Uso
da camisinha no carnaval protege contra infecção que causa infertilidade
(Por Alana Gandra, Repórter.
Edição: Tereza Barbosa da Agência Brasil - 08/02/2013)
Rio de Janeiro - No período
do carnaval as pessoas não devem prescindir do uso da camisinha para se
proteger de doenças como a clamídia.
Desconhecida do grande público, a doença
sexualmente transmissível é considerada pela Organização Mundial da
Saúde (OMS) a principal causa
evitável da infertilidade de homens e mulheres, em todo o mundo.
Segundo o presidente regional da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica do
Rio de Janeiro, Hélio Magarinos Torres Filho, a doença afeta principalmente as
mulheres.
De acordo com a OMS, ocorrem
92 milhões de novos casos da infecção a cada ano. A preocupação, acentuou, é
que essa doença acomete mais a
população jovem. No Brasil, cerca de 10% das jovens na faixa de 15 anos
a 24 anos, atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), são identificadas com a
doença, de acordo com estudo elaborado em 2011 pela Secretaria de Estado da
Saúde de São Paulo. “Como é uma
doença sexualmente transmissível, [a clamídia] ataca mais as pessoas que têm
múltiplos parceiros. Por isso, acomete pessoas mais jovens”, disse
Magarinos.
Especialista em reprodução
humana pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia
(Febrasgo) e membro da Rede Latino-Americana de Reprodução Assistida (Redlara),
Márcio Coslovsky explicou que a clamídia
é um micro-organismo, transmissor de uma bactéria que acomete casais em plena
atividade sexual. É uma infecção sem aparência nas meninas. “Não aparece no preventivo, no exame de
sangue comum. Não dá ardência, não dá mau cheiro nem dá secreção vaginal
exagerada. A pessoa simplesmente não sabe que tem [a doença]”, disse.
Hélio Magarinos confirmou
que a infecção é pior na mulher porque vem, em geral, sem sintomas. “Na mulher,
preocupa um pouco mais por causa disso”. Ele advertiu, contudo, que a clamídia só vai causar infertilidade
depois de um tempo de infecção. “Ela começa a sair do útero e vai para
as trompas [onde pode causar danos por obstrução ou aderência]. Isso é que pode
causar infertilidade na mulher”. A clamídia é causada pela bactéria Chlamydia
trachomatis.
Segundo a OMS, a doença
responde por 25% das causas de infertilidade, sendo 15% nas mulheres e 10% nos
homens. Márcio Coslovsky explica que a
doença só é descoberta “anos depois, quando [o casal vai] tentar a gravidez e
não consegue”. O tratamento
é feito com antibióticos e pode
reverter a infertilidade se o diagnóstico é feito em tempo hábil.
Magarinos informou que há
dois tipos de exames para
detectar a clamídia: a pesquisa de
anticorpos no sangue, e o de secreções genitais, que é feito por biologia
molecular na uretra, no homem, e no colo uterino, na mulher. O exame de
secreções captura fragmentos do DNA da clamídia nas amostras.
De acordo com o Centro de
Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, cerca de 2,8 milhões de
americanos estão infectados com clamídia e não sabem. Márcio Coslovsky estimou
que no Brasil o número pode ser a metade disso, tomando por base a população de
jovens na faixa dos 17 aos 26 anos, com vida sexual ativa. Não há números
catalogados, entretanto, frisou.
Ele recomendou que o exame para detecção de clamídia deve
ser feito duas vezes por ano, especialmente por mulheres e homens jovens, com
vida sexual ativa. “Já faria muita diferença”. A precaução, insistiu,
continua sendo o uso de camisinha, ainda mais nessa época do carnaval.
USE CAMISINHA!!!
PREVINA-SE SEMPRE!!!
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