Pnuma
e FAO lançam campanha para reduzir desperdício de alimentos no mundo: Anualmente,
1,3 bilhão de toneladas de alimentos são perdidos ou desperdiçados
(Rede Brasil Atual. Por: Carolina
Gonçalves, da Agência Brasil, 22/01/2013).
Brasília – A cada ano, 1,3
bilhão de toneladas de alimento são perdidos ou desperdiçados no mundo. Diante
da expectativa de alguns especialistas, que acreditam que essas perdas podem
ser revertidas com mudanças de padrões de produção e consumo, representantes do
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e da Organização das
Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) lançaram hoje (22), em
Genebra, uma campanha intitulada “Pensar, Comer, Preservar” para tentar
estimular novas ações em todo o planeta.
Segundo o
sub-secretário-geral e diretor executivo do Pnuma, Achim Steiner, a proposta é
revelar a situação atual e apresentar modelos que foram adotados com sucesso
para minimizar o desperdício. Steiner acredita que essas informações podem
estimular um novo debate no mundo e uma reflexão sobre o que deve ser feito
para reverter o cenário.
O representante do Pnuma
lembrou as projeções que indicam que a população mundial deve passar de 7
bilhões de pessoas para 9 bilhões até 2050, o que significa um crescimento da
demanda por alimentos. “Não faz sentido, economicamente, ambientalmente e
eticamente, desperdiçar alimentos”, disse, destacando o impacto do desperdício
e da pressão pela maior produção de alimentos sobre o meio ambiente.
“São
desperdiçados também recursos como água, terras cultiváveis, insumos agrícolas
e tempo de trabalho, sem contar a geração de gases-estufa pela comida em
decomposição e pelo transporte dos alimentos. Para termos uma vida
verdadeiramente sustentável, precisamos transformar a maneira como produzimos
nossos alimentos”, acrescentou Steiner.
De acordo com dados
divulgados por representantes da FAO, 20% de todas as terras do mundo já são
cultivadas pela agricultura, que também responde pelo consumo de 70% da água
doce do mundo. A organização também destaca que quase metade da comida
descartada nas regiões industrializadas ainda poderia ser consumida. O volume
de desperdício das nações mais ricas soma quase 300 toneladas por ano,
quantidade que, segundo a FAO, é equivalente a toda a produção de alimentos da
África Subsaariana e suficiente para alimentar 870 milhões de pessoas.
Diretora do departamento de
Infraestrutura Rural e Agroindústrias da FAO, Eugenia Serova, defendeu uma
profunda mudança nas formas de consumo e produção de alimentos. Ela lembrou
que, apesar de os países desenvolverem diferentes padrões agrícolas, “todos
desperdiçam comida, em maior ou menor volume”. Dados da FAO revelam que um
terço dos alimentos produzidos no mundo é perdido durante os processos de
produção e venda, o equivalente a US$ 1 trilhão.
O movimento lançado hoje
pelos órgãos das Nações Unidas é resultado de debate que ganhou força durante a
Rio +20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que
ocorreu em junho do ano passado, no Rio de Janeiro. Durante o encontro, os
chefes de Estado que participaram das negociações concordaram em adotar
iniciativas para mudar os padrões de consumo e produção em seus países.
A campanha reúne em um
portal da internet informações em mais de quatro idiomas, incluindo o
português, sobre ações organizadas em todo o mundo. O site destaca dicas para
os consumidores sobre o que fazer para reduzir as perdas, como elaborar listas
e comprar vegetais que, mesmo não atendendo o padrão dos mercados, estão plenamente
adequados para o consumo. As orientações também são voltadas para comerciantes
que podem medir melhor o desperdício e evitar algumas perdas.
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