segunda-feira, 31 de agosto de 2015

REFLEXÃO: O SOFRIMENTO HUMANO

O SOFRIMENTO HUMANO
(Por Enfª Patrícia S.Trasmontano)

Olá Querido Leitor,

Reconheço que os dias nem sempre aparentam ser felizes para todos... 

Como ser humano, vivo aprendendo a lidar com a dor, o sofrimento, as frustrações e as enfermidades próprias... Aprendi que não é algo para se fazer sozinho... Por isso, busco auxílio em Deus, minha família e amigos, que realmente, me dão sentido para escolher pela Vida. Então, pense nisso:  

O que me dá sentido para viver?

Como  uma profissional de saúde, confesso, não é fácil lidar com estas mazelas, principalmente, quando são as de outras pessoas. Por isto, com base no livro "Um Milagre em Sua Vida" (Editora Betânia: 1997), do autor Alejandro Bullón, busquei trazer este assunto à nossa reflexão... Afirmo que, não é um assunto que terá uma conclusão final, mas a intenção é que você se permita refletir e dialogar sobre isto, pois é terapêutico.

Sinceramente, acredito que refletir sobre a vida é como o abrir-se a uma outra dimensão, nisto há a possibilidade de promover a cura do corpo, o consolo da alma e o avivamento do espírito (Trasmontano PS, 2015).

Vamos refletir um pouquinho?

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Por que as pessoas sofrem?

"(...) é errônea a ideia de que o sofrimento é o castigo divino pelos pecados". p.21

"Às vezes, as enfermidades, a dor e sofrimento não são consequências de desobediência às leis naturais, nem decorrem das heranças genéticas perniciosas que carregamos. Vivemos em um mundo que estamos destruindo. Poluímos as nascentes, depredamos a natureza. Exploramos com voracidade a terra até deixá-la fraca e, na ansiedade de fazê-la produzir mais, inventamos substâncias químicas que intoxicam os alimentos e o ambiente. Respiramos o ar quase envenenado de cidades como Tóquio, São Paulo e México. E, de uma maneira ou outra, isso afeta nossa saúde e estilo de vida, causando mais doenças". p.19 e 20

"(...) de alguma forma, a dor e o sofrimento estão ligados a decisões erradas, tomadas por nós ou por outros seres humanos, conscientemente ou não. Isso pode parecer duro, principalmente para quem está passando por um momento de dor". p.20

O que preciso aprender?

"Primeiro, aceite que precisa de ajuda..." p.58

"Ninguém pode fugir à sua responsabilidade (...) Ninguém tem vinte e cinco horas. Ninguém pode se esconder atrás do destino para tentar explicar a falta de coragem ou, ás vezes, a irresponsabilidade. Não existe fatalismo. Existem oportunidades que aproveitamos ou desperdiçamos e, acima de tudo, temos a liberdade e capacidade de ser felizes". p.25

"Não estou querendo que ninguém 'tape o sol com a peneira' nem 'enterre a cabeça como o avestruz'; não. Estou simplesmente mostrando que, por trás de todo sofrimento humano, existe um propósito educativo, que só o tempo se encarregará de revelar".  p.62

"É na dor do exercício diário que os músculos fazem fortes. É no sangrar das bolhas que as mãos se tornam calejadas. É no calor do fogo que o ouro se faz cada vez mais puro. E é na lapidação que o diamante bruto adquire as formas delicadas que fazem reluzir toda a sua beleza". p.100

"Naturalmente o ser humano não foi criado para sofrer. Consequentemente, rejeita tudo aquilo que é doloroso. Foge do que provoca lágrimas. É óbvio que prefere o conforto de uma cama macia à dureza do asfalto numa noite fria". p.100

"Não nos sintamos mal por não gostarmos do sofrimento. É natural que seja assim. Mas também não nos desesperemos quando as tribulações vierem, pois elas produzem perseverança". p.100

O Blog Gera Saúde te deseja uma semana repleta de vitórias e momentos felizes! E lembre-se: Há Alguém que se importa e quer cuidar de você! 
Descubra ao acessar: https://www.bibliaonline.com.br/acf/jo/14/6

MENSAGEM: CRÔNICA - "A MANIA DE DOENÇA VIROU EPIDEMIA", SEGUNDO VILLAS



Crônica do Villas: a mania de doença virou epidemia
(Por Alberto Villas, Carta Capital: Cultura/ Boletim Médico - 28/08/2015)

"No mundo moderno, a mania de doença virou epidemia"
 

Quando aparecia uma dor de garganta, era só esfregar Vick-Vaporub.
Quando alguém tinha uma dor de cabeça, bastava tomar um comprimido de Melhoral e pronto. A propaganda dizia que Melhoral é melhor e não faz mal.
Quando alguém cortava o dedo, abria o armarinho do banheiro, pegava o vidro de mercurocromo, um chumaço de algodão, passava no corte, soprava e acabou.

Quando alguém andava meio esquecido, rezava uma oração pra São Longuinho, dava três pulinhos e fim de papo.
Quando alguém estava com disenteria, que chamávamos de piriri, a solução era um comprimidinho marrom de Entero Viofórmio. Tiro e queda.
Quando alguém tinha umas pontadas no coração, aparecia sempre alguém que aconselhava: Respira fundo! Respirava e a dor ia embora.
Quando alguém estava sentindo o fígado meio estropiado, nada melhor que umas pílulas de vida do Doutor Ross.

Quando alguém andava meio nervoso, era só tomar uma colherada de Maracugina que ficava calminho em poucos minutos.
Quando caia um cisco no olho, bastava pingar uma gotinha de colírio Moura Brasil e a vida seguia.
Quando alguém acordava com dor nas costas, ia até a farmácia e comprava uma caixa de emplastro Sabiá. Adeus dor nas costas!
Quando aparecia uma dor de garganta, era só esfregar Vick-Vaporub e a garganta ficava inteirinha de novo.

Quem tinha pé torto, usava botinha ortopédica. Quem era caolho, usava um tampão na vista. Quem quebrava o pé, engessava. Quem tinha sarna, tomava um banho com sabonete de glicerina. Quem estava sem apetite, Biotônico Fontoura! Quem estava ficando raquítico, óleo de fígado de bacalhau.
Quem torcia o pé? Iodex! E quem tinha frieira nos pés, a solução era o tal Polvilho Antisséptico de Granado.
Agora quem tinha soluço, colocava um pedacinho de papel na testa e quem tinha dor de dente, cera do Doutor Lustosa.

Hoje a coisa mudou. O pânico tomou conta das pessoas, sadias ou não.
Dor de cabeça? Deve ser câncer no cérebro!
O corte não cicatrizou? Leucemia!
Esqueceu onde colocou a chave do carro? Princípio de Alzheimer.
Dor de barriga? Deve ser alguma coisa grave no intestino.
Estresse? Isso tem algum fundo psicológico e pode ser grave. Psicólogo já!
Até um mísero cisco no olho, há desconfiança de deslocamento da retina.

Não sei se é a idade, mas ando desconfiado que todo mundo está meio paranoico com doença. Da fila do postinho do SUS ao café no saguão do Hospital Sírio-Libanês.

Parodiando um antigo compositor pernambucano, acho que pra essa paranoia generalizada do mundo moderno, “não há um só remédio em toda medicina”.

NOTÍCIA: LANÇADO SITE EM DEFESA DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE/ BRASIL



Médicos criam site para defender Sistema Único de Saúde
Grupo de 60 médicos lança portal para estimular debate em favor do fortalecimento do SUS e contra interferências do setor privado
(Por Redação da RBA - 13/08/2015)

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Brasil é o único país com mais de 100 milhões de habitantes que garante atendimento médico gratuito e universal.

São Paulo – O portal Saúde Popular, organizado e mantido por um grupo de médicos de várias cidades do país, promove o debate sobre a saúde pública no Brasil e combate as pautas conservadoras do Congresso que querem favorecer a iniciativa privada. O coletivo foi tema de reportagem da edição de ontem (12) do Seu Jornal, da TVT.

Com artigos de médicos colaboradores e textos compilados de outros portais, o Saúde Popular pretende mostrar que é possível oferecer saúde pública de qualidade à população, sem outros custos além dos impostos já pagos. Alertam também que o Sistema Único de Saúde (SUS) corre sério risco de ser alterado, modificado, prejudicado e até extinto, por força de interesses econômicos com grande influência no Congresso Nacional.

"O SUS está sob risco. É uma estrutura que ainda precisa de novos marcos regulatórios", alerta Stephan Sperling, que integra a Rede Nacional de Médicos Populares. Para ele, o setor privado de saúde, por meio de lobby junto aos parlamentares, quer transformar o SUS "numa estrutura disputável por interesses econômicos".

Um dos projetos que visa a atender aos interesses desses grupos é a Proposta de Emenda à Constituição 451/2014, de autoria do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que obriga as empresas a oferecerem planos de saúde privados para todos os funcionários.

As empresas de convênio médico estão entre as maiores doadoras de campanha. Só nas últimas eleições contribuíram com R$ 52 milhões para 131 candidatos. "Eduardo Cunha foi um dos principais recebedores de investimentos de seguradoras e de convênios de saúde, e eles vão exigir. Estão exigindo", diz Sperling.

O médico conta que o objetivo do portal é ser um espaço de acolhimento às demandas populares na área de saúde. "Construir políticas que estejam ao lado do povo, que entendam as suas necessidades. Políticas que venham desconstruir o corporativismo em saúde, políticas que venham desconstruir a mercantilização." 

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

ARTIGO: SER AMOROSO, SEGUNDO DR. PATCH ADAMS


‘Ser amoroso faz bem para o sistema imunológico’
(Por Paula Ferreira, Jornal O GLOBO, 03/08/2015)
Em visita ao Rio, médico americano famoso por defender a humanização dos tratamentos pediu mais carinho nos hospitais e criatividade para se alcançar a universalização da saúde

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RIO — Uma consulta com quatro horas de duração, na qual o paciente é indagado sobre seus hobbies, os detalhes de sua relação amorosa e até a maneira como beija seu companheiro. O médico quer saber como anda sua vida e, se para além dos problemas físicos, você está bem consigo mesmo. Durante o atendimento, as únicas regras são o amor e o cuidado com o outro. Essa “consulta dos sonhos” diz muito sobre a maneira como Patch Adams entende a medicina.

Interpretado no cinema pelo ator Robin Williams no filme “Patch Adams: o amor é contagioso,” o médico americano é famoso por adotar uma metodologia de trabalho voltada para a humanização da medicina. Em visita ao Rio para uma palestra intitulada “A alegria do Cuidar”, o oncologista pediatra contou casos, criticou o sistema de saúde americano e a formação nas universidades mundo afora. Ele também pediu que os médicos usem a criatividade para universalizar o acesso à saúde.

— Você não pode se tornar um médico em poucos minutos. Decidi que passaria quatro horas com os novos pacientes. Você escolhe quem vai ser, e eu decidi ser criativo, carinhoso. Na História, nunca houve nenhum estudo mostrando que ser sério, violento e rude é bom. Milhares de artigos falam do valor de ser amoroso. É bom para o sistema imunológico — contou Patch Adams a uma plateia composta por diversas faixas etárias, lembrando que a imensa maioria de seus professores universitários eram arrogantes e tratavam mal os pacientes.

Com o cabelo metade branco e metade azul caindo pelas costas e trajando roupas extravagantes como as usadas pelos palhaços de circo, o médico pediu que os profissionais sejam criativos para promover o acesso à saúde de maneira igualitária.
— Quando vejo um médico que, em vez de querer ganhar muito dinheiro, quer trabalhar em uma favela, vejo que ele tem uma inspiração heroica. Se você se sente herói é muito difícil se esgotar. Se tivermos cuidado suficiente, não teremos guerra na Humanidade. Como podemos dar um cuidado para alguém de uma favela da mesma maneira que é dado para alguém que mora na orla da praia? É necessário muita criatividade — defendeu.

Nas horas em que se dedicou a falar ao público, ele fez rir e chorar, mas também sorriu e se emocionou. Patch Adams criticou o fato de os hospitais serem lugares tristes.
— Não há um único hospital feliz no mundo inteiro. E por quê? — perguntou, aproveitando para convidar os presentes para para uma “revolução” enquanto comentava a situação da saúde em seu próprio país. — O sistema de saúde dos Estados Unidos é uma vergonha. Os planos dão ordem aos médicos. Como podemos, assim, ter um hospital onde o amor faça parte do contexto?

O espaço reservado para o amor no ambiente hospitalar também é uma preocupação no Instituto Nacional do Câncer (Inca), referência no tratamento da doença no Brasil. Com uma área dedicada aos programas de voluntariado, o instituto aposta na atenção e no carinho como agentes potencializadores da recuperação dos pacientes, como explica Angélica Nasser, supervisora do Inca-voluntário, presente na palestra de Patch Adams.

— A humanização é fundamental para levar a casa ao hospital. A gente tenta comemorar datas como o Dia das Crianças. É uma forma de integrar a equipe médica, os voluntários e os pacientes. Para estes últimos, isso é fundamental, já que muitos chegam com medo do tratamento. Esse contato é como um renascimento. A explicação para que os pacientes se sintam mais felizes, mesmo em situações de sofrimento, segundo Patch Adams, é simples.
O mundo inteiro é seu quando se tem amor.

Leia o livro:  ADAMS, Patch. O Amor é Contagioso. Sextante, 2004.

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Patch Adams foi criticado oficialmente na escola de Medicina por sua 'alegria excessiva' e recebeu o seguinte conselho de um professor: 'Se quiser ser palhaço, vá para o circo'. Na verdade, Patch queria ser palhaço. Mas também queria ser médico. Ele conseguiu unir esses dois lados tão diferentes de sua personalidade e acabou sendo as duas coisas. A incrível história de Patch, que inclui ter sido paciente e, mais tarde, médico de uma instituição mental, celebra o triunfo da busca interminável de um ideal.

Utilizando métodos nada convencionais e surpresas extravagantes para aplacar a ansiedade dos pacientes, Patch foi o pioneiro na idéia, considerada então 'radical', de que os médicos devem tratar as pessoas, e não apenas as doenças. Compaixão, envolvimento e empatia têm tanto valor para os médicos quanto os remédios e os avanços tecnológicos.

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