Sexo oral causa mais
câncer de garganta que cigarro e álcool, diz especialista
Casos da doença relacionados
ao HPV aumentaram nos últimos dez anos
Fabiana
Grillo, do R7 - 17/9/2012.
O
cigarro e o consumo frequente de bebidas alcoólicas sempre foram apresentados
como vilões
dos cânceres de orofaringe, especialmente na região da garganta.
Embora ambos continuem sendo importantes fatores de risco, na última década
observou-se um aumento significativo de casos da doença relacionados ao vírus HPV (papilomavírus
humano).
O
oncologista Dr. Luiz Paulo Kowalski, diretor do Núcleo de Cabeça e Pescoço do
Hospital A.C. Camargo, em São Paulo (SP), explica que houve uma mudança no
perfil da doença, ou seja, “o que antes era frequente em homens acima dos 50
anos que fumavam e bebiam, agora é mais comum em jovens (30 a 40 anos) que
fazem sexo oral desprotegido e têm vários parceiros”.
NBlogs discute vacinação contra HPV
—
É uma epidemia que está começando e acredito que por volta de 2020 o número de
casos de câncer na garganta por HPV vai superar o provocado por álcool e
tabaco. Atualmente, em São Paulo, cerca de 50% das pessoas com câncer de
orofaringe foram infectadas pelo papilomavírus humano.
Para
o médico, apesar de a conscientização da sociedade sobre os perigos do tabaco e
o consequente abandono do vício, hoje o desenvolvimento do câncer na região da
boca é decorrente da mudança de comportamento dos jovens que
negligenciam o uso da camisinha.
—
A principal forma de contágio é o sexo oral, sendo que ainda existe a
possibilidade de transmissão do vírus pelo beijo. Por isso, é importante fazer
sexo seguro e procurar restringir o número de parceiros.
Além
disso, o especialista reforça que a vacina
contra o HPV é a forma mais eficaz de prevenção e
deve ser administrada, de preferência, antes do primeiro contato sexual. No
entanto, a ginecologista Dra. Neila Maria de Gois Speck, professora afiliada do
departamento de Ginecologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e
membro da diretoria da Associação Brasileira de Patologia do Trato Genital
Inferior, avisa que ela também pode ser usada por pessoas mais velhas.
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A indicação de bula é para mulheres entre 9 a 26 anos, mas trabalhos
científicos mostram que ela é eficaz até os 50 anos. Além disso, a vacina é
aprovada para o uso em homens.
Diagnóstico***
Entre
os sintomas do câncer de garganta, o médico do Hospital A.C. Camargo destaca
dor persistente e progressiva na região, geralmente de um único lado, e
dificuldade de engolir. Segundo ele, como o assunto está mais conhecido pela
classe médica e população em geral, o diagnóstico se torna precoce e
a chance de cura é maior.
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A cura depende da extensão da doença, mas em estágios iniciais a chance é de
90%; em casos mais avançados a porcentagem cai para 70%. Mesmo assim, é
importante o paciente redobrar as medidas preventivas porque a doença pode
voltar.
Assim
como para o câncer de mama, o autoexame na boca e garganta é importante. Dr.
Kolwaski orienta olhar na frente do espelho e procurar manchas vermelhas,
brancas, feridas e bolinhas na região. Se detectado alguma alteração, vale
procurar um especialista que pode, inclusive, ser o dentista ou
otorrinolaringologista.
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Caso esses profissionais desconfiem de câncer, o oncologista será contatado e
assumirá o caso.
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