O Estado de São Paulo, 28-04-2011
Pesquisadores norte-americanos encontraram evidências de que a cirurgia bariátrica é mais eficaz no controle dos níveis de insulina que a dieta rígida a que os diabéticos são normalmente submetidos. Segundo a recente pesquisa, publicada na revista Science Translational Medicine nesta quarta-feira, 27, a intervenção cirúrgica melhorou os níveis de açúcar no sangue em 80% dos casos avaliados.
Para o estudo, os cientistas acompanharam dois grupos de obesos diabéticos: um que fez uma dieta rígida e outro que passou pela cirurgia bariátrica. No caso do grupo que passou pelo procedimento cirúrgico, os benefícios para os níveis de açúcar no sangue apareceram mesmo antes de uma perda significativa de peso, o que sugere, segundo os pesquisadores, que há algum outro mecanismo bioquímico envolvido (embora a perda de peso beneficie os dois grupos).
Sendo assim, a equipe da Universidade de Duke e da Universidade de Columbia passou a investigar outros mecanismos hormonais envolvidos e descobriu que os pacientes que passavam pela cirurgia quando comparados aos pacientes que perderam o mesmo peso através da dieta tinham níveis muito menores de aminoácidos ramificados, de fenilalanina e tirosina.
Anteriormente, esses aminoácidos já foram associados à resistência à insulina e à doença arterial coronariana em três estudos humanos independentes. Além disso, um estudo da Universidade de Harvard já havia determinado que os aminoácidos ramificados e os aminoácidos aromáticos (como a fenilalanina) podem servir como indicadores biológicos para o risco do desenvolvimento de diabete tipo 2.
Juntamente com as evidências desses estudos anteriores, portanto, o estudo atual parece demonstrar a eficácia da cirurgia bariátrica no controle da diabete. Segundo os pesquisadores, ainda são necessários mais estudos comprobatórios, para compreender os melhor os mecanismos de intervenção do procedimento cirúrgico na doença, além de entender melhor a relação dos hormônios com as mudanças metabólicas envolvidas na diabete.
VEJA AS ENTREVISTAS SOBRE CIRURGIA BARIÁTRICA:
PARTE 1
PARTE 2
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