Pesquisa
usa plantas da Amazônia para produzir larvicida contra o Aedes
(Por
Paula Laboissière. Edição: Graça Adjuto - Agência Brasil, 06/04/2016)
Pesquisadores
da Universidade Federal do Amapá investigam o potencial de plantas da Amazônia
no controle de mosquitos vetores no Brasil – em especial, o Aedes aegypti,
transmissor da dengue, da febre chikungunya e do vírus Zika. O estudo analisa
extratos vegetais e óleos essenciais das plantas e sintetiza as chamadas
nanoemulsões – substâncias concentradas e que têm princípios ativos que podem,
por exemplo, matar larvas de mosquito ou afastar picadas de inseto.
Em
entrevista à Agência Brasil, o professor do Departamento de Ciências
Biológicas e da Saúde, Raimundo Nonato, informou que a equipe é composta por
aproximadamente dez pessoas – três profissionais da biologia e sete da área de
ciências farmacêuticas. A pesquisa, segundo ele, está em andamento há pelo
menos 12 meses. Recentemente, um artigo sobre os avanços alcançados pelo grupo
foi publicado na revista norte-americana Plus One.
“Já
temos mais de cinco substâncias que se mostraram extremamente eficientes na
atividade larvicida e que são oriundas de plantas testadas”, disse Nonato. “A
prioridade foi dada por causa da necessidade iminente de desenvolver
substâncias que possam colaborar para o controle das larvas de forma
ecologicamente mais correta, causando danos menores ao meio ambiente”,
completou.
Pelo
avanço dos trabalhos, a previsão do pesquisador é de que, com mais um ano de
estudo, a equipe consiga chegar à formulação final desses produtos. Em seguida,
inicia-se o processo de pedido de patente e o registro na Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa). “Sendo otimista, mais dois anos, no máximo”.
“A
Índia, o Paquistão e alguns grupos de pesquisadores nos Estados Unidos já têm
estudos bastante avançados na produção de repelentes a partir de extratos
naturais e óleos vegetais”, comentou Raimundo Nonato. “A produção, nesses
casos, tende a ter um custo menor, mas não é algo simples de se fazer. Para que
se produza um inseticida natural em grande escala, é necessário dominar
técnicas de cultivo e um conhecimento paralelo da parte agronômica”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário