Depressão
é tema de campanha da OMS para o Dia Mundial da Saúde de 2017
(Por
PAHO - Organização Pan-Americana da Saúde - 16 de dezembro de
2016)
No
marco do Dia Mundial da Saúde de 2017, comemorado a
cada 7 de abril, a Organização Mundial da Saúde (OMS) deu início
a uma campanha sobre depressão, transtorno que pode afetar pessoas
de qualquer idade em qualquer etapa da vida. Com o lema “Let’s
talk” (“Vamos conversar”, em português), a iniciativa
reforça que existem formas de prevenir a depressão e também de
tratá-la, considerando que ela pode levar a graves consequências.
Conversar
abertamente sobre depressão é o primeiro passo para entender melhor
o assunto e reduzir o estigma associado a ele. Assim, cada vez mais
pessoas poderão procurar ajuda. Confira mais informações sobre
depressão.
Principais
fatos
-
A
depressão é um transtorno mental frequente. Globalmente, estima-se
que 350 milhões de pessoas de todas as idades sofrem com esse
transtorno.
-
Depressão
é a principal causa de incapacidade em todo o mundo e contribui de
forma muito importante para a carga global de doenças. Mais
mulheres são afetadas pela depressão que os homens. No pior dos
casos, a depressão pode levar ao suicídio.
-
Existem
vários tratamentos eficazes para depressão.
Visão
geral
A
depressão é uma doença comum em todo o mundo, com uma estimativa
de 350 milhões de pessoas afetadas. A condição é diferente das
flutuações usuais de humor e das respostas emocionais de curta
duração aos desafios da vida cotidiana. Especialmente quando de
longa duração e com intensidade moderada ou grave, a depressão
pode se tornar uma séria condição de saúde. Ela pode causar à
pessoa afetada um grande sofrimento e disfunção no trabalho, na
escola ou no meio familiar. Na pior das hipóteses, a depressão pode
levar ao suicídio. Cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio a
cada ano - sendo a segunda principal causa de morte entre pessoas com
idade entre 15 e 29 anos.
Embora
existam tratamentos eficazes conhecidos para depressão, menos da
metade dos afetados no mundo (em muitos países, menos de 10%) recebe
tais tratamentos. Os obstáculos ao tratamento eficaz incluem a falta
de recursos, a falta de profissionais treinados e o estigma social
associado aos transtornos mentais. Outra barreira ao atendimento
eficaz é a avaliação imprecisa. Em países de todos os níveis de
renda, pessoas com depressão frequentemente não são diagnosticadas
corretamente e outras que não têm o transtorno são muitas vezes
diagnosticadas de forma inadequada.
A
carga da depressão e de outras condições de saúde mental está em
ascensão no mundo. Uma resolução da Assembleia Mundial da Saúde
aprovada em maio de 2013 exigiu uma resposta abrangente e coordenada
aos transtornos mentais em nível nacional.
Tipos
e sintomas
Um
episódio depressivo pode ser categorizado como leve, moderado ou
grave, a depender da intensidade dos sintomas. Um indivíduo com um
episódio depressivo leve terá alguma dificuldade em continuar um
trabalho simples e atividades sociais, mas provavelmente sem grande
prejuízo no funcionamento global. Durante um episódio depressivo
grave, é improvável que a pessoa afetada possa continuar com
atividades sociais, de trabalho ou domésticas.
Uma
distinção fundamental também é feita entre depressão em pessoas
que têm ou não um histórico de episódios de mania. Ambos os tipos
de depressão podem ser crônicos (isto é, acontecem durante um
período prolongado de tempo), com recaídas, especialmente se não
forem tratados.
- Transtorno
depressivo recorrente:
esse distúrbio envolve repetidos episódios depressivos. Durante
esses episódios, a pessoa experimenta um humor deprimido, perda de
interesse e prazer e energia reduzida, levando a uma diminuição das
atividades em geral por pelo menos duas semanas. Muitas pessoas com
depressão também sofrem com sintomas como ansiedade, distúrbios do
sono e de apetite e podem ter sentimentos de culpa ou baixa
auto-estima, falta de concentração e até mesmo aqueles que são
clinicamente inexplicáveis.
- Transtorno
afetivo bipolar: esse
tipo de depressão consiste tipicamente na alternância entre
episódios de mania e depressivos, separados por períodos de humor
normal. Episódios de mania envolvem humor exaltado ou irritado,
excesso de atividades, pressão de fala, auto-estima inflada e uma
menor necessidade de sono, além da aceleração do pensamento.
Fatores
que contribuem e prevenção
A
depressão resulta de uma complexa interação de fatores sociais,
psicológicos e biológicos. Pessoas que passaram por eventos
adversos durante a vida (desemprego, luto, trauma psicológico) são
mais propensas a desenvolver depressão. A depressão pode, por sua
vez, levar a mais estresse e disfunção e piorar a situação de
vida da pessoa afetada e o transtorno em si.
Há
relação entre a depressão e a saúde física; por exemplo, doenças
cardiovasculares podem levar à depressão e vice e versa.
Está
demonstrado que os programas de prevenção reduzem a incidência da
depressão. Entre as estratégias comunitárias eficazes para
prevenir essa condição, estão os programas escolares que promovem
um modelo de pensamento positivo entre crianças e adolescentes.
Intervenções direcionadas aos pais de crianças com problemas
comportamentais podem reduzir os sintomas depressivos dos pais e
melhorar os resultados de seus filhos. Os programas de exercício
para pessoas idosas também podem ser eficazes para prevenir a
depressão.
Diagnóstico
e tratamento
Existem
tratamentos eficazes para depressão moderada e grave. Profissionais
de saúde podem oferecer tratamentos psicológicos, como ativação
comportamental, terapia cognitivo-comportamental e psicoterapia
interpessoal ou medicamentos antidepressivos.
Os provedores de saúde
devem ter em mente a possibilidade de efeitos adversos associados aos
antidepressivos, a possibilidade de oferecer um outro tipo de
intervenção (por disponibilidade de conhecimentos técnicos ou do
tratamento em questão) e preferências individuais. Entre os
diferentes tratamentos psicológicos a serem considerados estão os
individuais ou em grupo, realizados por profissionais ou terapeutas
leigos supervisionados.
Os
tratamentos psicossociais também são efetivos para depressão leve.
Os antidepressivos podem ser eficazes no caso de depressão
moderada-grave, mas não são a primeira linha de tratamento para os
casos mais brandos. Esses medicamentos não devem ser usados para
tratar depressão em crianças e não são, também, a primeira linha
de tratamento para adolescentes. É preciso utilizá-los com cautela.
Resposta
da OMS
A
depressão é uma das condições prioritárias cobertas pelo Mental
Health Gap Action Programme (mhGAP) da Organização Mundial da Saúde
(OMS). O programa visa ajudar os países a aumentar os serviços
prestados às pessoas com transtornos mentais, neurológicos e de uso
de substâncias, por meio de cuidados providos por profissionais de
saúde que não são especialistas em saúde mental.
A iniciativa
defende que, com cuidados adequados, assistência psicossocial e
medicação, dezenas de milhões de pessoas com transtornos mentais,
incluindo depressão, poderiam começar a levar uma vida normal -
mesmo quando os recursos são escassos.
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