sábado, 26 de março de 2011

NOTÍCIA: MEDICAMENTO PARA OSTEOPOROSE

Folha de São Paulo, 08-02-2011
MARIANA VERSOLATO

Quem toma bisfosfonatos, classe de remédios mais usada no tratamento da
osteoporose, pode ter um benefício extra: cinco anos a mais de vida em
comparação aos que usam outros medicamentos para o mesmo problema.
Puberdade mais cedo diminui risco da doença
A conclusão é de uma pesquisa australiana do Garvan Institute of Medical
Research de Sidney, publicada no "Journal of Clinical Endocrinology and
Metabolism".
Os resultados se basearam num estudo feito na cidade de Dubbo, no País de
Gales, com mais de 2.000 pessoas acima de 60 anos.
Entre elas, um grupo de 121 pacientes se tratou com bisfosfonatos por três anos.
Em comparação com outros grupos que utilizavam diferentes formas de
tratamento, como vitamina D ou hormônios, o primeiro teve maior expectativa de
vida.
Uma das hipóteses para o resultado, segundo os pesquisadores, está ligada ao
fato de que o osso atua como repositório de metais pesados tóxicos, como o
chumbo.
Quando a pessoa envelhece e perde massa óssea, essas substâncias seriam
liberadas no corpo, afetando a saúde. A prevenção da perda óssea com a droga
também poderia impedir isso.
Para Rosa Maria Rodrigues Pereira, responsável pelo ambulatório de osteoporose
do Hospital das Clínicas, essa justificativa é teoria nova.
O que se sabe, diz Pereira, é que o bisfosfonato reduz o risco de fraturas e,
portanto, aumenta a sobrevida.
"As fraturas levam à internação, que pode causar infecções de pulmão e outras
doenças", afirma.
Ari Halpern, reumatologista do Albert Einstein, concorda. Para ele, o estudo
demonstra que o remédio é eficaz contra as fraturas graves.
"Esses resultados apontam que os bisfosfonatos não reduzem o problema apenas
nos exames e na densidade óssea, mas têm impacto na qualidade de vida",
afirma.
Mas, segundo ele, não há nenhum estudo que afirme que os bisfosfonatos são
mais eficazes que outros tipos de tratamento.
POLÊMICA
Um dos efeitos colaterais do medicamento é irritação no esôfago e no estômago.
No ano passado, uma pesquisa publicada no "British Medical Journal" apontou que
o remédio pode dobrar o risco de câncer de esôfago.
Um mês antes, um estudo da Universidade de Oxford negava essa relação.
Ari Halpern diz que os efeitos do remédio nessa região do corpo podem ser
evitados com algumas medidas.
Algumas delas são tomar o remédio em jejum com um copo cheio d'água, não
comer nada depois de duas horas nem deitar-se logo em seguida, para não ter
refluxo.


Medicamento para osteoporose faz paciente viver mais

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