Saúde recebe apenas 8% dos
investimentos públicos, aponta CMF
Setor está em 5º lugar na
lista de prioridades de gastos do Governo Federal
(24/2/2014 - Do R7)
Dos R$ 47,3 bilhões gastos
com investimentos pelo Governo Federal em 2013, o Ministério da Saúde foi
responsável por apenas 8,2% dessa quantia, segundo levantamento do CFM
(Conselho Federal de Medicina). Dentre os órgãos do Executivo, a Saúde aparece
em quinto lugar na lista de prioridades no chamado “gasto nobre”.
Segundo o levantamento as
obras em rodovias, estádios, mobilidade urbana e até armamento militar como
blindados, aviões de caça e submarinos nucleares ficaram a frente da
construção, ampliação e reforma de unidades de saúde e da compra de
equipamentos médico-hospitalares para atender o SUS (Sistema Único de Saúde).
De acordo com o presidente
do CFM, Roberto d’Ávila, o SUS
precisa de mais recursos e por isso foi entregue ao Congresso Nacional mais de
dois milhões de assinaturas em apoio ao projeto de lei de iniciativa popular
Saúde+10, que vincula 10% da receita bruta da União para o setor.
― Não bastasse o setor ter
sido preterido em relação a outros, quase R$ 5,5 bilhões deixaram de ser
investidos no ano passado.
Com base em dados do Siafi
(Sistema Integrado de Administração Financeira), o CFM revela em detalhes os
resultados da falta de qualidade da
gestão financeira em saúde. Do total de R$ 9,4 bilhões disponíveis para
investimentos em unidades de saúde em 2013, o governo desembolsou somente R$
3,9 bilhões, incluindo os restos a pagar quitados (compromissos assumidos em
anos anteriores rolados para os exercícios seguintes). Os valores foram bem
inferiores aos investimentos dos Transportes (R$ 11 bilhões), Defesa (R$ 8,8
bilhões), Educação (R$ 7,6 bilhões) e Integração Nacional (R$ 4,4 bilhões).
― Até compreendemos a
necessidade de proteção da soberania nacional. No entanto, milhões de profissionais de saúde e pacientes enfrentam uma guerra real
nas filas das urgências e emergências de todo o país, onde vidas são ceifadas
diariamente por falta de equipamentos para cirurgias, diagnósticos e leitos,
acrescentou o vice-presidente do CFM, Carlos Vital.
Os dados apurados pelo CFM
mostram ainda que, nos últimos 13 anos (2001 a 2013), foram autorizados R$ 80,5
bilhões específicos para este fim. No entanto, apenas R$ 33 bilhões foram
efetivamente gastos e outros R$ 47,5 bilhões deixaram de ser investidos.
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