CANÇÕES, Rio de Janeiro , 1946 - Vinícius de Moraes
*** Soneto de fidelidade
"De tudo, ao meu amor
serei atento
Antes, e com tal zelo, e
sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior
encanto
Dele se encante mais meu
pensamento"
De tudo, ao meu amor serei
atento
Antes,
e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que
mesmo em face do maior encanto
Dele
se encante mais meu pensamento
Quero vivê-lo em cada vão
momento
E
em seu louvor hei de espalhar meu canto
E
rir meu riso e derramar meu pranto
Ao
seu pesar ou seu contentamento
E assim quando mais tarde
me procure
Quem
sabe a morte, angústia de quem vive
Quem
sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa lhe dizer do amor
(que tive):
Que
não seja imortal, posto que é chama
Mas
que seja infinito enquanto dure
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