segunda-feira, 20 de maio de 2013

REFLEXÃO: A VEREDA DOS JUSTOS



"Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora,
que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito". 



(Bíblia Sagrada. Livro de Provérbios- 4:18)

REPORTAGEM: EFICÁCIA DA MASTECTOMIA NA PREVENÇÃO DO CÂNCER DE MAMA - DISCUSSÃO


Ministério diz que não há consenso sobre eficácia da mastectomia para prevenção do câncer
(Por Elaine Patricia Cruz, Repórter da Agência Brasil. Edição: Andréa Quintiere e Juliana Andrade, 19/05/2013)  


São Paulo – O Ministério da Saúde alerta que ainda não há consenso científico sobre a eficácia da cirurgia de retirada das mamas (mastectomia) como forma de prevenção do câncer. O assunto ganhou destaque depois que a atriz norte-americana Angelina Jolie anunciou que se submeteu à cirurgia após ter feito um sequenciamento genético que identificou um “defeito” no gene BRCA1. Assim como a mãe, que morreu de câncer aos 56 anos, a atriz tem uma mutação nesse gene que aumenta o risco de desenvolvimento de câncer de mama e de ovário. Segundo a atriz, a mastectomia diminuiu em 85% as chances de ela ter um câncer de mama no futuro.

No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) não faz nem a mastectomia nem o exame de sequenciamento genético como forma de prevenir a doença. Segundo o Ministério da Saúde, a cirurgia para retirada das mamas só é feita depois da descoberta de um tumor. Alguns hospitais e clínicas particulares fazem o sequenciamento, que pode custar até R$ 7 mil.

“O maior problema que nós enfrentamos não é com relação à cirurgia, mas em se fazer o diagnóstico da mutação. O exame é caro, não está disponível na rede pública e nem todo mundo que teria a indicação para se fazer o exame tem acesso a ele”, disse a médica Maria Del Pilar Estevez Diz, coordenadora da Oncologia Clínica do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), em entrevista à Agência Brasil.

“Uma em cada nove ou dez mulheres vai desenvolver câncer de mama. Ele é muito frequente. É o principal câncer na população feminina. Segundo o Inca [Instituto Nacional do Câncer], são mais de 52 mil novos casos por ano.” Mas, para que a doença seja considerada hereditária,  não basta ter somente um caso registrado na família, como explica Maria Del Pilar. “É preciso ter uma história familiar forte, de múltiplos cânceres, e, além disso, identificar a mutação que é responsável por esse câncer hereditário”, explicou a médica. De acordo com o Ministério da Saúde, a hereditariedade responde por cerca de 10% do total de casos.

A mastectomia só é recomendada pelos médicos como prevenção quando a paciente já fez o sequenciamento genético. “Identificando-se essa paciente de risco, com muita calma, serenidade e certamente após várias consultas, deve-se discutir com ela as possibilidades de redução de risco”, disse Maria Del Pilar.

Nos casos de mulheres com histórico de câncer de mama na família, o Ministério da Saúde recomenda que elas façam acompanhamento médico a partir dos 35 anos para que o profissional avalie, junto com a paciente, os exames e procedimentos mais indicados.

O SUS oferece gratuitamente exames para o diagnóstico precoce de câncer de mama, além de tratamento e acompanhamento de pessoas com a doença”, diz o ministério, por meio de nota, acrescentando que, no ano passado, 4,4 milhões de exames de mamografia foram feitos no país.

Para este ano, o Ministério da Saúde estimou 52.680 novos casos de câncer de mama. Em balanço de 2010, o mais recente divulgado pelo ministério, 12.852 pessoas morreram por causa da doença, sendo que, desse total, 12.705 eram mulheres.

REPORTAGEM: A CONTRATAÇÃO DE MÉDICOS ESTRANGEIROS NO BRASIL (CUBANOS, PORTUGUESES, ESPANHÓIS)


Contratar médicos estrangeiros não pode ser 'tabu' no Brasil, diz Padilha
Ministro da Saúde afirma que cogita firmar intercâmbio com Portugal e Espanha, países que têm médicos bons e afetados pela crise
(Por Sarah Fernandes, da Rede Brasil Atual, publicado em 13/05/2013)


Ministro descartou atender reivindicação de Santas Casas de dobrar o valor pago por cem procedimentos médicos.

São Paulo – O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou hoje (13), em São Paulo, que os brasileiros não podem encarar “como um tabu” a atração de médicos estrangeiros para atenderem no Brasil “porque em outros países isso não é visto dessa forma”. De acordo com ele, o governo federal, que na semana passada anunciou a vinda de seis mil profissionais cubanos, quer firmar parcerias de intercâmbio com Portugal e Espanha para que os médicos atuem em áreas isoladas e nas periferias das grandes cidades.

“Esses países têm uma taxa de cerca de quatro médicos por mil habitante (no Brasil são dois para cada mil) e, como muito estão desempregados por conta da crise, acredito que seja uma boa oportunidade”, afirmou Padilha, durante a inauguração de 90 novos leitos no Hospital Santo Antônio, ligado à Beneficência Portuguesa, no bairro da Penha, na zona leste de São Paulo.

O ministro não tratou sobre a notícia da vinda de seis mil médicos cubanos para o Brasil, anunciada na última semana e criticada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), que reivindicava uma revalidação do diploma. “O nosso foco é Portugal e Espanha”, disse.

De acordo com Padilha, os médicos estrangeiros não poderão apenas prestar uma prova de qualificação e concorrer no mercado com os brasileiros. “Eles virão para trabalhar nas áreas mais remotas do país, nos municípios do interior e nas periferias das grandes cidades, onde há mais carência de médicos.”

“Estamos estudando o que os outros países fazem e já descartarmos algumas opções, como a validação automática do diploma e uma política para atrair profissionais de países que têm menos médicos por mil habitantes que nós”, disse. “Eu, como ministro, vendo nossa necessidade, não vou ficar assistindo exemplos como Portugal e Espanha, que têm médicos de qualidade desempregados devido à crise, que poderiam vir para o Brasil em intercâmbio.”

Reajuste

O ministro descartou também que vá atender à reivindicação de Santas Casas e hospitais filantrópicos de dobrar o valor pago pelo Sistema Único de Saúde com procedimentos médicos. “Nós não vamos repetir uma política histórica de reajustes lineares da tabela do SUS. Com ela, os hospitais se organizavam não para atender as prioridades da população, mas para fazer coleção de exames”, disse.

Segundo Padilha, os hospitais receberam mais dinheiro se, por exemplo, abrirem mais vagas para cirurgias, aumentando as internações e os leitos de UTI. “Quem colocar mais leitos para atender emergência ou reduzir filas de cirurgias vai receber mais. Mudamos a regra para pagar melhor os hospitais filantrópicos que atenderem melhor a população.”

Sobre a dívida histórica das 2.100 Santas Casas brasileiras, que chegou a R$ 12 bilhões no final do ano passado, o ministro afirmou que estuda “trocar essas dívidas por mais atendimento” e que o reajuste linear da tabela do SUS é um dos responsáveis por ela.
Os novos leitos do Hospital Santo Antônio inauguram um novo modelo de parceria no município, em alternativa à administração de centros de saúde por organizações sociais, as chamadas OSs. Além dos novos leitos serem administrados por hospitais filantrópicos, no caso da Beneficência Portuguesa, haverá a presença de um gestor da prefeitura integralmente no hospital para acompanhar as atividades.

“Eu diria que o principal problema da saúde em São Paulo é a fila de espera e depois a qualidade do atendimento”, disse o prefeito Fernando Haddad (PT) durante a inauguração. “Vamos inaugurar mil novos leitos hospitalares ao longo dos quatro anos. Teremos mais recursos federais e municipais para os hospitais filantrópicos."

NOTÍCIA: POMADA TRATA E PODE CURAR O HPV - EM PROCESSO NO BRASIL


Pesquisadores desenvolvem pomada que cura o HPV
(FINEP Notícias, com Assessoria de Imprensa da Ufal - 21/3/2013)


O princípio ativo da pomada é extraído da casca do barbatimão, planta comum no litoral brasileiro.

Pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) acabam de desenvolver uma pomada para a cura das verrugas genitais, um dos sintomas mais desconfortáveis do HPV, o papiloma vírus humano. O registro da patente já está em andamento no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), e nos EUA, com financiamento da FINEP, através da Chamada Pública PRO-INOVA, de apoio aos Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs).  

A pomada curou 100% dos pacientes submetidos ao tratamento da doença, no Hospital Universitário da Ufal. A novidade foi desenvolvida utilizando o extrato de um vegetal comum na flora do litoral brasileiro - o barbatimão. Segundo o professor Luiz Carlos Caetano, do Instituto de Química e Biotecnologia da Ufal, foi na Zona da Mata de Alagoas onde os pesquisadores encontraram a solução para o tratamento do HPV. 

“A pomada feita com o extrato das cascas do barbatimão mais comum na nossa região, deu o resultado mais eficaz no tratamento dos pacientes. Suas cascas têm coloração mais avermelhada do que as da planta encontrada na região Sudeste, por exemplo, e foi por ela que seguimos nossos estudos”, explicou Caetano. “Vale lembrar que as cascas do barbatimão são uma das mais comercializadas em feiras do mercado fitoterápico de Maceió, sendo utilizadas pela população como agente cicatrizante e anti-inflamatório”, acrescentou.

Durante cinco anos, 46 pacientes diagnosticados com alguns dos mais de 200 tipos do papiloma vírus foram acompanhados no Hospital Universitário. Todos eles passaram por um tratamento de dois meses, utilizando a pomada duas vezes por dia. O produto foi cedido aos voluntários pela equipe da pesquisa, financiada pelo Núcleo de Inovação Tecnológica da Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (NIT/Propep) da Universidade.

Há cerca de 15 anos desenvolvendo pesquisas químicas e biotecnológicas relacionadas ao barbatimão, o professor Luiz Carlos Caetano trabalhou em conjunto com o agrônomo Pedro Accioly, professor do Centro de Ciências Agrárias, e o biólogo Zenaldo Porfírio, docente do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde. Caetano revela que não imaginava alcançar o desenvolvimento de um produto de aplicação direta na área da saúde.

Foi a parceria com um médico, o professor Manoel Álvaro, que deu a medida certa para a descoberta do medicamento. A substância de origem vegetal age na desidratação das células infectadas, que secam, descamam e desaparecem. “Quando o produto chegar ao mercado será um divisor de águas, porque vamos oferecer um tratamento sem efeito colateral e que já nos abre os caminhos para as pesquisas em pacientes de risco, no combate ao câncer de colo do útero. Esse é o próximo passo”, explicou o professor Álvaro.

“Nós investimos em pesquisa e queremos o retorno para reinvestir em outros estudos científicos que beneficiam a população. Agora, estamos buscando parcerias com grandes laboratórios para comercializar o produto”, disse a coordenadora do Núcleo de Inovação Tecnológica da Ufal, Sílvia Uchôa, ressaltando a satisfação do NIT em acreditar no potencial dos professores da instituição.

NOTÍCIA: COPA DO MUNDO - ANVISA E GOVERNO EM AÇÕES PREVENTIVAS CONTRA EPIDEMIAS


Copa: Anvisa afirma que governo vai intensificar prevenção para evitar epidemias
(Agência Câmara Notícia, 08/05/2013. Reportagem - Wamberto Noronha. Edição – Regina Céli Assumpção. Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)


Agenor: a vigilância sanitária está encarregada de prevenir várias formas de contaminação, desde limpeza das mãos até fiscalização do sistema de água.

O diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) José Agenor Álvares da Silva afirmou nesta quarta-feira na Câmara que o governo federal vai intensificará a prevenção contra epidemias originárias de outros países, durante a realização das copas de futebol neste ano e em 2014.

Durante audiência pública promovida pelas comissões de Seguridade Social e Família e de Defesa do Consumidor sobre como autarquia atuará nos grandes eventos de massa no Brasil, a representante do Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde, Rejane Gonçalves, ressaltou que a Copa do Mundo está aproximando os diversos órgãos de vigilância sanitária dos entes federados. “Porém, é preciso criar mais laboratórios e equipá-los para o combate de epidemias”, acrescentou.

Ex-presidente da Comissão de Seguridade Social, o deputado Mandetta (DEM-MS) concordou com a observação. "É uma solicitação correta. Todos os estados têm de ter o seu laboratório de excelência onde se consiga fazer isolamento viral, onde se consiga saber de quais as doenças que as pessoas estão sendo acometidas."

A representante do Ministério do Esporte, Liene Gomes, disse que o governo federal está qualificando profissionais de saúde para atuar nos estádios de futebol.

Liene Gomes: o governo federal está qualificando profissionais de saúde para atuar nos estádios de futebol.

Autor de requerimento para criar uma comissão externa para fiscalizar a saúde, inclusive a vigilância sanitária, nas competições esportivas internacionais, o deputado Mandetta elogiou a Anvisa mas alertou para alguns cuidados que devem ser tomados.

O parlamentar assinalou que a vigilância sanitária estará encarregada das várias formas de prevenção da contaminação, como a limpeza das mãos, educação para a higiene, guarda de alimentos, fiscalização do sistema de água. Mas ele acredita que ainda é preciso melhorar o sistema sanitário, orientar os turistas que vierem sobre as doenças que são típicas de alguns lugares daqui, como a leishimaniose, a malária, a dengue, com sazonalidade. “Isso é um capítulo da vigilância sanitária, que eu acredito que ela está fazendo o seu trabalho, mas não estou vendo o trabalho da assistência para preparar o porte desse sistema para a entrada de 50, 100 mil pessoas a mais."

O representante do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, Manoel Neto, cobrou a implantação de uma carreira para quem fiscaliza as condições sanitárias.
A Segunda Semana da Vigilância Sanitária no Congresso Nacional termina amanhã, com a realização da audiência pública "Direito Sanitário e Legislação em Saúde", com a presença do ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Segundo o presidente da Comissão de Seguridade, deputado Dr. Rosinha (PT-PR), o objetivo das audiências é promover um amplo debate com o Parlamento sobre as ações realizadas pelo Sistema Nacional de Vigilância Sanitária.

Os eventos contarão com a participação dos 27 coordenadores de Vigilância Sanitária nos estados e dos 26 coordenadores de Vigilância Sanitária nas capitais dos estados visando a fortalecer a representação da vigilância sanitária nas três esferas de governo.

RECEITA: SALADA COLORIDA DE LEGUMES


Salada Colorida de Legumes
(Por CyberDiet.com)



Ingredientes:

·         1 unidade de cenoura ralada
·         2 unidade de jiló ralado
·         1 unidade de cebola ralada
·         1 unidade de beterraba ralada
·         1 unidade de rabanete ralado
·         1 folha de repolho picada
·         1 unidade de pepino japonês picado
·         3 folhas de alface crespa picada
·         3 folhas de almeirão picada
·         2 folhas de acelga picada
·         vinagre branco
·         sal
·         pimenta-do-reino branca

Modo de Preparo:

Misture tudo, mas arrumando no prato, e tempere a gosto.

Valor nutricional e calórico por porção:

·         -1 porção = 100g
·        - número de porções = 8
·        - calorias = 26kcal
·        - carboidratos = 6,12g
·        - proteínas = 1,23g
·        - lipídios = 0,21g

BOM APETITE!!!

REPORTAGEM: ENTRAVES PARA A COLETA SELETIVA NO BRASIL - POLÍTICA DE RESÍDUO SÓLIDOS


Expansão da reciclagem esbarra em 'gargalos' do setor
Falta de capacitação, de coleta seletiva, além de peso tributário, estão entre principais entraves para a Política Nacional de Resíduos Sólidos, a vigorar no ano que vem.
(Por Vinícius Lisboa, da Agência Brasil, publicado 17/05/2013)


A pouco mais de um ano para entrar em vigor, Política Nacional de Resíduos Sólidos ainda está longe de encontrar condições ideais.

Rio de Janeiro – A coleta seletiva ainda enfrenta gargalos para se tornar abrangente no país, como determina a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que entrará em vigor na segunda metade do ano que vem. A avaliação foi feita por André Vilhena, diretor do Compromisso Empresarial pela Reciclagem (Cempre), fórum que reúne 38 grandes empresas nacionais e multinacionais desde a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio 92.

Vilhena destaca que um dos entraves para o avanço da coleta seletiva no Brasil é a falta de qualificação dos gestores locais responsáveis por elaborar os planos municipais de resíduos sólidos: "O envolvimento das prefeituras é o ponto de partida. Temos hoje poucos municípios fazendo a coleta seletiva e, principalmente, fazendo a coleta seletiva de forma abrangente. Para mudar isso, os gestores públicos necessitam de treinamento para que possam efetivamente implantar os programas em seus municípios".

A falta de capacitação é mais grave no interior, mas também está longe do ideal nas grandes cidades: "Vamos pegar os exemplos das maiores cidades do Brasil: os programas tanto de São Paulo quanto do Rio de Janeiro são muito pouco abrangentes, precisam passar por uma reformulação e ampliação significativas. Sem dúvida alguma, no curto espaço de tempo, precisamos melhorar muito os programas de coleta seletiva nas cidades brasileiras, especialmente nas maiores".

Com programas de coleta seletiva pouco organizados, a indústria recicladora padece de pouca oferta de matéria-prima e, segundo estimativas do Cempre, funciona, em média, com capacidade ociosa entre 20% e 30%. Levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em 2010 já mostrava que o Brasil deixava de movimentar R$ 8 bilhões anualmente por não aproveitar o potencial do setor. De acordo com o Cempre, apenas 14% das cidades brasileiras têm coleta seletiva, sendo 86% delas no Sudeste.

Outro entrave para a reciclagem no Brasil, segundo Vilhena, é o peso tributário sobre o setor, que se beneficiaria de mudanças na cobrança de impostos: "De cara, deveria ser dispensado o recolhimento do ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços] na venda de sucatas e materiais recicláveis, além de produtos com 100% de material reciclado. Poderia ser feita, a partir disso, uma redução gradativa do imposto conforme o percentual de material reciclado na composição", defende ele, que acredita haver bitributação no caso do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI): "em alguns setores, o produto já teve a cobrança do IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados]. quando foi descartado, e tem o desconto de novo durante a reciclagem".

Edson Freitas, da organização não governamental EccoVida, concorda com as duas análises: "muita gente prefere a informalidade por causa dos impostos. Pago uns 30% de imposto sobre minhas garrafas e ainda tenho que pagar para destinar o lixo não aproveitável. Um dos projetos que desenvolvo, de produção de telhas a partir de PET [politereftalato de etileno, utilizado na fabricação de embalagens e outros produtos], eu trouxe de Manaus, porque lá não era viável por falta de plástico selecionado".

Em seu galpão, o presidente da ONG conta que processa mil toneladas de material reciclado por mês, mas a falta de oferta o impede de vender o dobro disso de matéria-prima para fábricas como a Companhia de Bebidas das Américas (Ambev), que usa suas PETs na produção de garrafas 100% recicladas, que corresponderam a 28% da produção em 2012 e devem chegar a 40% em 2013. No ano passado, a companhia reutilizou 60 milhões de PETs na produção, número que deve saltar para 130 milhões neste ano, com a autorização da Anvisa para o uso de material reciclável em mais três fábricas da empresa, somando seis homologadas.

A produção de PET a partir de material reciclável economiza 70% de energia e reduz em 70% a emissão de gás carbônico na atmosfera. Além das PETs, a Ambev também produz, em sua fábrica de vidro, sete em cada dez garrafas desse material inteiramente com cacos reciclados, sendo 88% deles provenientes da própria cervejaria e 12% de cooperativas.

O problema da falta de material de que Freitas se queixa, no entanto, não é causado só pela escassez de planos municipais. Para Vilhena, é preciso maior envolvimento da população: "Temos que melhorar o engajamento do cidadão brasileiro nos programas de coleta seletiva, que ainda estão aquém do desejado".

Edson Freitas destaca que é preciso uma mudança de pensamento em relação aos materiais recicláveis: "nem chamo de lixo uma PET ou uma embalagem de papelão, porque não são lixo. Têm o mesmo valor que tinham quando o produto estava armazenado dentro delas. É só limpar que continua a ser material com valor comercial e utilidade".

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