Ambiente Energia, 18-06-2012.
Uma plataforma global
para pesquisa em sustentabilidade foi lançada durante a Conferência das Nações
Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (RIO+20), na semana passada, por uma
aliança formada pelos principais agentes internacionais da ciência, agências de
financiamento à pesquisa e organismos vinculados à Organização das Nações
Unidas (ONU).
Denominada “Future Earth” (“Terra do futuro”),
trata-se de uma iniciativa com duração
de dez anos para apoiar pesquisas que resultem no conhecimento necessário para
responder eficientemente aos impactos das mudanças ambientais globais. O
lançamento foi feito no “Forum on Science, Technology and Innovation for
Sustainable Development”, realizado na Pontifícia Universidade Católica do Rio
de Janeiro.
A ideia é fornecer as bases que permitam sustentar a
transformação em busca da sustentabilidade do planeta para as próximas décadas.
Milhares de cientistas em todo o mundo serão mobilizados pela iniciativa, ao
mesmo tempo em que serão estabelecidos acordos com governos, órgãos e
instituições responsáveis pela adoção de políticas públicas de modo a oferecer
opções e soluções de sustentabilidade pós-RIO+20.
Entre as metas da nova plataforma global estão a produção de pesquisas orientadas para
soluções que integrem desafios em mudanças ambientais com o desenvolvimento
sustentável, de modo a satisfazer as necessidades humanas por alimentos, água,
energia e saúde.
Colaborações
inter e transdisciplinares entre pesquisadores das
mais diversas áreas do conhecimento científico e tecnológico serão efetuadas de
modo a encontrar as melhores soluções para as principais questões em torno do
futuro do planeta.
Outra proposta da plataforma
é aumentar a capacidade de pesquisa em
ciência, tecnologia e inovação, especialmente em países em desenvolvimento,
bem como engajar a nova geração de cientistas.
A plataforma Future Earth é
uma iniciativa conjunta do International Council for Science (ICSU), do
International Social Science Council (ISSC), do Belmont Forum, do Programa das
Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), da Organização das Nações Unidas
para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e da Universidade das Nações
Unidas (UNU). A Organização Meteorológica Mundial (OMM) participa como
observadora. Agências de fomento à pesquisa em todo o mundo integrarão os
esforços da iniciativa.
“Precisamos de uma nova
abordagem para enfrentar os desafios críticos das mudanças ambientais globais e
do desenvolvimento sustentável que seja mais interdisciplinar, mais
internacional, mais colaborativa e que responda melhor aos usuários das
pesquisas”, disse Diana Liverman, codiretora do Instituto para o Meio Ambiente
da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, e copresidente do grupo
responsável pelo desenho da Future Earth na apresentação da iniciativa.
A iniciativa, que vem sendo
planejada há três anos, deverá ajudar a responder questões fundamentais, entre
as quais como e por que o ambiente global está mudando, além de vislumbrar
desafios futuros e suas implicações para o bem-estar e para a sobrevivência do
homem e das outras espécies.
Uma série de consultas para
levantar os principais desafios em pesquisa nesse sentido será conduzida no
segundo semestre de 2012 por meio de questionários on-line e workshops que
serão realizados na Ásia, África, América Latina e Oriente Médio.
Alguns desses encontros,
como um workshop sobre segurança alimentar e uso de energia, deverá ser
realizado no segundo semestre deste ano.
Como membro do Belmont Forum
– consórcio que reúne agências de financiamento à pesquisa de 13 países, além
das da Comunidade Europeia – a FAPESP participará da iniciativa auxiliando na
escolha dos temas das pesquisas, na elaboração das chamadas e na análise,
seleção e cofinanciamento dos projetos. Cada projeto deverá ter a participação
de pesquisadores de pelo menos três países.
“Um dos pontos fortes desta
aliança é que ela congrega cientistas, usuários dos dados das pesquisas e as
agências de fomento, que irão decidir pelo financiamento dos projetos. E
algumas dessas agências de fomento estão reunidas no Belmont Forum, sendo que
quatro delas são de países emergentes”, disse Carlos Henrique de Brito Cruz,
diretor científico da FAPESP e membro do Belmont Forum.
Brito Cruz destacou durante
o lançamento da Future Earth no Rio de Janeiro que um dos objetivos da
iniciativa é criar oportunidades para jovens pesquisadores se envolverem no
desenvolvimento de pesquisas, e que muitas das agências de fomento à pesquisa
participantes do projeto, como a FAPESP, já possuem programas voltados ao apoio
de projetos realizados por jovens pesquisadores, que podem dar subsídios à
iniciativa.
Yuan Tseh Lee, presidente do
ICSU e ganhador do prêmio Nobel de Química de 1986, também presente na
cerimômia, avaliou que, por meio de parcerias sólidas e abrangentes, a Future
Earth irá conectar a pesquisa científica e o desenvolvimento de políticas e de
ações, ampliando a interface entre ciência e políticas que apoiem a
sustentabilidade.
“Estamos muito felizes em
lançar essa iniciativa na RIO+20 que, afinal, é sobre caminhos para o futuro
sustentável e a Future Earth representa um passo concreto nessa direção”,
disse.
Alguns dos próximos passos
que deverão ser dados para a concretização da iniciativa serão a criação de um
conselho de governança e de um comitê científico, que deverá ser estabelecido
em 2013.
Mais informações sobre a
Future Earth: www.icsu.org/future-earth.
Desenvolvimento sustentável de cidades brasileiras é o desafio do nosso século.
ResponderExcluirhttp://www.siemens.com.br/desenvolvimento-sustentado-em-megacidades/videos/criar-cidades-boas-para-morar.html
Alessandra, com certeza!
ExcluirEspero que mais pessoas se engajem a tornar este desafio possível de ser superado. Agradeço a sua participação aqui no Blog!
Vamos gerar saúde!!!