Centro
nacional de tecnologia para deficientes é instalado em Campinas
(G1, 20-07-2012)
Ministro da Ciência,
Marco Raupp, assinou portaria para início do CNRTA.
O governo federal
inaugurou em Campinas (SP), nesta sexta-feira (20), um centro nacional de tecnologia para deficientes, que recebeu R$ 12
milhões para iniciar as atividades. A criação do Centro Nacional de Referência em Tecnologia Assistiva (CNRTA) foi
oficializada com uma portaria assinada pelo Ministro da Ciência, Tecnologia e
Inovação (MCTI), Marco Antônio Raupp.
O Centro não atenderá
diretamente às pessoas com deficiência, mas pretende desenvolver tecnologias para a melhoria da inserção delas na
sociedade. Atualmente, segundo dados do Censo 2010 do IBGE, o Brasil tem 45
milhões de pessoas com deficiência. O CNRTA será gerenciado pela Secretaria de
Direitos Humanos da Presidência e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e
Inovação (MCTI).
O CNRTA está instalado
no Centro de Tecnologia da Informação (CTI) Renato Archer, que atua na área desde
o fim da década de 80. Além de Raupp, esteve presente na cerimônia de oficial a
ministra-chefe da Secretaria dos Direitos Humanos, Maria do Rosário Nunes.
O papel técnico do
Centro será atuar como articulador de
uma rede de instituições de pesquisa e desenvolvimento na área de tecnologia
assistiva, funcionando como elo de ligação entre a academia, o governo e as
empresas privadas. Para o conselho foram nomeados representantes dos
ministérios da Saúde, Educação e Desenvolvimento. Além de um integrante da
Secretaria Diretos Humanos, Finep , sociedade civil e do próprio CTI.
Liderança nacional
A ministra-chefe Maria
do Rosário disse o CNRTA está instalado em Campinas, mas faz parte de um plano
nacional. "É o [projeto] que mais nos inspira
em relação ao direito das pessoas com deficiência", disse. O governo estima que 45 milhões de pessoas, em todo o
Brasil, podem ser beneficiadas com os estudos que serão realizados.
"[O CNTRA] vai
liderar uma rede de núcleos de tecnologia assistiva no país", falou Raupp.
Segundo ele, as pesquisas realizadas no
centro irão fazer com que o preço final dos recursos usados por pessoas com deficiência
seja mais acessível. A verba inicial destinada para o projeto veio do MCTI
e o ministro disse a ideia é continuar "incrementando com mais
recursos".
Durante a visita, os
ministros foram levados pelo diretor do CTI, Victor Pellegrini Mammana, para conhecer
o espaço onde está instalado o CNRTA. Raupp e Maria do Rosário participaram de
uma videoconferência com pesquisadores de outros estados que contribuem com os
estudos de tecnologia assistiva e conheceram o sistema que concentrará as
informações produzidas.
"A gente vai ter
escritórios que vão traçar parcerias com as cinco regiões do país", disse
Mammana. O diretor explicou que o CNRTA será
uma rede de pesquisas de tecnologia assistiva por todo o Brasil, com o papel de
alinhar a produção nacional de conhecimento na área.
"Impressão"
de órgãos humanos
O Centro de Tecnologia
da Informação (CTI) Renato Archer atua na área de tecnologia assistiva desde o fim
da década de 80. Um dos projetos desenvolvidos é um software livre de
tecnologia tridimensional voltado para medicina. Segundo o chefe de divisão,
Jorge Vicente Lopes da Silva, o programa foi o primeiro a ser lançado
gratuitamente no mercado e continua a receber atualizações desde 2001. Ele permite a criação de produtos ortopédicos
feitos sob medida para os pacientes. "É possível pensar, olhar ecalcular
o que fazer antes da cirurgia", explicou.
Com o inVesalius é
possível criar protótipos de partes do corpo humano. "Usamos para fazer o planejamento
de cirurgias de alta complexidade", disse Silva. De acordo com ele, o
software é usado em 80 países e 2.500 pacientes já foram beneficiados com as
possibilidades oferecidas pela tecnologia.
A divisão de
tecnologias tridimensionais trabalha com 30 profissionais de diversas áreas. De
acordo com Silva, o futuro aponta para biofabricação de tecidos e ossos, o que
permitiria a "impressão" de órgãos humanos. Ele faz uma aposta.
"Se o Brasil não investir (em biofabricação) vamos comprar (órgãos) em 30 anos".
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