(Revista Saúde, Ed. Abril. Por Adriana Toledo)
Suor, gordura, umidade, urina e células
mortas. Convenhamos que o assunto é embaraçoso e até escatológico. Mas não tem
jeito: "Tudo isso habita as reentrâncias femininas, e basta um descuido
para causar desde ardência, irritação e um constrangedor cheiro ruim até a
multiplicação de fungos e bactérias nocivos", alerta o ginecologista
Alexandre Pupo, do Hospital Sírio- Libanês, em São Paulo. Para evitar esse
pacote de encrencas, médicos da Federação Brasileira das Associações de
Ginecologia e Obstetrícia, a Febrasgo, revisaram 120 artigos científicos e
elaboraram o I Guia de Condutas sobre Higiene Íntima Feminina, destinado tanto
aos ginecologistas — que às vezes pecam por não orientar as pacientes — quanto
ao público leigo.
"A ideia é responder a dúvidas referentes à frequência, ao modo correto de fazer a limpeza, aos produtos de higiene adequados, além de condutas para situações específicas", descreve o ginecologista Nilson Roberto de Melo, presidente da Febrasgo. Seguir essas recomendações à risca é manter o sistema de defesa em ordem nessa região. "A vulva tem um pH ácido e é colonizada por lactobacilos, bactérias que formam uma barreira contra micro-organismos prejudiciais", descreve o ginecologista Paulo Giraldo, da Universidade Estadual de Campinas, no interior paulista. Não interferir demais nesse pH é, portanto, a primeira medida para prevenir não só coceiras e corrimentos mas também uma série de problemas.
"O excesso ou a falta de higiene e a utilização de produtos inapropriados alteram as defesas locais, favorecendo o ataque de germes como a clamídia, protagonista de infecções pélvicas que podem comprometer a fertilidade", alerta o ginecologista César Eduardo Fernandes, da Faculdade de Medicina do ABC, na Grande São Paulo. E, uma vez em contato com vírus ameaçadores, como o da hepatite, se o contra-ataque das células defensoras não estiver preparado, o risco de contrair essas doenças aumenta.
Atenção, mulheres! O fundamental é deixar qualquer constrangimento de lado. Pegue um espelho e, sem o menor receio, analise cada detalhe de sua região íntima. Esqueça a região interna da vagina — esqueça mesmo! Duchas e introdução de produtos não são aconselhadas, exceto sob prescrição médica. "O foco da limpeza deve se resumir ao monte púbico, à pele da vulva, à raiz das coxas, à região perianal — entre a vulva e o ânus — e ao interior dos grandes e dos pequenos lábios", ensina Paulo Giraldo.
"A ideia é responder a dúvidas referentes à frequência, ao modo correto de fazer a limpeza, aos produtos de higiene adequados, além de condutas para situações específicas", descreve o ginecologista Nilson Roberto de Melo, presidente da Febrasgo. Seguir essas recomendações à risca é manter o sistema de defesa em ordem nessa região. "A vulva tem um pH ácido e é colonizada por lactobacilos, bactérias que formam uma barreira contra micro-organismos prejudiciais", descreve o ginecologista Paulo Giraldo, da Universidade Estadual de Campinas, no interior paulista. Não interferir demais nesse pH é, portanto, a primeira medida para prevenir não só coceiras e corrimentos mas também uma série de problemas.
"O excesso ou a falta de higiene e a utilização de produtos inapropriados alteram as defesas locais, favorecendo o ataque de germes como a clamídia, protagonista de infecções pélvicas que podem comprometer a fertilidade", alerta o ginecologista César Eduardo Fernandes, da Faculdade de Medicina do ABC, na Grande São Paulo. E, uma vez em contato com vírus ameaçadores, como o da hepatite, se o contra-ataque das células defensoras não estiver preparado, o risco de contrair essas doenças aumenta.
Atenção, mulheres! O fundamental é deixar qualquer constrangimento de lado. Pegue um espelho e, sem o menor receio, analise cada detalhe de sua região íntima. Esqueça a região interna da vagina — esqueça mesmo! Duchas e introdução de produtos não são aconselhadas, exceto sob prescrição médica. "O foco da limpeza deve se resumir ao monte púbico, à pele da vulva, à raiz das coxas, à região perianal — entre a vulva e o ânus — e ao interior dos grandes e dos pequenos lábios", ensina Paulo Giraldo.
ANATOMIA EXTERNA FEMININA
A compra do produto
O sabonete mais apropriado é sempre aquele classificado como hipoalergênico na
embalagem. O termo indica que a fórmula foi desenvolvida com o intuito de
provocar menos alergias nessa área, que, diga-se, se ressente por qualquer
bobagem. Aliás, por isso mesmo, dê preferência aos sabonetes íntimos.
"Eles geralmente contêm ácido lático, um componente natural da pele, que
confere um pH ideal", justifica o dermatologista Mario César Pires, do
Hospital do Servidor Público do Estado de São Paulo.
Segundo Pires, os sabonetes alcalinos ou neutros não são indicados porque tornam as condições da região hostis à multiplicação dos lactobacilos que defendem a vulva. Os produtos em barra também não são uma boa opção. "Além de serem muito abrasivos, são normalmente compartilhados por toda a família, o que facilita a contaminação", afirma Paulo Giraldo.
A última dica é escolher sabonetes com detergência suave, que formem pouca espuma — eles afetam menos a barreira cutânea. Para mulheres que vivem na correria e não são alérgicas, os lenços umedecidos são uma alternativa para a higiene no meio do dia. Vale testá-lo antes, no antebraço, para observar eventuais reações. Se nada acontecer, está liberado.
A última etapa do ritual é geralmente a mais negligenciada — a hidratação. Muitas integrantes do time feminino nem fazem ideia de que devem apelar para ela se a pele dos genitais estiver muito ressecada, especialmente após a menopausa. "A dica é recorrer a fórmulas não oleosas, que devem ser aplicadas somente nas regiões de pele", explica Giraldo.
Segundo Pires, os sabonetes alcalinos ou neutros não são indicados porque tornam as condições da região hostis à multiplicação dos lactobacilos que defendem a vulva. Os produtos em barra também não são uma boa opção. "Além de serem muito abrasivos, são normalmente compartilhados por toda a família, o que facilita a contaminação", afirma Paulo Giraldo.
A última dica é escolher sabonetes com detergência suave, que formem pouca espuma — eles afetam menos a barreira cutânea. Para mulheres que vivem na correria e não são alérgicas, os lenços umedecidos são uma alternativa para a higiene no meio do dia. Vale testá-lo antes, no antebraço, para observar eventuais reações. Se nada acontecer, está liberado.
A última etapa do ritual é geralmente a mais negligenciada — a hidratação. Muitas integrantes do time feminino nem fazem ideia de que devem apelar para ela se a pele dos genitais estiver muito ressecada, especialmente após a menopausa. "A dica é recorrer a fórmulas não oleosas, que devem ser aplicadas somente nas regiões de pele", explica Giraldo.
Como
higienizar
Coloque, na ponta dos dedos, uma pequena quantidade do sabonete. Realize movimentos circulares nas áreas descritas anteriormente, contemplando todas as dobras. "Evite trazer conteúdos da região perianal para a vulva, já que ela pode conter coliformes fecais, bactérias que habitam o tubo digestivo", lembra Alexandre Pupo. Enxágue na água corrente, que ajuda na remoção mecânica dos resíduos. Finalmente, use uma toalha seca e limpa para absorver a água restante.
Duração do procedimento
Não vale limpar tudo em um zás-trás — aliás, o que é bem comum. Também não se
deve exagerar. O tempo de higienização não deve ultrapassar três minutos para
evitar o ressecamento da pele. Dois minutos são o suficiente para fazer uma boa
limpeza. Coloque, na ponta dos dedos, uma pequena quantidade do sabonete. Realize movimentos circulares nas áreas descritas anteriormente, contemplando todas as dobras. "Evite trazer conteúdos da região perianal para a vulva, já que ela pode conter coliformes fecais, bactérias que habitam o tubo digestivo", lembra Alexandre Pupo. Enxágue na água corrente, que ajuda na remoção mecânica dos resíduos. Finalmente, use uma toalha seca e limpa para absorver a água restante.
Duração do procedimento
Frequência diária
O número de lavagens varia de acordo com a estação do ano. "No clima quente, quando a produção de sebo e de suor fica elevada, a limpeza pode ser realizada até três vezes no mesmo dia. Já no clima frio, uma higienização diária basta", garante Giraldo. Aí, ficar repetindo a sessão limpeza só favorece doenças.
Condições especiais
O excesso de gordura nas obesas promove maior maceração de células mortas e elevação na produção de suor. Portanto, elas são mais propensas a problemas na vulva e precisam reforçar os cuidados com roupas adequadas e hábitos de higiene. "Os lenços umedecidos são uma boa saída para limpeza no intervalo do trabalho, por exemplo. Mas a higienização íntima com água corrente e sabonete apropriado é mais indispensável do que nunca nesse grupo", diz Nilson Roberto de Melo.
Tirar a calcinha na hora de dormir é outra dica para facilitar a ventilação.
Algumas atividades, em particular, aceleram o
acúmulo de sujeira lá embaixo.
"O exercício induz a fabricação de suor e
secreções", exemplifica Nilson. O ideal, portanto, é sair direto da
ginástica para o banho, munida de um sabonete íntimo. O mesmo vale para finais
de semana na praia. Areia e água do mar formam um coquetel de detritos e
umidade nada amigável. Parece muita informação, mas são todos hábitos simples e corriqueiros, que não desperdiçam tempo nem exigem grandes esforços. Em troca, você garante uma sensação de conforto, bem-estar e saúde.
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