Ministério da Saúde recomenda comida caseira para combater obesidade e diabetes
(Por
Redação da RBA, publicado 05/11/2014)
Visando
a reduzir a desnutrição e doenças crônicas, órgão lançou um guia para
alimentação saudável. Ao todo, 50,8% dos brasileiros estão acima do peso ideal
e 17,5% são obesos. O ideal é fazer as refeições em horários regulares,
ambientes apropriados e com companhia.
São
Paulo – O Ministério da Saúde lançou em (5/11/2014) o novo Guia Alimentar para
a População Brasileira, que atualiza a versão de 2006 trazendo informações para
uma dieta saudável, saborosa e balanceada. O objetivo é combater a obesidade,
que já atinge metade da população do país, a diabete e a hipertensão. O livro
sugere, por exemplo, que as pessoas cozinhem em casa, optem por refeições
caseiras e dispensem produtos industrializados, como sopas de pacote, macarrão
instantâneo e pratos congelados.
Com
a redução da pobreza e da queda nos casos desnutrição, tema ainda abordado no
guia, novos problemas alimentares começam a preocupar o Ministério da Saúde: de
acordo com a pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças
Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2013, 50,8% dos brasileiros
estão acima do peso ideal e 17,5% são obesos. Os percentuais são 19% e 48%
superiores que os registrados em 2006, respectivamente.
“Mais
do que um instrumento de educação alimentar e nutricional, o guia se insere
dentro da estratégia global de promoção da saúde e do enfrentamento e do
excesso de peso, que já atinge mais da metade da população brasileira. A carga
de doença associada à obesidade é imensa. Para sair da agenda da doença,
precisamos trabalhar pela melhoria da alimentação e incentivar a prática de
hábitos saudáveis. Não estamos proibindo nada, mas temos recomendações claras
de qual alimento priorizar”, destacou o ministro da Saúde, Arthur Chioro,
durante a cerimônia de lançamento do guia, na manhã de hoje, em Brasília.
A
principal recomendação é que as pessoas optem por refeições caseiras e
evitem os fast food e os alimentos industrializados, como sopas de pacote,
pratos congelados e molhos e misturas prontas. Na hora de cozinhar, a dica é usar moderadamente óleos, gorduras, sal e açúcar, e consumir de forma
limitada alimentos processados, como queijos, embutidos e conservas,
utilizando-os apenas como ingredientes ou parte de refeições. Para sobremesa, o ideal são os doces caseiros.
Além
de orientar o que comer, o guia recomenda também que se preste atenção em como
comer. O ideal é fazer as refeições em horários regulares, ambientes
apropriados e sempre que possível com uma companhia. Não vale comer assistindo
televisão, falando no celular ou usando o computador. Também é importante ficar
atento à forma como os alimentos são produzidos e distribuídos, privilegiando
aqueles cuja produção e distribuição sejam social e ambientalmente sustentável,
como os alimentos orgânicos e de base agroecológica.
Conheça
os dez passos para uma alimentação adequada e saudável:
- Fazer de alimentos in natura ou minimamente processados a base da alimentação
- Fazer de alimentos in natura ou minimamente processados a base da alimentação
-
Utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e
cozinhar alimentos e criar preparações culinárias
-
Limitar o consumo de alimentos processados
-
Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados
-
Comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que
possível, com companhia
-
Fazer compras em locais que ofertem variedades de alimentos in natura ou
minimamente processados
-
Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias
-
Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece
-
Dar preferência, quando fora de casa, a locais que servem refeições feitas na
hora
-
Ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre alimentação
veiculadas em propagandas comerciais
-
Outra dica é apostar na culinária e no planejamento das refeições envolvendo
amigos e familiares na preparação.
“No
Brasil e em muitos outros países, a transmissão de habilidades culinárias entre
gerações vem perdendo força”, admitiu a coordenadora de Alimentação e Nutrição
do Ministério da Saúde e responsável pela coordenação geral do projeto de
elaboração do Guia Alimentar, Patrícia Jaime. “Por isso, o Guia Alimentar
dedica uma parte importante de suas recomendações à valorização do ato de
cozinhar, ao envolvimento de homens e mulheres, adultos e crianças nas
atividades domésticas relacionadas ao preparo de refeições e à defesa das
tradições culinárias como patrimônio cultural da sociedade.”
A
publicação se dirige às famílias, profissionais de saúde, educadores e agentes
comunitários de saúde. A versão impressa, com 151 páginas ilustradas, será
distribuída às unidades de saúde de todo o país. O guia foi produzido em
parceria com o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da
Universidade de São Paulo e com o apoio da Organização Pan-Americana da Saúde,
em um processo que envolveu profissionais de saúde, educadores e representantes
de organizações da sociedade civil de todas as regiões do Brasil. A conclusão
contou ainda com o resultado de uma consulta pública que envolveu 436
participantes e recebeu 3.125 comentários e sugestões.
Saiba
quais são os diferentes tipos de alimentos:
-
Alimentos in natura: essencialmente partes de plantas ou de animais, como
carnes, verduras, legumes e frutas.
-
Alimentos minimamente processados: aqueles submetidos a processos que não
envolvam agregação de substâncias ao alimento original, como limpeza, moagem e
pasteurização. Neste grupo estão arroz, feijão, lentilhas, cogumelos, frutas
secas e sucos de frutas sem adição de açúcar ou outras substâncias; castanhas e
nozes sem sal ou açúcar; farinhas de mandioca, de milho, de tapioca ou de trigo
e massas frescas.
-
Alimentos processados: são fabricados pela indústria com a adição de sal ou
açúcar para torná-los duráveis e mais palatáveis e atraentes, como conservas em
salmoura (cenoura, pepino, ervilhas, palmito); compotas de frutas; carnes
salgadas e defumadas; sardinha e atum de latinha, queijos e pães.
-
Alimentos ultraprocessados: são formulações industriais, em geral, com pouco ou
nenhum alimento inteiro e com aditivos. Estão neste grupo salsichas, biscoitos,
geleias, sorvetes, chocolates, molhos, misturas para bolo, barras energéticas,
sopas, macarrão e temperos instantâneos, batatas chips, refrigerantes e
produtos congelados e prontos para aquecimento como massas, pizzas,
hambúrgueres e nuggets.
CUIDE BEM DE SUA ALIMENTAÇÃO!!!
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