ARTIGO: DOENÇA DE CROHN
(Fontes: Minha Vida.com, Ministério
da Saúde e Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn)
O
Que é a Doença de Crohn?
A Doença de Crohn é crônica
e provavelmente provocada por desregulação do sistema imunológico, ou seja, do
sistema de defesa do organismo. Ela inicia-se mais frequentemente na segunda e
terceira décadas de vida, mas pode afetar qualquer faixa etária.
Como a Doença de Crohn se
comporta como a colite ulcerativa (em geral, é difícil diferenciar uma da
outra), as duas doenças são agrupadas na categoria de Doenças Inflamatórias
Intestinais (DII).
Diferentemente da doença de
Crohn, em que todas as camadas estão envolvidas e na qual pode haver segmentos
de intestino saudável normal entre os segmentos do intestino doente, a colite
ulcerativa afeta apenas a camada mais superficial (mucosa) do cólon de modo
contínuo.
Dependendo da região
afetada, a Doença de Crohn pode ser chamada de ileite, enterite regional ou
colite. Para reduzir a confusão, o termo Doença de Crohn pode ser usado, para
identificar a doença, qualquer que seja a região do corpo afetada (íleo, cólon,
reto, ânus, estômago, duodeno).
Quais
são os Sintomas?
A doença de Crohn
habitualmente causa diarreia, cólica
abdominal, frequentemente febre
e, às vezes, sangramento retal.
Também podem ocorrer perda de apetite e
perda de peso subsequente.
A diarreia pode se
desenvolver lentamente ou começar de maneira súbita, podendo haver também dores articulares e lesões na pele. Na
Doença de Crohn a dor abdominal e a
diarreia frequentemente surgem após as refeições.
São comuns dores articulares
(dores nas juntas), falta de apetite, perda de peso e febre. Outros sintomas
precoces da doença de Crohn são lesões
da região anal, incluindo hemorroidas,
fissuras, fístulas e abscessos.
Algumas vezes a inflamação e as úlceras podem penetrar
nas paredes dos intestinos, formando um abscesso (uma coleção de pus). Poderá
também se formar uma conexão anormal com outras partes do intestino ou de
outros órgãos, o que é chamado de fístula.
Outros
sintomas
Podem ocorrer sintomas que
não têm nada com o trato digestivo. Tanto a Doença de Crohn quanto a retocolite ulcerativa podem causar
problemas em outras partes do corpo. São eles:
Artrite: as
articulações (normalmente os joelhos e
os tornozelos) podem inchar, ficar doloridas e endurecidas. A artrite afeta
cerca de 30% das pessoas com a Doença de Crohn e 5% das pessoas com retocolite
ulcerativa. Os medicamentos podem ajudar, mas os problemas normalmente
desaparecem quando a inflamação intestinal é controlada.
Aftas: estas
se assemelham a ferimentos ulcerativos.
Desenvolvem-se normalmente durante os períodos de inflamação ativa do
intestino. As feridas desaparecem quando a inflamação é tratada.
Febre: é
um indicador de inflamação, de
maneira que é comum ter febre durante o surgimento dos sintomas. Entretanto, a
febre pode estar presente por semanas ou até meses antes do aparecimento dos
sintomas. Quando a inflamação intestinal é tratada, a febre desaparece.
Sintomas
oculares: os olhos podem
ficar inflamados - vermelhos, feridos e sensíveis à luz. Esses sintomas
aparecem normalmente antes de um agravamento da enfermidade, e desaparecem
quando os sintomas intestinais são tratados.
Sintomas
de pele: as pessoas podem desenvolver erupções cutâneas ou doenças fúngicas dolorosas e avermelhadas nas
pernas. O tratamento dos sintomas intestinais cura os sintomas de pele.
Como
é realizado o Diagnóstico?
Devido à multiplicidade de
apresentações e semelhança com outras patologias, seu diagnóstico é difícil. É feito pela análise conjunta de dados endoscópicos, histológicos e
radiológicos.
O diagnóstico da Doença de
Crohn é feito, basicamente, por meio de exames
de imagem (raio- X, endoscopias) e exames de sangue.
Como
é realizado o Tratamento?
O tratamento deve ser feito
em etapas. Existe um sistema de mensuração da atividade da doença baseado no
número de evacuações, dor abdominal, indisposição geral, ocorrência de fístulas
e de manifestações patológicas à distância, que permite classificar a doença em
leve, moderada ou grave. Se a doença é leve, o clínico apenas acompanha a
evolução do paciente.
O tratamento terapêutico se
volta para reprimir o processo inflamatório desregulado. Os medicamentos disponíveis atualmente
reduzem a inflamação e controlam os sintomas, mas não curam a doença.
O tratamento clínico é feito
com aminossalicilatos, corticoides,
antibióticos e imunossupressores e objetiva diminuir os sintomas da fase
aguda e, após, manter a remissão.
O tratamento cirúrgico é necessário para tratar obstruções,
complicações e falta de resposta ao tratamento clínico.
Considerações
Apesar de a alimentação não
ser a causa dessa doença, é fato que alimentos
suaves e brandos agridem menos que os alimentos condimentados ou ricos em fibras,
principalmente quando a doença está na fase ativa. Com exceção da restrição ao
leite em pacientes com intolerância a lactose, muitos gastroenterologistas
tendem a ser liberais nas dietas de pacientes portadores da doença.
Embora seja uma enfermidade
crônica, a Doença de Crohn não é
considerada uma doença fatal. Quase todas as pessoas que padecem dessa
enfermidade mantêm uma vida útil e produtiva, apesar de algumas delas
necessitarem de hospitalização nos períodos de maior atividade da doença. Entre
os períodos de exacerbação da moléstia, a maioria dos pacientes sente-se bem e
fica relativamente livre de sintomas, levando vida absolutamente normal.
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