Conselho
de Medicina condena uso de hormônios para retardar envelhecimento
Para o órgão, não há
evidências científicas que justifiquem a medicina antienvelhecimento
Por: Paula
Laboissière - Agência Brasil, 06/08/2012.
Brasília – Parecer do
Conselho Federal de Medicina (CFM) publicado hoje (6) indica que não há
evidências científicas que justifiquem a prática da medicina
antienvelhecimento, que tem como base o uso de hormônios como a testosterona, a
progesterona e o corticoide. De acordo com o vice-presidente do órgão, Carlos
Vital Corrêa, o documento vai servir de base para a publicação de uma resolução
que proíba a indicação hormonal para pessoas saudáveis. Dessa forma,
profissionais de saúde que insistirem na prática vão responder por conduta
antiética e estarão sujeitos a sindicâncias e sanções.
Dados do CFM apontam
que pelo menos cinco médicos foram cassados nos últimos quatro anos por
praticar procedimentos sem comprovação científica, enquanto dez profissionais
foram punidos com suspensão.
“A questão da eterna
juventude ainda está no campo das fábulas. Do ponto de vista técnico-científico
não há nenhuma afirmação de um procedimento que possa retardar ou retornar a
juventude daquele que já envelheceu”, destacou Vital.
Para a geriatra e
membro da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Maria Lencastre, a
manipulação hormonal deve ser indicada apenas nos casos em que o paciente
apresente algum tipo de disfunção na produção de hormônios, como nos casos de
hipotireoidismo (distúrbio hormonal que afeta o metabolismo do organismo).
Maria Lencastre lembrou
que o fator genético responde por um terço das causas do envelhecimento e que a
melhor maneira de retardar o processo é a modificação de hábitos, que incluem a
prática de exercício, a alimentação adequada e a perda de peso.
“Envelhecimento não é
doença”, disse. "Medicamentos que não são necessários, além do risco,
significam custo com uma população que já tem grandes custos [com patologias
como doenças do coração], completou.
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