Ministério
da Saúde apresenta estrutura de saúde preparada para a Copa do Mundo de 2014
Cerca de 10 mil
profissionais foram capacitados para atuar durante o evento. Nas 12
cidades-sede, 531 unidades móveis do SAMU, 66 UPAs e 67 hospitais funcionam de
forma integrada para atender os torcedores brasileiros e estrangeiros
(Portal Saúde - Por Bárbara
Semerene e Amanda Costa, da Agência Saúde)
O Ministro da Saúde, Arthur
Chioro, apresentou neste sábado (15), em evento organizado pela FIFA, em São
Paulo, a estrutura do sistema de saúde
nacional preparada para a Copa do Mundo de 2014. Cerca de 10 mil
profissionais de Saúde foram capacitados para atuar durante o evento ao longo
dos últimos três anos. São servidores da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) e do Sistema Único de Saúde (SUS) que atuam em estados,
municípios, além de voluntários da Força Nacional do SUS.
As 12 cidades-sede têm um aparato de 531 unidades móveis do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
(SAMU), 66 Unidades de Pronto Atendimento
(UPAs), e 67 hospitais que
funcionam de forma integrada para fazer o atendimento da população local e dos
turistas brasileiros e estrangeiros. São elas - Belo Horizonte (MG), Brasília
(DF), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Natal (RN),
Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Paulo
(SP).
"Todo investimento que
o governo vem fazendo, entre 2011 e 2013, é destinado à qualificação da
estrutura médico-hospitalar tanto na área de urgência, na área de internação,
expansão dos leitos de terapia intensiva, leitos hospitalares, UPAs, e
qualificação do SAMU. São ações voltadas à estruturação e qualificação do
Sistema Único de Saúde dentro das redes de atenção à saúde, políticas
prioritárias do Ministério da Saúde, desenvolvidas desde o início do governo da
presidenta Dilma Rousseff", ressaltou Chioro.
O Ministério da Saúde vem
trabalhando para aprimorar a infraestrutura e organização dos serviços,
aproveitando a Copa do Mundo para qualificar o SUS não só durante o evento, mas
para deixar um serviço de maior qualidade como legado para os brasileiros. Em
2011, foi criada a Câmara Técnica Nacional de Saúde, que integra profissionais
de diversas áreas dos segmentos do Ministério da Saúde e das 12 cidades e
estados que sediarão os jogos para trabalhar de forma padronizada e integrada,
estruturando processos de gestão, mapeando os riscos e normatizando o trabalho
das ações de vigilância e assistência à saúde no âmbito nacional, estadual e
municipal.
"A expectativa e a necessidade
de atendimento para o público que vem para a Copa do Mundo e vai frequentar os
estádios é muito pequena. Toda a melhoria do Sistema Único de Saúde é um legado
que fica para a nossa população, para as nossas cidades-sedes, e também
impactam nas regiões metropolitanas onde elas estão localizadas. É uma
estruturação que já está disponível e ficará para o atendimento cotidiano da
população", frisou.
DEMANDA E PREPARO - Com
base no histórico de copas do mundo realizadas em outros países e na experiência
brasileira com a Copa das Confederações no ano passado, a expectativa é que,
nos locais dos jogos, de 1% a 2% dos torcedores necessitem de algum cuidado
médico. Deste percentual, mais de 99% das demandas costumam ser atendidas e
resolvidas no local. E entre 0,2% e 0,5% necessitam ser encaminhadas para
hospitais de alta complexidade. O perfil do público que costuma frequentar este
tipo de evento em sua maioria são jovens adultos, de 25 a 49 anos, que, em
geral, são saudáveis e não necessitam de cuidados especializados de saúde.
Além da estrutura já montada
para atender a população brasileira de forma contínua - que prevê o atendimento também de estrangeiros
no caso das urgências -, o Ministério da Saúde criou planos de contingência
para acidentes com múltiplas vítimas e para acidentes com produtos químicos,
biológicos, radiológicos e nucleares.
As secretarias estaduais e
municipais de saúde vão montar próximos
aos estádios postos médicos avançados, que funcionam como Unidades de
Pronto Atendimento. Se necessário, a
Força Nacional do SUS poderá complementar estes postos com até nove outros,
que serão montados apenas em situações que extrapolem a capacidade de resposta
das cidades-sede.
Para monitorar as situações
de risco, a demanda por atendimento e vigilância, e dar respostas coordenadas,
o Ministério da Saúde criou, em 2011, o Centro Integrado de Operações Conjuntas
da Saúde (CIOCS), que coordenará as ações de saúde juntamente com as
secretarias. Há uma sede em Brasília e um centro regional em cada cidade-sede.
Eles serão ativados até 20 dias antes do início da Copa do Mundo e permanecerão
ativos algumas semanas após para monitorar o retorno das delegações e turistas
aos seus países de origem. Cerca de 1,5 mil profissionais de saúde atuarão nas
atividades de campo e de monitoramento.
Graças aos CIOCS, foi
possível dimensionar os atendimentos realizados durante a Copa das
Confederações. Foram atendidos 1.598 torcedores entre os 796 mil que
participaram dos jogos. Não houve caso grave registrado. Cerca de 98% das
ocorrências foram resolvidas no local.
Nos estádios e
intermediações (até 2 quilômetros de distância das arenas), a FIFA é a
responsável pelos atendimentos de emergência. Mas haverá um profissional de referência do CIOCS dentro de cada
estádio para monitorar as ocorrências, além de outros profissionais da
vigilância e assistência para fazer a avalição de risco e garantir
atendimento, acionando a estrutura do SUS quando houver necessidade.
Os CIOCS fazem parte de uma
estrutura maior, que abrange os demais órgãos envolvidos na organização do
grande evento, que trabalham de forma articulada no Centro Integrado de Comando
e Controle Nacional (CICCN), criado em 2011. Este centro desenvolve ações
coordenadas de monitoramento e compartilhamento de informações conforme a
necessidade. Além do Ministério da Saúde, fazem parte do CICCN a Agência
Brasileira de Inteligência (Abin), Ministério da Defesa, Ministério da Justiça,
Ministério do Esporte, Política Federal, Defesa Civil, dentre outros. Há um
centro regional em cada cidade-sede.
O
SAMU vai trabalhar integrado às operadoras dos planos privados de saúde em
cidades onde acordos travados pela Agência Nacional de Saúde (ANS) devem
viabilizar que as ambulâncias do SUS encaminhem para hospitais particulares
pacientes com planos de saúde.
Em ação coordenada pela
Anvisa, os órgãos de vigilância
sanitária locais têm intensificado suas atividades de fiscalização em hotéis,
bares, restaurantes e hospitais. De forma articulada com a FIFA, a agência também está acompanhando a seleção
e estruturação dos prestadores de serviços de alimentação e saúde nas arenas.
Profissionais da vigilância sanitária estão sendo capacitados em grandes
eventos para avaliar as capacidades, identificar os pontos que requerem
harmonização e apoio técnico específico, testar ferramentas e realizar
intercâmbios de práticas exitosas. Nos portos e aeroportos, a Anvisa vai
ampliar o número de profissionais que trabalham na detecção e resposta a
eventos de interesse em saúde pública.
PREVENÇÃO
– O Ministério da Saúde tem realizado campanha junto aos profissionais que
atuam no ramo do turismo (taxistas, profissionais do setor hoteleiro) para
tomarem de forma gratuita no SUS vacina contra sarampo - doença comum nos
países da Europa.
O período da Copa não é propício
à transmissão da dengue por questões climáticas. Nesta época do ano há uma
queda de quase 74% dos casos da doença no país. Mesmo assim, o governo federal
vem direcionando recursos para campanhas de prevenção, principalmente nas
cidades-sede. Em 2013, destinou recurso adicional de R$ 363 milhões para os
Planos de Combate a Dengue dos municípios brasileiros - R$ 53,6 milhões
para as cidades-sede da Copa das Confederações. E serão realizadas inspeções
nos estádios e outros lugares de aglomeração para evitar criadouros do mosquito
e borrifação de inseticidas.
INFORMAÇÃO - O
Ministério da Saúde está usando tecnologia de ponta para desenvolver um aplicativo, destinado aos torcedores, que
fornecerá informações úteis sobre saúde, tais como localização de hospitais e
farmácias. O aplicativo também monitora informações de saúde em redes
sociais e faz o mapeamento de tendências de ocorrências epidemiológicas. Além
disso, mapeia o fluxo de viajantes vindo para o Brasil e a situação de risco de
seus países de origem por meio da detecção digital de doenças. A partir dos
resultados, serão tomadas providências para informar e proteger a população. O
aplicativo poderá ser acessado pelo celular.
Além disso, já está no ar
uma página do Ministério da Saúde
voltada para o viajante (www.saude.gov.br/viajante) onde é possível encontrar as
informações mais importantes para prevenção de Saúde. Cartazes e um livro de
bolso com as mesmas informações serão afixadas em locais de grande fluxo.
O Ministério da Saúde apoiou
a FIFA na elaboração do projeto "11
pela saúde", cujo objetivo é disseminar entre alunos de escolas
públicas das cidades-sede da Copa do Mundo 11 mensagens sobre saúde e futebol,
por meio de 11 vídeos gravados por craques do futebol mundial (Neymar, Lionel
Messi, Marta, entre outros). As escolas e alunos que participarão do programa,
selecionadas pelas Secretarias Municipais de Saúde, são parte do Programa Mais
Educação, do Ministério da Educação e Saúde na Escola, do Ministério da Saúde.
Os professores, que serão replicadores das mensagens nas escolas, participaram
de treinamento. O projeto será apresentado aos alunos a partir de 24 de
fevereiro, com duração de 13 semanas.
Em parceria com o Programa
Conjunto das Nações Unidas para o HIV/AIDS (Unaids), o Ministério da Saúde
também lançou a campanha "Proteja o
Gol", que prevê a oferta de 1,8 milhão de preservativos e 10 mil
testes rápidos, além de aconselhamento por meio de unidades móveis disponíveis
nas 12 cidades-sede.
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