quinta-feira, 31 de março de 2011

ARTIGO: TOC - TRANTORNO OBCESSIVO-COMPULSIVO

CONHECENDO O TOC...

O TOC na História

São incontáveis os personagens conhecidos da história que eram portadores de TOC. Segundo consta, Charles Darwin, o criador da Teoria da Evolução, tinha clássicos sintomas obsessivos, envolvendo ordem e colecionismo. Aliás o mundo tem muito a agradecer a capacidade obsessiva de organização dos pacientes portadores de TOC.
Howard Hughes, o famoso milionário americano (filme Aviator, com Brad Pit), um dos pioneiros magnatas da indústria aeronáutica, tinha sérios rituais obsessivos-compulsivos cujo tema éra limpeza e contaminação, os mesmo sintomas do cantor Michael Jackson.

TOC no Cinema

Psipoint é um site que cita três filmes onde personalidade do portador de TOC é muito bem retratada. Vejamos:

MELHOR IMPOSSÍVEL (Aa Good as it Gets, com Jack Nickolson) - Em “Melhor é Impossível”, Melvin Udall é um escritor de romances quentes e tórridos. Porém, a vida pessoal dele é muito diferente daquilo que ele produz como profissional, já que ele mantém o mundo a uma distância muito segura. Ele mantém seu isolamento usando ativamente sua personalidade abrasiva. Uma personalidade que ele manteve cuidadosamente durante anos e que acabou por transformar-se num instrumento cego.

Quando uma fã questiona o escritor sobre o seu trabalho querendo saber como ele escreve tão bem para as mulheres, ele responde que fala o que pensa dos homens. Ele costuma referir-se ao seu vizinho gay, Simon, como um "bicha" que flutua ao redor. Ele limpa criteriosamente sua mesa favorita num restaurante, falando para judeus ao lado que, "… [os seus] apetites não eram tão grande quanto seus narizes"
A vida de Melvin é um de intenso ritual de regularidade e controle. Ele se recusa tocar qualquer coisa pública, ou deixar qualquer um tocá-lo. Quando caminha Enquanto caminha por uma calçada abarrotada, ele luta muito para não pisar em qualquer junta ou rachas. Ele fará sempre um grande esforço para que suas necessidades sejam cumpridas, a fim de que sua vida permaneça ordenada.” Veja o site
Psipoint

A Associação de Portadores de Síndrome de Tourette, Tiques e Transtorno Obsessivo-Compulsivo, através de seu site, traz importantíssimas orientações para portadores de TOC. Veja alguns trechos:

"Se você ou uma pessoa de quem você gosta foi diagnosticada com Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), talvez a sua impressão é de que você seja a única pessoa a enfrentar as dificuldades dessa doença. Mas você não está sozinho. Nos Estados Unidos, um em cada 50 adultos é atualmente portador de TOC e duas vezes esse número já sofreu da doença em algum momento de sua vida.
Felizmente, existem  tratamentos para esse transtorno que são muito eficazes e ajudam a recuperar uma qualidade de vida mais satisfatória. Eis aqui algumas das respostas às perguntas mais freqüentemente feitas sobre o Transtorno Obsessivo-Compulsivo.

Quando tem início?

O TOC pode começar em qualquer momento, desde a idade pré-escolar até a adulta (normalmente por volta dos 40 anos). De um terço à metade dos adultos com TOC relatam que o início se deu durante a infância. Infelizmente, o TOC passa despercebido com muita freqüência. Em média, as pessoas com TOC consultam 3 a 4 médicos e passam 9 anos à procura de tratamento, antes de receberem o diagnóstico correto. Os estudos comprovaram ainda que transcorrem em média 17 anos, desde o momento em que se instala o TOC até que as pessoas consigam tratamento adequado.

O TOC tende a ser sub-diagnosticado e sub-tratado por diversos motivos. As pessoas com TOC podem manter segredo sobre seus sintomas ou carecer de insight sobre sua doença. Nos serviços médicos, muitos não estão familiarizados com os sintomas e não estão treinados para dar o tratamento adequado. Algumas pessoas não têm acesso aos recursos de tratamento. Isso é uma pena, pois o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, inclusive a prescrição dos medicamentos corretos, podem ajudar as pessoas a evitar o sofrimento associado ao TOC e diminuir o risco de desenvolverem outros problemas, tais como a depressão ou problemas conjugais ou de trabalho...

COMO É TRATADO O TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO?


O primeiro passo no tratamento do TOC é instruir o paciente e sua família quanto ao TOC e seu tratamento como doença médica. Nos últimos 20 anos, foram desenvolvidos dois tratamentos eficazes para o TOC: a psicoterapia cognitiva-comportamental (TCC) e a medicação com antidepressivos.

Estágios do Tratamento

- Fase aguda: o tratamento destina-se a dar um fim ao episódio atual do TOC.
- Tratamento de manutenção: o tratamento destina-se a prevenir futuros episódios de TOC.


Componentes do Tratamento

- Educação: Este ponto é crucial para ajudar os pacientes e a família a aprenderem melhor como lidar com o TOC e prevenir suas complicações.
- Psicoterapia: A psicoterapia comportamental-cognitiva (CBT) é o elemento chave no tratamento da maioria dos pacientes com TOC.
- Medicação: A medicação com antidepressivos é de grande utilidade para muitos pacientes.

O que podem fazer a família e os amigos para ajudar?
Muitas pessoas da família se sentem frustradas e confusas perante os sintomas do TOC. Não sabem como ajudar. Se você tem alguém na família, ou um amigo com TOC, a sua tarefa primeira e mais importante é aprender o máximo possível sobre o transtorno, suas causas, seu tratamento.
Ao mesmo tempo, deve se certificar que a pessoa com o TOC tem acesso às informações sobre a doença.

Ajudar o doente a compreender que existem tratamentos úteis já é um grande passo em direção à sua recuperação. Quando uma pessoa com TOC se recusa a receber tratamento, a família se vê em dificuldades. Continue oferecendo material educativo. Em alguns casos, pode ser útil fazer uma reunião de família e discutir o problema, como se faz quando existe um problema de alcoolismo e a pessoa não quer se tratar.

Os problemas familiares não provocam TOC, mas a maneira das famílias reagirem aos sintomas poderá afetar o curso da doença, assim como os sintomas podem provocar grandes perturbações e problemas na família. Os rituais de TOC podem acorrentar sem piedade os membros da família, e às vezes é necessário que todos acompanhem o paciente na psicoterapia.
O terapeuta pode ajudar os membros da família a aprenderem como se desvencilhar dos rituais, passo a passo e com o consentimento do paciente. Uma interrupção abrupta da participação nos rituais do TOC, sem o consentimento do paciente, rara vez ajuda, uma vez que nem o paciente nem a família sabem como lidar com a angústia decorrente do fato.

A recusa em participar dos rituais não ajuda os que apresentam sintomas ocultos e, o que é mais importante, não ajuda o paciente a aprender uma estratégia de vida, para lidar com seus sintomas de TOC a longo prazo.
Comentários negativos, ou crítica dos familiares, em geral pioram o quadro do TOC, ao passo que uma família calma, que demonstra apoio, pode ajudar no resultado final do tratamento. Se a pessoa considerar suas opiniões como uma interferência, lembre-se que é a doença falando. Procure ser o mais gentil e paciente possível, pois é a melhor maneira de ajudar a pessoa a se livrar dos sintomas de TOC.

Dizer a uma pessoa que deve parar como seu comportamento compulsivo não ajuda e só faz a pessoa se sentir pior, porque não consegue. Ao invés disso, elogie qualquer tentativa de opor resistência ao TOC, focalizando sua atenção nos possíveis elementos positivos da vida da pessoa. Evite expectativas muito altas ou muito baixas.
Não force. Lembre-se que ninguém detesta mais o TOC do que a pessoa que tem o transtorno. Trate a pessoa normalmente, depois de recuperada, mas fique atento para os sinais de recaída. Se a doença estiver voltando, você poderá perceber isso antes que o próprio doente. Assinale os sintomas de maneira sutil e sugira uma conversa com o médico. Mas aprenda a diferenciar um dia ruim de um episódio de TOC. É importante não atribuir ao TOC tudo o que acontece de errado.

Os familiares podem ajudar o clínico no tratamento do paciente. Quando o doente estiver em tratamento, converse com o médico, se possível. Ofereça-se para visitar o médico junto com o paciente, para compartilhar suas opiniões sobre o andamento do tratamento.
Encoraje o paciente a se manter fiel à medicação e/ou à psicoterapia. No entanto, se o paciente já estiver sob tratamento por um longo período sem apresentar grandes melhoras nos sintomas, ou sente efeitos colaterais perturbadores, encoraje-o a procurar o médico para obter outro tratamento, ou a procurar uma segunda opinião.


Quando crianças e adolescentes são portadores de TOC, é importante que os pais trabalhem juntamente na escola com os professores, para ter certeza de que eles compreendem o transtorno. Como no caso de qualquer criança com alguma doença, os pais devem estabelecer limites coerentes e fazer com que a criança ou adolescente saiba exatamente o que se espera deles." 
Veja o site da ASTOC


Sintomas somáticos que podem sugerir a existência de TOC

- Dermatite. Os pacientes com TOC podem aparecer à consulta com lesões nas mãos ou com erupções ocasionadas por lavagem repetida. Ente os pacientes tratados por dermatite, cerca de 36% deles tinha TOC; nenhum deles havia referido sintomas obsessivos ao dermatologista.
- Onicopatia (unhas). Infecções crônicas das unhas decorrentes de roer excessivamente ou morder compulsoriamente o canto dos dedos.
- Alopecia (falta de cabelos). Em pacientes com tricotilomania (arrancar cabelos).
- Gengivite ou infecção gengival por escovação dental excessiva.
- Sintomas somáticos de depressão. A elevada concomitância do TOC com a depressão faz com que, em muitos casos, os pacientes procurem a consulta por qualquer dos sintomas freqüentes de depressão (fadiga crônica, transtornos do apetite, transtornos do sono, redução de peso, constipação, diarréia, cefaléias...).


Rituais mais freqüentes no TOC

I) Rituais de limpeza e de lavagem. Os pacientes podem chegar a lavar as mãos 20 ou 30 vezes ao dia, ou tomar um banho durante diversas horas.
2) Rituais de recontagem. Os pacientes repetem ações um certo número de vezes, a fim de prevenir sucessos indesejados. O número de vezes pode ser estabelecido por números mágicos.
3) Rituais de comprovação. Os pacientes comprovam repetidamente se a porta está fechada, se o fomo está apagado, se a tomada está desligada, etc. Em outros casos, realizam-se comprovações para segurança de não sofrerem nenhuma doença.
4) Comportamentos meticulosos. Os pacientes se asseguram de que os objetos estão na ordem adequada, ou colocados de forma simétrica.

Para maiores informações, acesse:

Veja o comportamento, apartir de um filme com Nicholas Kage:

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