As
7 doenças e uma hipótese que são um risco global de saúde, segundo a OMS: Organização
divulgou em seu relatório as enfermidades nas quais os cientistas devem
concentrar seus esforços e estabeleceu estratégias e prioridades para prevenção
e combate de possíveis crises de saúde pública.
(Por BBC, em 16/03/2018)
A Organização Mundial da
Saúde (OMS) revisou suas prioridades, como faz periodicamente desde 2015, e
divulgou a lista das doenças que, por seu potencial de causar danos, os
cientistas deveriam colocar no centro de seus esforços de pesquisa.
O Plano de Ação 2018 P&D trata das estratégias e planos de
contingência para fazer frente à ameaça que representam uma série de enfermidades.E
identifica sete delas e uma hipótese como um risco global:
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Doença X
A inclusão da chamada doença
X, que ainda é uma hipótese, decorre da vontade dos cientistas de estarem
preparados para enfrentar o desconhecido. De acordo com a OMS, ela "representa
a consciência de que um agente patógeno
atualmente desconhecido pode causar uma epidemia internacional grave".
Médico explica que a OMS busca estar preparada para o inesperado.
"A experiência nos
ensinou que seremos atingidos por algo que não previmos", diz o médico
Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas
dos Estados Unidos, recordando que isso foi o que ocorreu com os vírus zika e
ebola.
A partir dessa premissa, o
documento da OMS pretende ser uma ferramenta "para identificar as doenças
que são um risco para a saúde pública por seu potencial epidêmico e cujas
medidas para combatê-las não existem ou são insuficientes".
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Febre hemorrágica da Crimeia-Congo
O vírus causador desta
doença provoca surtos graves de febre
hemorrágica, com uma taxa de mortalidade de até 40% dos infectados. É uma
enfermidade endêmica na África, na zona europeia dos Balcãs, no Oriente Médio e
da Ásia.
A febre hemorrágica da
Crimea-Congo é endêmica em vários países africanos . Os principais vetores de transmissão ao ser humano são o gado e os carrapatos. Entre humanos, é
possível o contágio pelo contato com sangue e outros líquidos
corporais dos infectados. Não há vacina para pessoas ou animais.
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Vírus Ebola
A doença causada pelo ebola é grave e, com frequência, mortal. Ela já gerou diversos alertas
sanitários globais - sua taxa de mortalidade gira em torno de 50. Os primeiros
surtos foram registrados em vilarejos remotos da selva da África Central e
Ocidental. O tratamento precoce, combatendo a desidratação do paciente, e dos
sintomas têm aumentado o número de sobreviventes, mas ela ainda segue como uma
grave ameaça.
A higiene e a segurança na
forma de enterrar os mortos é a melhor maneira de prevenir contágios em massa,
como os que produziram o surto de 2014-2016. Surtos de ebola aterrorizaram
países como a Libéria.
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Vírus de Marburg
Gera uma doença grave,
frequentemente mortal. Uma espécie de morcego atua como seu hospedeiro e o
transmite para as pessoas, que podem se contagiar entre si. Os infectados
desenvolvem uma febre hemorrágica grave,
que tem uma taxa de mortalidade de 50%. Muitos dos sintomas são indistinguíveis do ebola.
A doença de Marburg deve seu
nome à cidade alemã de mesmo nome, onde foi registrado o primeiro surto, em
1967, causado por macacos vindos de Uganda. O vírus é endêmico da África
Equatorial, e os surtos mais recentes surgiram neste continente.
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Febre de Lassa
Essa doença hemorrágica aguda da África Ocidental é causada por um vírus transmitido pelo contato com
alimentos ou utensílios contaminados ou pelo excremento de roedores.
A taxa de mortalidade varia
entre 1% e 15%, mas ainda não existe vacina para a febre de Lassa, e, neste
mês, foi dado um alerta de que ela está se espalhando rapidamente na Nigéria e
já ameaça outros países.
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Síndrome respiratória por coronavírus do Oriente Médio
O vírus que provoca o mal
foi detectado pela primeira vez em 2012, na Arábia Saudita. É uma doença respiratória cujos sintomas são
tosse, febre e dificuldade para respirar.
Geralmente é acompanhada por uma pneumonia.
Ocasionalmente, também ocorrem ao mesmo tempo problemas gastrointestinais, como diarreia. Segundo os dados da
OMS, cerca de 35% dos pacientes não resistem à doença.
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Síndrome respiratória aguda grave (SARS, na sigla em inglês)
É uma forma de pneumonia
provocada por um vírus identificado pela primeira vez em 2003. Os pacientes têm
problemas respiratórios agudos e,
nos piores casos, morrem.
O surto inicial ocorreu em
2002, em Cantão, na China, a partir de onde se espalhou para outros países
asiáticos e para Toronto, no Canadá. Pouco depois, entrou em remissão, mas a OMS
considera ainda haver perigo.
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Febre do Vale Rift
Essa doença tem mais
incidência entre animais do que entre pessoas. Os seres humanos são infectados pelo contato com sangue e órgãos
de animais. Às vezes, também por
picadas de mosquitos. Não há contágio frequente entre humanos.
A maioria dos casos são
leves, mas alguns pacientes desenvolvem uma variante mais grave que surge
associada a problemas oculares, meningoencefalite ou febre hemorrágica. Segundo
a OMS, o vírus foi identificado pela primeira vez em 1931 no vale Rift, no
Quênia, na África, e, "desde então, foram registrados vários surtos na
África Subsaariana".
Mas, com o comércio de gado
infectado, a doença já chegou a países como Somália, Egito, Arábia Saudita e
Iêmen, causando preocupação "por sua possível propagação para outras zonas
da Ásia e da Europa".
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Zika
A doença é causada por um
vírus transmitido principalmente pelos mosquitos do gênero Aedes aegypti. Os
pacientes têm sintomas como febre
moderada, conjuntivite, dores musculares e articulares. Também podem ter dor de cabeça. Houve muitos casos de
microcefalia congênita provocada pelo zika no Brasil.
Sabe-se que existe uma
relação causal entre o zika e a microcefalia congênita de muitas crianças que
foram expostas ao vírus ainda em sua gestação. E, em certos casos, isso é
acompanhado por problemas neurológicos. O zika continua a ter uma especial
incidência na América Latina, sobretudo no Brasil.