Ministro
assina contrato de liberação de verbas para pesquisa com a fosfoetanolamina
(Por
Ascom do MCTI - 26/11/2015)
Documento libera R$ 2 milhões para que os laboratórios possam dar início aos testes pré-clínicos da substância. Prazo mínimo para conclusão da primeira etapa de ensaios é de sete meses. Pansera
destacou o anseio das famílias por uma resposta do Governo em relação à
questão.
O
ministro Celso Pansera assinou na tarde desta quarta-feira (25) a liberação de R$ 2 milhões para as pesquisas
sobre a eficácia e a segurança da fosfoetanolamina tenham início. O
montante será disponibilizado aos laboratórios credenciados para conduzir os
experimentos por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq/MCTI). Os testes pré-clínicos com a substância que pode
ter a propriedade de tratar o câncer devem durar ao menos sete
meses.
"O
que nós queremos é mostrar para a população brasileira, principalmente para as
famílias que possuem doentes, é que o MCTI está agindo com rigor, mas também
com muita agilidade, porque existe uma comoção nacional, existe um anseio das
famílias por uma resposta do Governo em relação à questão do tratamento do câncer, e a nossa obrigação
é agir dessa forma: com eficiência, rapidez, para dar uma resposta para o povo
brasileiro", afirmou Pansera.
Serão
três as unidades de pesquisa laboratorial: o Centro de Inovação e Ensaios
Pré-Clínicos (CIEnP), de Florianópolis (SC); o Núcleo de Pesquisa e
Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM), de Fortaleza (CE), ligado à
Universidade Federal do Ceará (UFC); e o Laboratório de Avaliação e Síntese de
Substâncias Bioativas (LassBio), do Rio de Janeiro (RJ), ligado à
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
As
análises serão divididas em três subprojetos, cada um coordenado por um
laboratório. Os resultados serão compartilhados entre as instituições para que
os estudos locais sejam conduzidos com base em referenciais cientificamente
comprovados pelas contrapartes. O presidente do CNPq, Hernan Chaimovich,
destacou a interdependência das ações entre os três atores para que a pesquisa
tenha sucesso.
"O
trabalho é interdependente, um depende do outro para dar continuidade à sua
pesquisa. É uma etapa muito importante
para sabermos se a fosfoetanolamina é realmente eficaz. Queremos dar
tranquilidade para a sociedade no menor tempo possível", destacou
Chaimovich.
Procedimento
O
MCTI já requereu à Universidade de São Paulo (USP) 500 gramas de fosfoetanolamina
sintética, que foi inicialmente desenvolvida no Instituto de Química de São
Carlos (IQSC), unidade do campus de São Carlos (SP). O material será, então,
distribuído aos laboratórios credenciados para que as pesquisas de segurança
farmacológica e eficácia do possível medicamento sejam cientificamente
comprovadas.
O
passo inicial é a verificação do
processo de produção do composto desenvolvido por Gilberto Chierice, de
acordo com a patente depositada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial
(INPI). Após esta etapa, será testada a
formulação da substância seguindo métodos diferentes.
Há
também a determinação da dosagem em
animais de experimentação, ao mesmo tempo em que são feitos testes em
baterias de tumores em ratos e camundongos, para avaliar qual é a dosagem
adequada. Após esta etapa, os
pesquisadores vão avaliar nas cobaias qual a melhor formulação para a possível
eficácia da fosfoetanolamina (comprimido, cápsula, intravenosa). Estas
etapas estão contempladas neste primeiro aporte de R$ 2 milhões do MCTI.
Se aprovada nestes testes, ela passará a ser administrada em seres humanos,
para comprovar sua possível efetividade,
na chamada fase 1. É nesta etapa que
são avaliados os efeitos colaterais em seres humanos e qual a dosagem adequada
para tratar a enfermidade. Na fase 2,
a fosfoetanolamina poderá ser ministrada
a portadores da doença, para nova etapa de avaliação da medicação no tratamento
do câncer. Em caso de sucesso, os
resultados serão comparados com outros tratamentos e, se avaliado como positivo, poderá ser disponibilizado para produção.
Ainda
que os resultados atestem a eficácia da fosfoetanolamina, é preciso seguir as
diretrizes de produção farmacêutica definidos pelo Ministério da Saúde (MS) e
pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). "A resposta, para
ser digna para a sociedade, tem que ser completa. Não podemos abrir mão de
princípios éticos. Temos que seguir os processos da Anvisa. Sem ética, não se
faz ciência", afirmou o diretor do NPDM, Odorico Moraes.
Comitiva
Um
grupo de 12 deputados federais, membros da Comissão de Seguridade Social e
Família (CSSF) da Câmara dos Deputados, compareceu à reunião do grupo de
trabalho sobre a fosfoetanolamina. Eles dialogaram com pesquisadores e
representantes do MCTI, do MS e da Anvisa para conhecer o procedimento de
pesquisa da substância.
Líder
do grupo, o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) demonstrou apoio à iniciativa
conduzida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. "Apoiamos
decididamente o trabalho que vocês vão fazer e queremos ajudar", ressaltou
o parlamentar.
Também
participaram da reunião os deputados federais Adelmo Carneiro Leão (PT-MG),
Carmem Zanotto (PPS-SC), Dr. João (PR-RJ), Dr. Sinval Malheiros (PV-SP), Dulce
Miranda (PMDB-TO), Eduardo Barbosa (PSDB-MG), Laura Carneiro (PMDB-RJ), Leandre
Dal Ponte (PV-PR), Misael Varella (DEM-MG), Raquel Muniz (PSC-MG) e Zenaide
Maia (PR-RN).
Além
deles, compareceram a secretária executiva do MCTI, Emília Ribeiro; o
secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento da Pasta,
Jailson de Andrade; o chefe de gabinete do Ministério, Carlos Azevedo; a
diretora do Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit) do Ministério da
Saúde, Márcia Luz da Mota; e a superintendente de Medicamentos e Produtos
Biológicos da Anvisa, Meiruze Souza Freitas.