Pesquisadores Espanhóis Desenvolvem Trigo Com Menos Glúten
A descoberta pode contribuir no tratamento de portadores da doença celíaca, que causa dores de estômago devido à ingestão de glúten
Agrolink, 08-07-2011
Uma equipe espanhola do Consejo Superior de Investigaciones Cientificas (CSIC), liderada por Javier Gil-Humanes, conseguiu com sucesso diminuir a expressão do glúten no trigo.
A notícia é especialmente relevante aos portadores de doença celíaca, uma desordem digestiva que atinge 1 em cada 133 indivíduos. A enfermidade afeta o intestino delgado de pessoas geneticamente predispostas, e é induzida pela ingestão de alimentos que contêm glúten (contido no trigo, na cevada e no centeio). Até agora, não há cura para a doença. Os celíacos devem evitar alimentos que contenham essa proteína, a exemplo de pães, massas e cervejas.
Diferentemente de outras culturas nas quais genes de tolerância a herbicidas ou resistência a insetos foram inseridos, a equipe de Gil-Humanes removeu a proteína do trigo por meio de RNA interferente. Isto resultou no decréscimo de gliadinas, uma das proteínas componentes do glúten.
A continuidade dos estudos poderá, no futuro, levar à produção de pães e massas que possuam quantidades irrisórias de glúten, mantendo a qualidade do alimento feito com base em variedades de trigo convencionais.
A notícia é especialmente relevante aos portadores de doença celíaca, uma desordem digestiva que atinge 1 em cada 133 indivíduos. A enfermidade afeta o intestino delgado de pessoas geneticamente predispostas, e é induzida pela ingestão de alimentos que contêm glúten (contido no trigo, na cevada e no centeio). Até agora, não há cura para a doença. Os celíacos devem evitar alimentos que contenham essa proteína, a exemplo de pães, massas e cervejas.
Diferentemente de outras culturas nas quais genes de tolerância a herbicidas ou resistência a insetos foram inseridos, a equipe de Gil-Humanes removeu a proteína do trigo por meio de RNA interferente. Isto resultou no decréscimo de gliadinas, uma das proteínas componentes do glúten.
A continuidade dos estudos poderá, no futuro, levar à produção de pães e massas que possuam quantidades irrisórias de glúten, mantendo a qualidade do alimento feito com base em variedades de trigo convencionais.
DOENÇA CELÍACA
O que é a doença celíaca?
A doença celíaca é uma condição crônica que afeta principalmente o intestino delgado. É uma intolerância permanente ao glúten, uma proteína encontrada no trigo, centeio, cevada, aveia e malte. Nos indivíduos afetados, a ingestão de glúten causa danos às pequenas protrusões, ou vilos, que revestem a parede do intestino delgado. Esta condição possui outros nomes, tais como espru celíaco e enteropatia glúten-sensível.
A doença celíaca é considerada uma desordem autoimune, na qual o organismo ataca a si mesmo.Os sintomas podem surgir em qualquer idade após o glúten ser introduzido na dieta.
Quais são os sintomas da doença celíaca?
Os sintomas intestinais incluem diarréia crônica ou prisão de ventre, inchaço e flatulência, irritabilidade, e pouco ganho de peso. Os pacientes podem apresentar atraso de crescimento e da puberdade, anemia da carência de ferro, osteopenia ou osteoporose, exames anormais de fígado, e uma erupção na pele que faz coçar chamada dermatite herpetiforme. A doença celíaca também pode não apresentar nenhum sintoma.
Como a doença celíaca é diagnosticada?
A doença celíaca pode levar anos para ser diagnosticada. Os exames de sangue são muito utilizados na detecção da doença celíaca. Os exames do anticorpo anti-transglutaminase e do anticorpo anti-endomísio são altamente precisos e confiáveis, mas insuficientes para um diagnóstico. A doença celíaca deve ser confirmada encontrando-se certas mudanças nos vilos que revestem a parede do intestino delgado. Para ver essas mudanças, uma amostra de tecido do intestino delgado é colhida através de um procedimento chamado endoscopia com biópsia (Um instrumento flexível como uma sonda é inserido através da boca, passa pela garganta e pelo estômago, e chega ao intestino delgado para obter pequenas amostras de tecido).
Como é o tratamento da doença celíaca?
O tratamento consiste em evitar por toda a vida alimentos que contenham glúten (tais como pães,cereais, bolos, pizzas, e outros produtos alimentícios, ou aditivos, que contenham trigo, centeio, aveia e cevada). Medicamentos e outros produtos também podem conter glúten. Assim que o glúten é removido da dieta, a cura costuma ser total. Apesar da dieta sem glúten parecer extremamente difícil a princípio, algumas famílias tem tido muito sucesso com ela. É possível substituir as farinhas proibidas por fécula de batata, farinha de milho, amido de milho, polvilho doce ou azedo, farinha ou creme de arroz, farinha de araruta ou fuba´. Nutricionistas e grupos de apoio podem ajudar as famílias a se ajustar a essa dieta radical. Mesmo assim, pode levar vários meses até que elas se acostumem com a dieta sem glúten.
O que você pode esperar do tratamento?
Os pacientes podem começar a apresentar melhora 1 ou 2 semanas após o início da dieta. A intolerância à lactose causada pelo dano intestinal também diminui. Na maioria das pessoas, os sintomas desaparecem e a parede do intestino se recupera totalmente de 6 a 12 meses após o início da dieta sem glúten. Nas crianças, o crescimento volta ao normal. Visitas regulares a um nutricionista e a uma equipe de profissionais de saúde com experiência no tratamento da doença celíaca são importantes para ajudar a manter a dieta e monitorar possíveis complicações. Apesar de algumas pessoas serem capazes de voltar a consumir glúten sem sintomas imediatos, elas não “superaram” a doença celíaca, e não estão “curadas”. A dieta sem glúten deve ser seguida por toda a vida.
A doença celíaca é comum?
Estima-se que 1 em cada grupo de 100 a 200 pessoas nos EUA e na Europa tenha a doença celíaca ( no Brasil ainda não há um número oficial sobre a prevalência da DC, mas numa pesquisa publicada pela UNIFESP - 2005, em um estudo feito com adultos doadores de sangue, o resultado apresentou incidência de 1 celíaco para cada grupo de 214, moradores de São Paulo).
Quem corre o risco de contraí-la?
As pessoas com maior risco de contrair a doença celíaca são aquelas que têm diabete do tipo 1, doença autoimune da tiróide, síndrome de Turner, síndrome de Williams, ou parentes com a doença celíaca. Você pode ter a doença celíaca mesmo sem fazer parte de um dos grupos de maior risco.
OBS: Texto traduzido de material do Centro de pesquisa da doença celíaca da Escola de Medicina da Universidade de Maryland.
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