Autismo
e esquizofrenia podem ser hereditários, aponta estudo
Segundo pesquisa, filhos de pais esquizofrênicos têm mais chances de desenvolver doenças
Segundo pesquisa, filhos de pais esquizofrênicos têm mais chances de desenvolver doenças
(O Estado de São Paulo,
09-07-2012)
Membros de famílias com
histórico de esquizofrenia ou desordem bipolar têm mais chances de ter filhos
com autismo, aponta um estudo conduzido por pesquisadores suecos e israelenses.
Os pesquisadores
descobriram que as crianças cujos pais
ou irmãos foram diagnosticados com esquizofrenia têm três vezes mais chances de
desenvolver alguma doença que afeta o desenvolvimento cerebral, como autismo ou
a síndrome de Aspenger. A relação também foi constatada para quem tem
desordem bipolar, embora em menor frequência, segundo o estudo publicado nos
Arquivos Gerais de Psiquiatria dos Estados Unidos.
"A maior parte das pessoas com familiares
que têm uma dessas doenças não apresenta nenhum tipo de problema",
disse o doutor Patrick Sullivan, um dos líderes do estudo. Ele ressalta, porém,
que há um fator fundamental e comum às
duas desordens como alterações genéticas, que são passadas hereditariamente.
Uma das principais
questões acerca das pesquisas sobre o autismo é quando a genética está
envolvida nos casos em que a condição é constatada, sem que sejam considerados
os períodos pré-natal e do início da infância.
Para o estudo, os
pesquisadores analisaram informações de três bancos de dados - dois que
acompanharam crianças e suas famílias na Suécia e seus diagnósticos e um outro
com informações sobre todos os cidadãos que entraram no serviço militar de
Israel, incluindo irmãos. Ao todo, eram dados de mais de 30 mil jovens com
autismo.
Eles descobriram que
nos dois estudos suecos, crianças com pais ou irmãos com esquizofrenia tinham
de 2,6 a 2,9 mais chances serem autistas. A tendência foi a mesma para os que
tinham irmãos esquizofrênicos em Israel. Quando os pais tinham desordem
bipolar, essa taxa caiu para um nível de variação que vai de 1,6 a 1,9.
Para Sullivan, há certas mutações genéticas que
aparentemente provocam a predisposição ao autismo e à esquizofrenia. E
poderia haver muitas variações desse gene, que pode aumentar as chances do
desenvolvimento da doenças como o autismo ou não, acrescenta. "Só porque
há vários fatores de risco, não quer dizer que eles representem a mesma coisa.
As necessidades de pessoas com autismo e esquizofrenia e os tratamentos que temos
funcionam para um e para outro, mas não se sobrepõem", conclui.
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