quarta-feira, 28 de maio de 2014

REFLEXÂO: HAPPY, POR PHARRELL WILLIAMS

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NOTÍCIA: NOVAS DIRETRIZES - ATENÇÃO HUMANIZADA EM PARTOS NO SUS



Ministério da Saúde atualiza diretrizes para atenção humanizada em partos no SUS
Entre as principais medidas está o contato entre mãe e filho para a primeira mamada logo após o parto. Normas não valem para a rede particular
(Por Redação da RBA – 12 e 13/05/2014

 

A primeira mamada logo após o nascimento estimula o aleitamento materno e reduz riscos de hemorragia uterina...

São Paulo – As maternidades do SUS em todo o país passam a contar com novas diretrizes para o atendimento humanizado ao recém-nascido. Seguindo recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), no último dia 8 o Ministério da Saúde publicou portaria que atualiza normas para procedimentos durante o parto. A partir de agora, assim que nascer, o bebê deverá ser colocado em contato com a mãe para que ela o estimule a mamar ainda na primeira hora. Além disso, o cordão umbilical deverá ser clampeado (cortado) apenas quando parar de pulsar.

O atendimento aos recém-nascidos com respiração alterada ou irregular, tônus diminuído e/ou com líquido meconial deve seguir regras do Programa de Reanimação da Sociedade Brasileira de Pediatria, que inclui a presença de médico ou de enfermeiro treinado em reanimação neonatal.

As medidas visam a beneficiar a saúde materna e infantil. De acordo com estudos, a primeira mamada na primeira hora após o nascimento diminui os riscos de anemia e morte. Isso porque, além de fornecer o primeiro aporte calórico para a vida do bebê,  acelera a descida do leite materno, aumentando assim a chance de sucesso no aleitamento. Outro benefício é reduzir o risco de hemorragia uterina, que dependendo da gravidade pode levar à morte materna.

Conforme a portaria, os procedimentos de rotina adotados após o nascimento do bebe, como exame físico, pesagem e outras medidas antropométricas, profilaxia da oftalmia neonatal devem ser realizados somente após esses primeiros cuidados, importante mudança na lógica de atendimento ao bebê.
As novas regras são obrigatórias apenas nas maternidades públicas. As particulares estão submetidas à regulação pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a mesma que disciplina os planos de saúde.

Entre as ações previstas durante o pré-natal estão os exames de pré-natal de risco habitual e de alto risco, acolhimento às intercorrências na gestação, acesso ao pré-natal de alto risco e aos resultados, vinculação da gestante (desde o pré-natal) ao local em que será realizado o parto, implementação de ações relacionadas à saúde sexual e reprodutiva, além de prevenção e tratamento das DST/HIV/Aids e Hepatites.

Vitória

A atualização das diretrizes agradou a setores que defendem o parto humanizado e a amamentação. "Consideramos essas recomendações uma mudança de paradigma ao atendimento da mulher e seu filho recém-nascido. É uma ótima notícia para todo mundo, seja da rede pública, seja da rede privada. Afinal, a gente tem obrigação social de zelar pelo bem-estar de toda criança", opina a designer Ana Basaglia, integrante do grupo Matrice de Apoio à Amamentação, de São Paulo.

De acordo com ela, as recomendações são baseadas nas últimas evidências científicas. "Estudos demonstram claramente que um bebê saudável não deve ser separado da sua mãe ao nascer e pode receber as primeiras ações do serviço de saúde (pesagem, limpeza, demais verificações) horas depois. Não há necessidade de pressa nessas ações".

Ana ressalta ainda que para o grupo de apoio à amamentação a diretriz é uma vitória que deveria ser estendida ao setor privado. "O atendimento obstétrico é tão mecanizado, com seus quase 95% de cirurgias e procedimentos 'engessados' em regras antiquadas, dependendo do serviço avaliado. Faria muita diferença na vida, na saúde, no relacionamento, para muitos bebês e suas famílias".

NOTÍCIA: NOVA TECNOLOGIA DE COMBATE À GRANDES INCÊNDIOS



Pesquisa desenvolvida com o apoio da Finep promete modificar as formas de controle de incêndio
(Finep Notícias, 24/1/2014)

 

O corpo de bombeiros do Rio de Janeiro está testando uma nova tecnologia que pode revolucionar as formas de combate a incêndio. A ideia é substituir o uso da água pelo dióxido de carbono (CO2) para apagar o fogo.  O projeto, desenvolvido pelo Grupo de Análise de Risco Tecnológico e Ambiental (Garta) da UFRJ/Coppe, recebeu um apoio de R$5,5 milhões da Finep. Moacyr Duarte de Souza, pesquisador sênior da UFRJ, destaca que o CO2 é um agente presente em pequenas quantidades nos extintores de incêndio.

“Analisando a forma tradicional de extinguir incêndios percebemos que a descarga massiva de CO2 causa menos danos para ambientes sensíveis à ação da água, como museus, obras de arte e estações de telefonia, para os quais o impacto da água pode ser tão ou mais danoso que o fogo. Utilizamos um agente tradicional, mas a equipe desenvolveu uma nova forma de estoque”, esclarece Moacyr.

A empresa White Martins se tornou parceira tecnológica e auxiliou a desenvolver o primeiro protótipo. Nesta fase, o projeto foi apresentado para a Finep que o contemplou com o financiamento. Moacyr ressalta que parte do apoio da Finep vai se reverter em legado para o próprio corpo de bombeiros que  poderá utilizar o equipamento para treinar futuros funcionários. Da mesma forma, essa verba fortalece a UFRJ e outras pesquisas realizadas na Coppe. Para Moacyr, desenvolver o projeto em um centro de pesquisa universitário permitiu a colaboração de diversas áreas de pesquisa por meio da interação entre os departamentos.

O projeto, denominado Sistema de Descarga Baseada em Gás Liquefeito, possui uma célula de operação adaptada em um contêiner. A célula foi acoplada a um caminhão, que os bombeiros utilizam no teste. O veículo também contém disparadores manuais com tamanho semelhante a um extintor de incêndios. Através de duas mangueiras o CO2 é lançado. A concentração de dióxido de carbono aumenta de forma controlada, o que permite aos bombeiros deslocar a fumaça para facilitar a visibilidade. Dessa maneira reduz-se também o risco de asfixia. O caminhão tem capacidade para armazenar 121 toneladas de CO2 na fase líquida e as mangueiras lançam 100 galões por minuto.

Assim, o dióxido de carbono proporciona o resfriamento do ambiente e a diminuição da quantidade de oxigênio. Moacyr enumera as vantagens do jato seco: “Em lugares com temperatura abaixo de zero é necessário gastar mais energia para manter a água liquida. Já em casos de catástrofes naturais, o método dispensa a rede de incêndios, que pode ter sido danificada. O caminhão, por sua vez, não precisa de rede de incêndio e da manutenção da água, que custam cada vez mais.” Outro benefício do uso do CO2 é a contenção de incêndios em câmaras subterrâneas, principalmente se considerarmos que, no Rio de Janeiro, os casos de explosão de bueiro acontecem com frequência.

O caminhão será oficialmente apresentado no dia 6 de fevereiro.  A partir dessa data acontecerá a segunda etapa dos testes com grupo de pesquisadores da Coppe, técnicos e bombeiros do centro de pesquisa. O pesquisador estima que em cerca de dois meses os resultados poderão ser analisados. “Vamos acrescentar acessórios de disparo e desenvolver protocolos para possibilitar aplicação da tecnologia o mais rápido possível para a sociedade”, conclui Moacyr.

ARTIGO: A PLANTA ANTI AIDS - COMBATE AO VÍRUS HIV



A planta anti-AIDS
Uma droga criada a partir do avelós, uma planta africana encontrada no Norte e no Nordeste do Brasil, revelou-se eficaz no combate ao vírus HIV.
(Revista Planeta, nº487, Maio/2013. Por Camilo Gomide)

 

De uma “garrafada de ervas” – o composto popular encontrado em feiras livres no Norte e Nordeste, vendido em diversas misturas como cura para muitos males – saiu a droga que apresenta, até agora, os melhores resultados em testes contra o HIV. Estudos in vitro demonstraram que o ingenol, substância extraída da planta africana avelós (Euphorbia tirucalli), disseminada no Brasil, age nas células infectadas de forma a induzir a erradicação do vírus.

O próximo passo da pesquisa em andamento no laboratório paulista Kyolab, e em outros laboratórios no Brasil, na Alemanha e nos Estados Unidos, são os testes em macacos e cachorros. Se o mecanismo de ação do remédio observado em células isoladas se repetir em animais, o estágio seguinte será realizar experiências em humanos. A transição pode demorar a acontecer, já que o experimento em bichos costuma levar entre um ano e meio e dois. “Mas, se o produto se mostrar bom nos animais, podemos conseguir rapidez nos testes por ser uma droga de interesse mundial”, diz Luiz Pianowski, pesquisador à frente do projeto.

Farmacêutico com longa experiência em desenvolvimento de fitomedicamentos – membro do conselho científico da indústria farmacêutica Aché durante seis anos e detentor de várias patentes da empresa –, Pianowski descobriu os efeitos do avelós quase por acaso.

Em 2003, ele foi convidado pelo empresário cearense Everardo Ferreira Telles, ex-dono da cachaçaria Ypióca, para coordenar as pesquisas com a planta nordestina em que estava investindo. Telles, que não tem nenhuma experiência na área, ficou intrigado com as propriedades do avelós no combate ao câncer, propagadas por conterrâneos, e resolveu financiar estudos. Criou sua própria empresa, mas contratou os serviços da Kyolab, de Pianowski, para esse caso específico.

Durante a pesquisa sobre o tratamento do câncer, Pianowski descobriu que o ingenol interagia com uma enzima celular importante no ciclo do HIV e teve a ideia de testá-lo contra o vírus da Aids. Para isso, contatou o virologista Amílcar Tanuri, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “O Amílcar até brincou: ‘Poxa, a multinacional Merck Sharp já pesquisou mais de dois milhões de moléculas contra o HIV e você traz uma na mão achando que vai dar certo?”, conta Pianowski.

Acordando o vírus

A primeira ação do HIV no organismo humano é atacar as células do sistema imunológico, os linfócitos. Nesse primeiro momento de infecção aguda, o vírus agride as células de defesa, destruindo algumas e deixando o corpo vulnerável a outras doenças. Em seguida, invade essas células e se integra ao seu código genético. “Como ele se transforma em DNA, a célula não o reconhece mais como inimigo e ele passa a fazer parte do organismo. Por isso nosso sistema imune não consegue atacar o vírus. O HIV fica escondido nessas células latentes”, explica Pianowski.

O tratamento com o coquetel retroviral mais eficaz usado atualmente contra a Aids consegue eliminar todos os vírus presentes na corrente sanguínea, mas não os que invadiram as células. O remédio bloqueia a multiplicação do HIV infiltrado nas células latentes, mas, se for suspenso, o processo de replicação recomeça. A droga também não é capaz de eliminar algumas proteínas sintetizadas pelo vírus, que agridem o sistema imune. “Muitas vezes o paciente fica com uma inflamação crônica que aumenta as chances de contrair doenças cardíacas e câncer. Ele não morre de infecção, mas o sistema imune não é mais 100% e ele não pode ficar sem o remédio nunca”, explica Amílcar Tanuri.

Para os pesquisadores, a possibilidade de cura completa com a nova droga extraída do avelós é maior. In vitro, o ingenol mostrou-se capaz de “despertar” as células latentes, fazendo com que o HIV saia delas e volte à corrente sanguínea, onde, aí sim, pode ser morto pelo coquetel. Além disso, o medicamento consegue diminuir a presença de proteínas que agem como receptoras do HIV na membrana dos linfócitos. O ingenol retira o vírus das células infectadas e o impede de contaminar outras.

Vantagem prática

Existem outras substâncias com efeitos profiláticos parecidos aos do ingenol, mas nenhuma delas combinou tão bem eficácia, baixa toxicidade e viabilidade econômica.

“Há a prostatina, que é isolada de uma planta rara da Ilha de Samoa (Polinésia). E a briostatina, feita a partir de um briozoa, uma classe de animais do mar, também difícil de isolar e manipular quimicamente. Ambas são mais caras e tóxicas que o ingenol, que vem de uma planta abundante no Nordeste, de manipulação não tão difícil”, conta Lúcio Gama, professor-assistente da Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore (EUA), que conduziu os testes in vitro e está acompanhando a experiência com macacos, terceirizada para a empresa Bioqual.

Os testes são uma etapa fundamental para a consolidação das expectativas. O comportamento de células isoladas em tubos de ensaio pode variar muito dentro do organismo humano. “O sistema imune é altamente complexo e quando as células são isoladas em testes in vitro, você as isola do resto do organismo. Você tem que testar em animais para ver o efeito. Ainda mais com uma droga que atua em pontos chaves da célula”, explica Tanuri.

Um caso emblemático que ilustra a necessidade de uma metodologia rigorosa de testes é a do Saha, um medicamento utilizado contra o câncer que se mostrou eficaz na ativação do vírus in vitro, assim como o ingenol. Por já ser regulamentada, a droga pôde ser testada imediatamente em humanos. No entanto, os resultados alcançados em laboratório ficaram muito aquém do que foi registrado em pacientes. “Você tinha que dar uma dose dez vezes maior para ter um pouquinho de ativação viral, e aí a droga ficava tóxica”, diz Gama.

Embora cautelosos, os pesquisadores não escondem o otimismo. Para eles, as evidências de baixa toxicidade e a alta capacidade de ativação viral demonstrada pelo ingenol – que costumam ser os maiores entraves na busca por remédios de combate ao HIV – não têm precedentes. Experimentos prévios feitos por Pianowski em ratos, na Alemanha, também sugerem bons resultados. As previsões para o início de testes em humanos são de dois anos. A cura da Aids pode ser questão de tempo.

ARTIGO: MUDANÇAS CLIMÁTICAS AFETAM COMBATE À FOME



FAO: mudanças climáticas desafiam políticas de combate à fome
Diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva, disse que alterações já causam impacto na agricultura e que a revisão das metas para 2025 deverá considerá-las
(Por Leandra Felipe, da Agência Brasil/EBC - 08/05/2014)

 

Para Graziano, mudanças climáticas afetarão a agricultura. "Impactos serão maiores do que pensávamos"

A partir de agora, as políticas de segurança alimentar na América do Sul e no Caribe terão de considerar os efeitos na agricultura de prolongados períodos de escassez de chuvas e do aumento da temperatura. Nesse cenário de mudanças climáticas e de revisão das ações para a erradicação da fome na região até 2025, representantes de 33 países estão reunidos, até amanhã (9), em Santiago (Chile), para a 33ª Conferência Regional das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, a sigla em inglês).

Antes da abertura, na terça-feira (7), o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva, conversou com jornalistas e disse que as alterações climáticas já causam impacto na agricultura e que a revisão das metas para 2025 deverá considerar tais mudanças.

“Não é um tema de futuro, senão do presente, e os impactos são muito maiores do que pensávamos”, acrescentou. Para ele, as mudanças climáticas afetarão a agricultura economicamente e isso trará incertezas.

“Por um tempo, tivemos a ideia de que o mundo havia se transformado em um supermercado e que podíamos comprar tudo quanto queríamos. Nós havíamos alcançado a situação do pleno abastecimento, mas agora a mudança climática reintroduz o tema da incerteza e não sabemos o que vai acontecer”, ponderou.

Graziano destacou que essa incerteza afetará todo o comércio, determinará a volatilidade dos preços internacionais e poderá obrigar os países a assegurar o abastecimento interno com medidas protecionistas que  já haviam sido abandonadas. “Nesse contexto, não podemos perder de vista o horizonte de erradicar a fome na região.”

Depois de conversar com os jornalistas, Graziano participou da sessão inaugural, com a presença de representantes dos 32 países. O Brasil enviou o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto.

No discurso de abertura, o diretor-geral da FAO concentrou-se nos êxitos da América Latina e do Caribe – região que se converteu em exemplo mundial na luta contra a fome e que conseguiu reduzir a proporção de subalimentação de 15% para 8%. “Desde 1990, o número total de pessoas desnutridas caiu de 66 milhões para 47 milhões”, comentou.

Graziano fez um chamado para que os países continuem a priorizar políticas para cumprir a meta de uma América Latina e um Caribe sem fome até 2025. A meta foi estabelecida em 2006 pelos chefes de Estado e de governo da região, como iniciativa comum a ser alcançada.

O primeiro objetivo – reduzir a proporção de desnutrição pela metade até 2015 – foi alcançado por 16 países, mas o desafio agora é erradicar a fome nos próximos 11 anos.

Durante a sessão, a presidenta do Chile, Michelle Bachelet, recebeu um reconhecimento da FAO pelo cumprimento da meta de reduzir a menos da metade o número de pessoas com fome no país. “Reduzimos a prevalência de desnutrição de 9%, nos anos 90, para menos de 5%, entre 2011 e 2013, estamos orgulhosos desse avanço e conscientes de que devemos nos aplicar para erradicar esse índice”, disse.

Entre os países que conseguiram reduzir a desnutrição em 50%, sete chegaram a índices inferiores a 5%. Desse modo, a FAO considera que a Argentina, Barbados, a Dominica, o Chile, Cuba, o México e a Venezuela erradicaram a fome. O Brasil, a Guiana, Honduras, a Nicarágua, o Panamá, Peru e San Vicente e Granadinas reduziram o índice de subalimentação à metade.

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