Cientistas querem
tratar infertilidade feminina com células-tronco
O método ainda está longe do
uso em humanos, mas pode um dia tornar possível criar óvulos funcionais para
mulheres que não conseguem produzi-los
VEJA.COM
- 04/10/12
Um
grupo de cientistas japoneses descobriu um tratamento alternativo para algumas formas de infertilidade feminina ao utilizar células-tronco para criar óvulos
úteis em cobaias vivas, segundo estudo publicado esta quinta-feira na
revista Science.
CONHEÇA A PESQUISA
- Título
original: Offspring from Oocytes Derived from in Vitro Primordial Germ
Cell–Like Cells in Mice.
-
Onde foi divulgada: revista Science.
-
Quem fez: Katsuhiko Hayashi, Sugako Ogushi, Kazuki Kurimoto, So Shimamoto,
Hiroshi Ohta, Mitinori Saitou.
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Instituição: Universidade de Kyoto.
-
Dados de amostragem: fêmeas vivas de camundongos.
-
Resultado: Ajustes em alguns genes das células-tronco as tornaram algo
muito parecido com células primordiais germinais que geram espermatozoides nos
homens e ovócitos — ou óvulos — nas mulheres.
Embora
o método ainda esteja longe de seu possível uso em humanos, é significativo por
superar um dos principais desafios da medicina reprodutiva: como fabricar
óvulos funcionais para mulheres que não conseguem produzi-los sozinhas ou até
fazer com que as mulheres não se preocupassem mais com o "relógio
biológico. Os óvulos, a partir dos 35 anos de idade, aproximadamente, acumulam
mutações que podem gerar problemas nos fetos. Com a possibilidade de criar
óvulos novos quando fosse necessário, essa preocupação desaparecia.
O
estudo parte de uma pesquisa realizada no ano passado pelos mesmos cientistas
em que conseguiram transformar células-tronco em espermatozoides úteis.
Os
cientistas da Universidade de Kyoto fizeram pequenos ajustes em alguns genes
de células-tronco
embrionárias e pluripotentes e as tornaram algo
muito parecido com células primordiais germinais que geram espermatozoides nos
homens e ovócitos — ou óvulos — nas mulheres.
Posteriormente,
criaram um "ovário reconstruído", o qual transplantaram em fêmeas
vivas de camundongos, onde as células amadureceram e se transformaram em
ovócitos de grande tamanho e, em seguida, em óvulos.
Os
pesquisadores extraíram os óvulos maduros, os fertilizaram in vitro e
em seguida os implantaram na cobaia mãe adotiva. Os pequenos camundongos
nasceram com boa saúde e conseguiram se reproduzir normalmente ao chegarem à
idade adulta.
"Nosso
sistema ajuda a criar uma base sólida para pesquisar além e reconstituir as
células germinais femininas in vitro, não só em camundongos, mas também em
outros mamíferos, inclusive humanos", escreveu o coordenador do estudo,
Katsuhiko Hayashi.
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