Médicos
alertam população para cuidados básicos com a saúde no carnaval
(Por Alana Gandra, Repórter
da Agência Brasil. Edição: Tereza Barbosa - 05/02/2013)
Rio de Janeiro - O carnaval
começa oficialmente na próxima sexta-feira (8), mas vários blocos já vêm
arrastando multidões por todo o país desde janeiro. Preocupados com a saúde
desses foliões, médicos do Rio de Janeiro fazem um alerta: é preciso não esquecer os cuidados básicos com a saúde nesse período.
O clínico geral Aloisio
Fonseca, do Hospital Universitário Pedro Ernesto e professor da Faculdade de
Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), destacou
hoje (4), em entrevista à Agência Brasil, que uma das principais
preocupações deve ser com a a hidratação porque, mesmo com a chuva, o tempo
continua quente.
Ele ressaltou que as pessoas devem beber bastante líquido, não
fazer jejum prolongado e manter as condutas de higiene que têm no dia a dia,
como por exemplo lavar as mãos antes das refeições, depois de ir ao banheiro,
lavar frutas, legumes e verduras antes do consumo. Fonseca salientou que as
medidas de higiene contribuem para evitar infecções intestinais, que podem
levar à desidratação.
Na hora da alimentação, a
recomendação é preferir comer em locais
idôneos ou que vendam muita comida, porque significa renovação frequente dos
alimentos. Comer em barraquinhas de ambulantes, na rua, “deve ser evitado,
dentro do possível”. Caso a necessidade obrigue a se alimentar nesse tipo de
serviço, a receita é procurar gente que
faça comida a toda hora e “não comer
maionese e nada que possa estar feito de um dia para outro”. Na rua, a
orientação é comer arroz, salada verde, legumes e frutas. Evitar comidas muito pesadas, para não passar mal depois.
O médico recomenda que se beba água mineral ou filtrada, de
preferência. Segundo ele, as bebidas
alcoólicas pedem consumo moderado. “O mínimo possível, sempre, que permita
um carnaval gostoso”, alertou. “Principalmente, se for dirigir, é zero (consumo)”. Ele lembrou que é muito comum
nessa época se ver nas emergências dos hospitais gente alcoolizada, bêbada, que
se feriu em brigas e acidentes.
Para os passistas, que
muitas vezes desfilam em mais de duas escolas na mesma noite, ele recomendou
que a atenção deve ser redobrada. Eles devem “se manter sempre bem hidratados e bem alimentados”. Fonseca lembrou
que o uso da camisinha durante o
carnaval “é fundamental, para todos, para não serem surpreendidos depois”.
Falando à Agência Brasil,
o chefe da Emergência do Hospital Samaritano, Luís Fernando de Barros Correia,
explicou que os foliões devem ser separados entre os que têm alguma situação
clínica de tratamento e aqueles que não têm doença alguma. Para esses, as
preocupações são as habituais e envolvem desidratação, queimaduras de sol e
efeitos da alimentação nessa época.
O mesmo se aplica às
crianças, para as quais os responsáveis devem ter a máxima atenção. “Só
expô-las em ambientes adequados”. Os
pais devem evitar levar os filhos a ambientes que sejam cheios demais, em
lugares fechados ou abertos. Dar preferência a blocos específicos para
crianças. Ou seja, não misturar crianças
em blocos de adultos, porque elas podem se machucar ou serem machucadas,
“até de maneira inocente, porque as pessoas são adultas e estão pulando em
volta. Vai ter bloco, é bloquinho de criança”.
Deve-se evitar usar fantasias muito elaboradas, pesadas ou de material
sintético que impeçam as crianças de suar. Os calçados também devem ser adequados. As vestimentas precisam ser leves e de cores claras para permitir a
transpiração. Isso se aplica também aos adultos. “Porque a transpiração é o
mecanismo natural de refrigeração do nosso corpo”. Além disso, as crianças devem ser mantidas hidratadas e
com protetor solar próprio.
Quanto às pessoas que usam medicamentos contínuos,
como aqueles para diabetes, pressão alta ou outro problema de saúde, a
preocupação dos médicos é que não deixem
de tomar o remédio. “Tem que lembrar de tomar o remédio porque, senão, pode
ter uma complicação grave de uma doença crônica que vai ser piorada, porque
você está se agitando, está suando, está fazendo exercícios. Principalmente
pessoas que têm problema de coração, com pressão alta”.
Para todas as pessoas, a
recomendação de Luís Fernando Correia é que bebam moderadamente. “Não adianta
encher a cara no primeiro dia e perder o resto do carnaval no hospital ou em
casa mesmo, com uma ressaca danada”.
Uma vez que bebida faz parte
do carnaval, o especialista deu alguns conselhos para esta época do ano. “Se
beber, procure tomar bastante água durante o dia". Tomando água com a
bebida ou sempre, você vai evitar ficar bêbado muito rápido e vai evitar a
intoxicação pelo álcool também. E, de preferência, beber alimentado, para poder
facilitar o funcionamento do corpo”. O médico lembrou que esses são cuidados
básicos que as pessoas costumam esquecer no carnaval.
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