Pesquisadores
desenvolvem pomada que cura o HPV
(FINEP Notícias, com
Assessoria de Imprensa da Ufal - 21/3/2013)
O princípio ativo da pomada
é extraído da casca do barbatimão, planta comum no litoral brasileiro.
Pesquisadores da
Universidade Federal de Alagoas (Ufal) acabam de desenvolver uma pomada para a cura das verrugas
genitais, um dos sintomas mais
desconfortáveis do HPV, o papiloma vírus humano. O registro da patente já
está em andamento no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), e nos
EUA, com financiamento da FINEP, através da Chamada Pública PRO-INOVA, de apoio aos Núcleos de Inovação
Tecnológica (NITs).
A
pomada curou 100% dos pacientes submetidos ao tratamento da doença, no
Hospital Universitário da Ufal. A novidade foi desenvolvida utilizando o extrato de um vegetal comum na
flora do litoral brasileiro - o barbatimão. Segundo o professor Luiz Carlos
Caetano, do Instituto de Química e Biotecnologia da Ufal, foi na Zona da Mata
de Alagoas onde os pesquisadores encontraram a solução para o tratamento do
HPV.
“A pomada feita com o extrato das cascas do barbatimão mais comum na nossa
região, deu o resultado mais eficaz no tratamento dos pacientes. Suas cascas
têm coloração mais avermelhada do que as da planta encontrada na região
Sudeste, por exemplo, e foi por ela que seguimos nossos estudos”, explicou
Caetano. “Vale lembrar que as cascas do barbatimão são uma das mais
comercializadas em feiras do mercado fitoterápico de Maceió, sendo utilizadas pela população como agente
cicatrizante e anti-inflamatório”, acrescentou.
Durante cinco anos, 46
pacientes diagnosticados com alguns dos mais de 200 tipos do papiloma vírus
foram acompanhados no Hospital Universitário. Todos eles passaram por um tratamento de dois meses, utilizando
a pomada duas vezes por dia. O produto foi cedido aos voluntários pela
equipe da pesquisa, financiada pelo Núcleo de Inovação Tecnológica da
Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (NIT/Propep) da Universidade.
Há cerca de 15 anos
desenvolvendo pesquisas químicas e biotecnológicas relacionadas ao barbatimão,
o professor Luiz Carlos Caetano trabalhou em conjunto com o agrônomo Pedro
Accioly, professor do Centro de Ciências Agrárias, e o biólogo Zenaldo
Porfírio, docente do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde. Caetano
revela que não imaginava alcançar o desenvolvimento de um produto de aplicação
direta na área da saúde.
Foi a parceria com um
médico, o professor Manoel Álvaro, que deu a medida certa para a descoberta do
medicamento. A substância de origem
vegetal age na desidratação das células infectadas, que secam, descamam e
desaparecem. “Quando o produto chegar ao mercado será um divisor de águas,
porque vamos oferecer um tratamento sem
efeito colateral e que já nos abre os caminhos para as pesquisas em
pacientes de risco, no combate ao câncer
de colo do útero. Esse é o próximo passo”, explicou o professor Álvaro.
“Nós investimos em pesquisa
e queremos o retorno para reinvestir em outros estudos científicos que
beneficiam a população. Agora, estamos
buscando parcerias com grandes laboratórios para comercializar o produto”,
disse a coordenadora do Núcleo de Inovação Tecnológica da Ufal, Sílvia Uchôa,
ressaltando a satisfação do NIT em acreditar no potencial dos professores da
instituição.
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