Inovação
Tecnológica, 10-04-2012
Cientistas
alemães estão desenvolvendo uma prótese para as válvulas das veias.
Ao
contrário das válvulas cardíacas, que, quando dão defeito, são rotineiramente
substituídas por implantes, quando as válvulas das veias dão problema, o único
tratamento disponível é via medicação, nem sempre com os resultados esperados.
Válvulas
das veias
Se você
não sabia que veias têm válvulas, basta se perguntar por que é que o sangue não
se acumula nas pernas, puxado pela gravidade.
Na verdade,
às vezes ele se acumula, provocando edemas e até úlceras, um mal que acomete
duas vezes mais as mulheres dos que homens.
Para
ajudar o coração, as veias possuem válvulas que se fecham após cada pulsação.
Assim,
nas veias das pernas, por exemplo, a válvula se fecha e evita que o sangue que
acaba de ser bombeado pelo coração desça novamente, puxado pela gravidade.
No
próximo batimento, ele sobe um pouco mais, parando na próxima válvula, e assim
por diante.
Implante
para veias
O
problema é quando as válvulas venosas deixam de funcionar, gerando a chamada
deficiência venosa crônica.
O Dr.
Oliver Schwarz e seus colegas do Instituto Fraunhofer criaram o primeiro
protótipo de um implante que, depois dos testes clínicos necessários, poderá se
tornar uma alternativa definitiva para as "veias fracas".
Imitar
a membrana natural foi possível graças a um equipamento inovador, um aspersor
3D, que permite a criação de estruturas plásticas em formato livre.
É uma
espécie de impressão 3D mais avançada, uma vez que as camadas não
precisam ser aplicadas sobre uma base plana, permitindo criar estruturas
extremamente complexas e muito precisas.
"A
tecnologia de distribuição de gotas 3D é uma técnica de fabricação aditiva que permite que geometrias
tridimensionais sejam criadas camada por camada usando um polímero," resume
o Dr. Schwarz.
Camadas
sem costura
O
polímero usado é o policarbonato-uretano (PCU), um plástico particularmente
forte, mas flexível, e que se liga facilmente aos tecidos circundantes.
Como a
impressão 3D de formato livre permite a criação de películas muito finas, o
material se mostrou o substituto ideal para as válvulas das veias.
Isso
depois que os engenheiros aprimoraram a "impressão", que, para
funcionar como as válvulas biológicas, precisa de nada menos do que seis
camadas com diferentes graus de elasticidade e dureza - e sem nenhuma
"costura", ou seja, com um material aparentemente homogêneo.
Quando
aprovados pelas autoridades de saúde, os implantes venosos poderão ser
inseridos nas veias dos pacientes por catéteres.
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