PROTEC, 11-04-2012
Zich Moysés
Zich Moysés
O Ministério da Saúde
planeja oficializar em junho as margens de preferência a serem adotadas nas
licitações públicas para compra de materiais e equipamentos de saúde. O anúncio
foi feito por Zich Moysés, diretor da Secretaria de Ciência, Tecnologia e
Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, no 1º Congresso Nacional da
Inovação em Materiais e Equipamentos para Saúde (Cimes), nesta terça-feira
(10/04), em São Paulo. Ele antecipou os percentuais que o governo vai propor.
Para produtos com concorrência predatória (luvas, seringas, coils e outros),
serão até 25%. Aqueles que mantém integração produtiva mínima de 60% contarão
com a margem de 20%. Os itens apenas montados no Brasil terão margem de 5%,
pelo prazo de dois anos. A proposta passará por consulta pública.
Segundo Moysés, o
Governo agora vai priorizar o uso do poder de compra do Estado para o setor de
equipamentos para saúde, depois da experiência bem-sucedida na área de fármacos
e medicamentos. "Vamos usar nossos instrumentos de compra. O ministro da
Saúde já autorizou, portanto esta é a prioridade do plano estratégico",
declarou na primeira plenária do Cimes, que teve como tema "Fomento,
preços, compras e encomendas".
As diretrizes do
trabalho serão os investimentos nas Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo
(PDPs), as compensações tecnológicas, as margens de preferência e a cooperação
com o setor privado. Dentro do plano de usar as demandas do Sistema Único de
Saúde (SUS) para incentivar a indústria nacional, está prevista, por exemplo,
ampliação dos serviços de radioterapia, com a compra de aceleradores lineares.
O Governo pretende
também centralizar as compras para fomentar a fabricação de produtos de alto
valor agregado, conseguindo dessa forma também ampliar o acesso da população
aos serviços de saúde. Dar a oportunidade dessas empresas se qualificarem para
fazer produtos de alta tecnologia significa também aproveitar o mercado interno
e reduzir o déficit comercial. Hoje, 55% dos produtos que abastecem o Brasil
são importados, o que gera dependência externa.
"Quando o mercado
internacional está aquecido ou acontece uma crise, falta produto aqui. O Brasil
tem porte econômico, escala produtiva e segurança de investimentos para
sustentar até a exportação para seus vizinhos", defendeu Moysés.
"Queremos usar o poder de compra para todos os produtos da saúde que nos
interessa", enfatizou.
Buy brazilian
O presidente da
Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos,
Odontológicos, Hospitalares e de Laboratório (Abimo), Franco Pallamolla,
revelou que a entidade está trabalhando em um projeto de lei no estilo Buy
American Act, instituindo a preferência obrigatória da indústria nacional nas
compras públicas sempre que existir produção local.
Pallamolla defendeu que
as margens de preferência sejam usadas por todo o SUS, incluindo órgãos que têm
competências sobre as próprias compras, como o caso das Santas Casas. Ele
relatou outros problemas, como prefeituras que não têm profissionais para
ajudar no descritivo dos equipamentos para os editais de licitação.
Ele apontou ainda a
necessidade de envolvimento do Ministério da Educação (MEC), para evitar que os
hospitais escola sejam exclusivamente equipados com importados, como acontece
hoje.
Incentivos à inovação
Na plenária, Pedro
Palmeira, chefe do Departamento da Indústria da Saúde do BNDES, apresentou os
números do Profarma, que financiou R$ 232 milhões em equipamentos para saúde, o
correspondente a 13% do total liberado. De todo o desembolso do programa, apenas
8% dos recursos foram para inovação. Para Palmeira, os valores precisam ser
incrementados com mais procura da indústria. "Estamos ávidos para discutir
projetos viáveis de inovação", disse.
Na Financiadora de
Estudos e Projetos (Finep), entre 2004 e 2011, os desembolsos para o Complexo
Industrial da Saúde somaram R$ 1,8 bilhões para 997 projetos de financiamento.
O setor corresponde a cerca de 10% do orçamento da Finep nas linhas de
subvenção e crédito. O segmento de equipamentos e materiais de saúde recebeu R$
143 milhões para 129 projetos no período, sendo 63% do valor liberado pela subvenção
econômica, cujos editais acumulam atrasos consecutivos.
Questionada sobre o
fato, Eliane Bahruth, assessora da presidência da Finep, disse que o problema é
causado pelos recursos que devem obrigatoriamente constar no edital, com prazos
de até 60 dias. O que estranha na justificativa é que o tempo de recurso faz
parte do cronograma, portanto não deveria contar como atraso.
Mercado externo
Abordando o incentivo à
indústria brasileira por meio da promoção comercial, Rogério Bellini, diretor
da Apex Brasil, apresentou as frentes de ação da entidade, durante a plenária
"Exportar é Inovar". O Projeto Brasil Trade oferece suporte para
empresas que pretendem começar a exportar. No caminho inverso, o Projeto
Comprador aproxima os compradores internacionais dos fornecedores brasileiros.
A Apex oferece ainda
suporte em projetos setoriais - só com a Abimo são mais de 80 -, feiras
multissetoriais e missões comerciais, em parceria com o Ministério do
Desenvolvimento, promovendo rodadas de negócios e abrindo novos mercados para
as companhias nacionais.
O incentivo à produção, desenvolvimento e tecnologia em produtos e equipamentos médicos-hospitalares é de vital importância tanto para o mercado externo (exportações) quanto para o abastecimento internamente e o fortalecimento da indústria no mercado interno.
ResponderExcluirOlá Sandro!
ResponderExcluirConcordo com você. Creio que haverá muitos benefícios, entre eles, o avanço em pesquisas, possibilitando em descobertas; gerará renda e oportunidades em diversos setores; otimizará recursos diversos e os gastos, proporcionando o direcionamento para áreas que carecem de mais atenção...
Obrigada pelo comentário!
lembre-se:
Gere saúde!!!