucial", disse Du.
Além do
BGI, outros colaboradores do projeto foram o Instituto de Genética e Biologia
do Desenvolvimento da Academia Chinesa de Ciências, e a Universidade Shihezi,
em Xinjiang.
Os
Estados Unidos são líderes mundiais na produção de grãos geneticamente
modificados. O FDA, órgão dos Estados Unidos para alimentação e medicamentos,
já aprovou a venda de alimentos provenientes de clones e seus descendentes,
afirmando que os produtos eram indistinguíveis dos de animais não-clonados.
O
salmão do Atlântico geneticamente modificado patenteado pela empresa de
biotecnologia norte-americana AquaBounty, que supostamente cresce a uma
velocidade duas vezes acima do normal, poderá ser aprovado pelas autoridades
reguladoras norte-americanas nos próximos meses.
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