(Por: Gilberto Costa, da Agência Brasil , 07/04/2012)
Brasília
– A crise econômica internacional e a consequente diminuição de gastos públicos
na saúde devem ser a principal preocupação da humanidade hoje (7), data que
marca a passagem do Dia Mundial da Saúde. A avaliação é do presidente do
Conselho Nacional de Saúde (CNS), Francisco Batista Júnior, em entrevista ao
programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.
“A
maior ameaça [à saúde no mundo] é o momento político. Em função de uma crise
estrutural, a saúde está cada vez mais ameaçada pela possibilidade de ser
transformada única e exclusivamente em mercadoria e não tratada como direito do
ser humano”, opinou Batista Júnior.
A crise
econômica diminui a oferta de emprego em outros países e restringe as fontes de
financiamento baseadas em descontos nos salários para custeio de seguridade
social. O presidente do CNS diz que se preocupa, especialmente, com a situação
dos países europeus que, em função de problemas de orçamento do Estado, estão
diminuindo o alcance das políticas de bem estar social.
Para
ele, o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS), em tempos de crise
internacional, é um trunfo brasileiro. “A reforma sanitária que levou ao SUS
foi pensada na lógica da saúde sendo um direito universal das pessoas; como
direito inalienável e inquestionável e não um bem a ser vendido do mercado”,
defendeu.
De
acordo com o especialista, o SUS “é o maior responsável pela melhoria da
qualidade de vida do Brasil”. Antes do sistema (previsto na Constituição de
1988), o país padecia com “diversas moléstias” e hoje tem uma “situação
sanitária de mais qualidade” e “com acesso a tecnologias de última geração”,
ressaltou.
O
presidente do CNS reconhece, no entanto, que o SUS não foi implementado
integralmente. “Está em desacordo com o que diz a legislação e a Constituição
Federal”, disse fazendo referência ao “subfinanciamento” e às “lacunas graves
na prevenção”.
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