quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

REFLEXÃO: PEGUE UM SORRISO, SEGUNDO GANDHI



"Pegue um sorriso e doe-o 
a quem jamais o teve.
Pegue um raio de sol e faça-o voar 
lá onde reina a noite.
Descubra uma fonte e faça banhar-se 
quem vive no lodo.
Pegue uma lágrima e ponha-a no rosto 
de quem jamais chorou.
Pegue a coragem e ponha-a no ânimo 
de quem não sabe lutar.
Descubra a vida e narre-a 
a quem não sabe entendê-la.
Pegue a esperança e viva na sua luz.
Pegue a bondade e doe-a 
a quem não sabe doar.
Descubra o amor 
e faça-o conhecer ao mundo".

(Mahatma Gandhi)

ARTIGO: AVANÇAM PESQUISAS COM CÉLULAS-TRONCO NO BRASIL

O Brasil na vanguarda das células-tronco 
Cientistas iniciam pesquisa inédita com células de embriões para tratar pacientes cegos e criam o primeiro banco público com esses tecidos para investigar doenças como a esquizofrenia e o Parkinson
(Por Mônica Tarantino, Istoé – 10/01/2014)

 

O País está na dianteira de uma série de estudos com células-tronco, uma das grandes esperanças da medicina para a cura de várias doenças. Da cegueira ao Alzheimer, pesquisadores brasileiros estão debruçados sobre as perspectivas de tratamento de diversas enfermidades a partir do desenvolvimento de novas terapias. Um dos trabalhos pioneiros envolve células-tronco extraídas de embriões – aquelas que podem se tornar qualquer tecido do corpo.

Começa em fevereiro um estudo inovador com pessoas cegas em razão da degeneração macular relacionada à idade (DMRI). É a principal causa de cegueira irreversível em países desenvolvidos, especialmente na população idosa. A proposta é conter o progresso da doença e reverter seus danos.“Será a primeira pesquisa no mundo a usar células embrionárias cultivadas no laboratório para se diferenciar em tecidos específicos antes de implantá-las no olho”, explica o oftalmologista Rodrigo Brant, da Universidade Federal de São Paulo. O tratamento é promissor, mas o pesquisador frisa que não se aplicará a todos os casos de perda de visão.

Outra linha de pesquisa audaciosa está em andamento na FioCruz e no Hospital São Rafael, ambos na Bahia. Na primeira fase, sete pacientes paraplégicos (por traumas na coluna) receberam injeções de células-tronco adultas na medula espinhal (por onde passam os feixes nervosos que ligam o cérebro ao corpo). Em 2013, o número de pacientes tratados subiu para 14. “Agora estamos investigando os resultados de cada um deles para conhecer as características das lesões que respondem melhor ao tratamento”, diz a cientista Milena Soares, uma das responsáveis pelo projeto.

A maioria recuperou a sensibilidade dos membros inferiores, passou a ter maior controle da bexiga e houve quem melhorasse a ponto de andar com a ajuda de aparelhos. Uma das beneficiadas pelo trabalho é a economista Andrea Damasio, 35 anos, que participa do estudo há um ano. Ela perdeu os movimentos dos membros inferiores após cair da escada. “A terapia ajudou a controlar os espasmos que eu tinha, o que já me permite dar uns passinhos com o andador, e recuperei a sensibilidade”, diz Andrea.

A regeneração do coração é mais uma frente desafiadora de estudos. As primeiras pesquisas nessa área sugeriam que a injeção de células-tronco (tiradas da medula óssea) no coração poderia restituir as células perdidas no ataque cardíaco. Estudos posteriores revelaram apenas um aumento na formação de novos vasos. No Instituto do Coração da Universidade de São Paulo, um estudo de longa duração (mais de seis anos) está prestes a revelar, afinal, se há alguma vantagem no procedimento. Ali, metade dos 140 pacientes submetidos à cirurgia de ponte de safena recebeu, durante a operação, células-tronco adultas no local a ser recuperado. “Vamos comparar os resultados. As análises serão divulgadas nos próximos meses”, diz o cientista José Eduardo Krieger, que coordena o trabalho.

Brant, da Unifesp, usará células-tronco embrionárias na tentativa de brecar a cegueira causada por doença degenerativa

No campo das doenças mentais, o neurocientista Stevens Rehen lidera uma revolução no estudo da esquizofrenia. Ele está trabalhando com células reprogramadas (induzidas, em laboratório, a voltar ao estágio embrionário e posteriormente convertidas em outros tecidos do corpo). O grupo de Rehen reprogramou células da pele de pessoas com esquizofrenia para criar neurônios. “Constatamos que o cérebro desses pacientes consome duas vezes mais oxigênio do que o normal”, explica o pesquisador, que coordena o Laboratório Nacional de Células-Tronco do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Além disso, o grupo conseguiu recentemente converter células da urina em neurônios. “Essa nova técnica facilitará estender a pesquisa a pacientes com outros transtornos mentais, inclusive crianças e idosos”, diz. Rehen está recrutando mais pacientes com esquizofrenia para ampliar o estudo. 

Mais uma tendência é o surgimento de coleções de células-tronco para o estudo de doenças e testes com medicamentos. “Temos já um banco de células-tronco e células reprogramadas de mais de 300 pacientes com doenças genéticas. Elas permitirão estudos importantes”, diz a geneticista Mayana Zatz, que dirige o Centro do Genoma e Células-Tronco da USP.

Também está em formação um acervo nacional de células reprogramadas, o primeiro do gênero na América Latina. Será voltado para o estudo de problemas como Alzheimer, Parkinson e mais 15 enfermidades. A iniciativa envolve diversas instituições, é pública e tem apoio do Ministério da Saúde. “É um grande passo”, aprova o hematologista Nelson Hamerschlack, do Hospital Albert Einstein. Ele avaliou o impacto do transplante de células-tronco da medula óssea do próprio paciente com esclerose múltipla. “Em 75% dos casos, os sintomas melhoraram ou a doença ficou estabilizada”, diz. Hamerschlack planeja iniciar estudos com pacientes com a doença em estágio mais precoce.

RECEITA: COQUETEL DE FRUTAS COM ÁGUA DE COCO

Coquetel de Frutas e Água de Coco
(Por Cyberdiet.com)

 

Ingredientes

- 1 unid de pêssego em calda
- 100 ml de suco de goiaba
- 50 ml de água de coco
- 1 lasca de gengibre
- 1 colher (sopa) de mel
- gelo moído

Modo de Preparo

Bata no liquidificador o pêssego em caldas, o suco de goiaba e a água de coco. Em seguida, em uma coqueteleira, junte pequenas lascas de gengibre, mel e gelo moído. Para decorar, use um cubinho de gengibre, um cubinho de pêssego em calda e a pontinha de uma carambola. Com um palito, prenda o pêssego, em seguida o gengibre e na ponta a carambola.


Informação Nutricional por Porção

1 porção = 290 ml
número de porções = 1
calorias = 210 kcal
carboidratos = 54.22 g
proteínas = 0.82 g
lipídios = 0.27 g

BOM APETITE!!!

ARTIGO: PRODUÇÃO DE RECIFES DE CORAIS POR IMPRESSORA 3D

Natureza recriada em impressora 3D
Recifes produzidos em laboratório surgem como uma solução para recuperar um dos ecossistemas mais ameaçados do planeta
(Por Ana Carolina Nunes, Istoé - 22/11/13)

 

Uma das principais vítimas do acelerado processo de deterioração causado pela poluição e pela pesca predatória pelo qual passam os oceanos, os recifes, agora, estão encontrando nas modernas impressoras 3D um poderoso aliado para sua recuperação. Por meio da união de ambientalistas australianos, um engenheiro italiano e um grupo de conservação marinha do Golfo Pérsico, cópias quase perfeitas de recifes produzidas em laboratório estão sendo colocadas no fundo dos mares para recompor o que o homem destruiu. O projeto ainda é um piloto, mas os primeiros resultados têm sido para lá de animadores.

Erico Dini, engenheiro italiano especialista em impressões em larga escala, está otimista, pelo fato de o material usado na construção dos recifes artificais ser o mesmo das formações rochosas originais. “Usamos como matéria-prima a areia do local onde os recifes serão inseridos e assim criamos uma estrutura bastante semelhante à versão natural”, conta ele, que tem como principal projeto a construção de casas por meio de impressoras 3D gigantescas.

As primeiras unidades desses recifes artificiais de alta tecnologia, que pesam cerca de uma tonelada e custam algo próximo a R$ 3,5 mil a unidade, foram depositados na costa do Bahrein, no Golfo Pérsico, e na Austrália, país que é dono de uma das mais vastas áreas de recifes do mundo. As peças estão submersas há quase um ano e já foram povoadas por peixes, algas e milhares de outras espécies marinhas que dependem dos recifes para se alimentar e procriar.

Considerados como as florestas dos mares, os recifes ocupam apenas 1% da área total dos oceanos, algo como 280 mil quilômetros quadrados. Apesar disso, cerca de 50% de todas as 40 mil espécies de peixes que habitam o planeta vivem quase exclusivamente em torno dos recifes, que vêm sendo destruídos de forma sistemática ao longo das últimas décadas. Na costa do Bahrein, por exemplo, eles praticamente desapareceram. Na Grande Barreira de Corais, o conjunto de recifes mais famoso do mundo, um processo de despigmentação das rochas está colocando em risco milhares de espécies marinhas.

Ainda é cedo para dizer se o projeto terá o sucesso esperado por seus idealizadores – há quem diga que esse é apenas um paliativo e que apenas a redução da destruição das formações originais pode, de fato, salvar os grandes recifes. Mas, de qualquer forma, a experiência apenas reforça as imensas capacidades das impressoras 3D, que rapidamente vêm se popularizando no mercado. Apesar das ameaças que a tecnologia pode oferecer – como a facilidade em imprimir uma arma de fogo funcional em casa – é difícil discordar das possibilidades para o desenvolvimento abertas por essas máquinas.

NOTÍCIA: AMPLIAÇÃO DO ACESSO AO TRATAMENTO ONCOLÓGICO

MS expande acesso ao tratamento oncológico
(Ministério da Saúde, 07/01/2014)

 

O Ministério da Saúde, juntamente com estados e municípios, ampliou em 25% a realização de mamografias para o público em geral e em 30% no grupo prioritário nos últimos três anos. Em 2012 houve crescimento no Sistema Único de Saúde (SUS) de 30% na realização de mamografias na faixa prioritária - de 50 a 69 anos - em comparação com 2010. Os procedimentos somaram 2,3 milhões no ano passado, contra 1,7 milhão em 2010. No total, o número de exames realizados no em 2012 atingiu a marca de 4,4 milhões, representando um crescimento de 25,4% em relação a 2010 (3,5 milhões).

A realização do exame nas mulheres das demais faixas etárias também teve importante parcela nesse crescimento, aumentando em 18%, saindo de 1,7 milhão (2010) para 2 milhões (2012). A previsão é que essa tendência de crescimento se mantenha. Em novembro de 2013, o Ministério da Saúde publicou a portaria 1.253, que traz novas regras que asseguram recursos para a realização do procedimento em todas as faixas etárias.

A faixa etária de 50 a 69 anos é definida como prioritária para a realização do exame preventivo pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e seguida pelo Ministério da Saúde diante da maior incidência da doença. Os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) também seguem esta recomendação. São países que, como o Brasil, contam atualmente com uma Rede de Atendimento estruturada para atender os pacientes com câncer, como Suécia, Dinamarca, Canadá e Reino Unido. 

Independente de preconizar a faixa prioritária, o Ministério da Saúde também recomenda que os médicos solicitem o exame da mamografia às pacientes - independente da idade - que tenham histórico da doença na família, especialmente se uma ou mais parentes de primeiro grau (mães e irmãs) tiveram a câncer de mama antes dos 50 anos. Nestes casos, a orientação é que as mulheres façam o acompanhamento médico a partir dos 35 anos para que o profissional avalie, junto com a paciente, os exames e os procedimentos que deverão ser feitos. Para garantir esse atendimento, o Ministério da Saúde repassa mensalmente recursos para pagamento dos procedimentos de média e alta complexidade aos gestores locais.

“O Ministério da Saúde tem investido na melhoria do acesso da população em todo o país a prevenção, exames e tratamentos do câncer. Por isso ampliamos o investimento nesta área. Crescemos 30% em exames de mamografias entre as mulheres, mas precisamos crescer ainda mais, acompanhando junto aos estados e municípios. Incorporamos novos medicamentos para tratamento no SUS. Temos prioridade no investimento dos serviços de diagnóstico e tratamento de câncer”, disse.

ASSISTÊNCIA - Além disso, o Ministério da Saúde ampliou o uso do medicamento rituximabe a pacientes com linfoma não-Hodgkin folicular em tratamento no SUS. Atualmente, seu uso está restrito ao tipo mais agressivo deste câncer (com células grandes B). A medida beneficiará aproximadamente 1,5 mil pessoas. A portaria que autoriza a ampliação foi publicada nesta segunda-feira (30 de dezembro) no Diário Oficial da União (DOU). O rituximabe está entre os dez medicamentos mais solicitados na justiça. Desde 2011, o SUS atendeu a 86 processos no valor de R$ 3 milhões. O custo anual na compra deste medicamento será de R$ 28 milhões. O Ministério da Saúde conseguiu negociar com a fabricante do medicamento redução em R$ 10,9 milhões na aquisição do produto.

E houve ainda a inclusão de outros medicamentos de alto custo ofertados gratuitamente pelo SUS, como o mesilato de imatinibe (para o tratamento da leucemiamielóide crônica e tumor do estroma gastrointestinal), o trastuzumabe (para tratar câncer de mama), o l-asparaginase (para tratamento de linfoma linfoblástico) e, agora, o rituximabe (usado no tratamento de linfomas). A ampliação veio acompanhada de aperfeiçoamento na gestão dos insumos, que passaram a ser comprados de maneira centralizada pelo Ministério da Saúde, reduzindo custos com o ganho da escala de compras.

ACESSO - O Ministério da Saúde tem investido na melhoria do acesso da população à prevenção, exames e tratamentos do câncer. De 2010 a 2012, o investimento do Governo Federal em oncologia disparou 26% - de R$ 1,9 bilhão para R$ 2,4 bilhões. Com estes recursos, foi possível ampliar em 17,3% no número de sessões de radioterapia, saltando de 7,6 milhões para mais de nove milhões. Para a quimioterapia houve aumento de 14,8%, passando de 2,2 milhões para 2,5 milhões.

Para ampliar ainda mais o acesso ao tratamento do câncer no país, o Ministério da Saúde vai criar, até 2014, 41 novos centros de radioterapia em todo o país, especialmente no interior do Brasil. Além da ampliação de 39 serviços existentes. O investimento do Ministério da Saúde é de R$ 505 milhões. Com a conclusão de compra de 80 aceleradores lineares, o Ministério da Saúde pretende ampliar em 25% a oferta de radioterapia no SUS.

INVESTIMENTOS – O Plano Nacional de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Câncer de Colo do Útero e de Mama, criado em 2011, pela presidenta Dilma Rousseff, investirá R$ 4,5 bilhões de 2011 a 2014 no diagnóstico precoce, tratamento e ampliação da rede de assistência aos pacientes com câncer.

O orçamento da Saúde triplicou nos últimos dez anos, passando de R$ 28,3 bilhões em 2002 para mais de R$ 100 bilhões, em 2013. Este crescimento permitiu ao Ministério, além de incorporar novas tecnologias e medicamentos para o tratamento de mulheres com câncer de mama, ampliar os investimentos em programas estratégicos como Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), além da expansão da Atenção Básica, e a oferta de outros medicamentos gratuitos para hipertensão, diabetes e asma.


NOTÍCIA: POLÍTICA DE ATENÇÃO À SAÚDE DA POPULAÇÃO CARCERÁRIA


Ministérios lançam política de atenção à saúde da população carcerária
(Redação RBA publicado 28/11/2013)

Compromisso engloba pastas da Saúde e da Justiça, além de envolver diretamente secretarias estaduais e municipais de Saúde, de Administração Penitenciária e de Segurança Pública. Para membro do CNJ, questão mais grave no sistema prisional diz respeito aos doentes mentais.

 

São Paulo – Para combater a precariedade das condições sanitárias do sistema prisional do país – que abriga 550 mil detentos – será lançada hoje (28/12/13) a Política Nacional de Atenção Integral a Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional. Superlotação, má alimentação e insalubridade, principais temas a serem tratados pela política pública, contribuem para que prisões sejam ambientes propícios para a proliferação de doenças como tuberculose, pneumonia, doenças de pele, hepatite, HIV e outras.

Douglas de Melo Martins, coordenador do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do Conselho Nacional de Justiça, órgão que participou das discussões sobre as medidas a serem anunciadas, afirma que a política traz esperanças na implantação de um padrão nacional que modifique as precariedades no sistema prisional. “O fato da importância que o Ministério da Saúde está dando ao lançamento, o trabalho realizado anteriormente, a mobilização e envolvimento das instituições, tudo isso nos dá esperança, a expectativa é que algo melhore pela forma como o projeto foi construído, coletivamente. Acho que isso pode fazer que daqui para frente se dê um pouco mais de atenção a este assunto”, disse à Rádio Brasil Atual.

Para Martins, a questão mais grave no sistema prisional diz respeito aos doentes mentais. “É grande a dificuldade de diálogo de todas as instituições quanto ao cumprimento das medidas de segurança no caso das pessoas que cometeram algum tipo de crime, mas no decorrer do processo foi constatado que essas pessoas não sabiam exatamente o que faziam, não eram capazes de se autodeterminar, e precisam ser tratadas. No sistema, hoje, não temos isso. Algumas vezes as pessoas são mantidas presas porque a rede de saúde não tem capacidade para recebê-las, especialmente quando se trata de tratamento de saúde mental”, comenta.

Segundo ele, em mutirões carcerários realizados pelo Conselho Nacional de Justiça foram constatadas situações indignas. “Conhecemos um cidadão com aproximadamente 80 anos, que já tinha alvará de soltura havia décadas e não saía porque não havia residência terapêutica ou serviço de saúde que promovesse encontro com sua família. Ele permaneceu preso por falha da rede de saúde.”

O lançamento da Política de Atenção à Saúde a População Carcerária será em Brasília, durante o Encontro Nacional de gestores de Saúde no Sistema Prisional, realizado pelos Ministérios da Saúde e da Justiça.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

REFLEXÃO: MOINHO DE SONHOS



REFLEXÃO: Moinho de Sonhos
(Revista Nova Escola/ Abril – Por João Anzanello Carrascoza)

 

A mulher e o menino iam montados no cavalo; o homem ia ao lado, a pé. Andavam sem rumo havia semanas, até que deram numa aldeia à beira de um rio, onde as oliveiras vicejavam.

Fizeram uma pausa e, como a gente ali era hospitaleira e a oferta de serviço abundante, resolveram ficar. O homem arranjou emprego num moinho próximo à aldeia. A mulher se juntou a outras que colhiam azeitonas em terras ao redor de um castelo. Levou consigo o menino que, no meio do caminho, achou um velho cabo de vassoura e fez dele o seu cavalo. Deu-lhe o nome de Rocinante.  

Ao chegar aos olivais, o pequeno encontrou o filho de outra colhedeira - um garoto que se exibia com um escudo e uma espada de pau.  

Os dois se observaram à distância. Cada um se manteve junto à sua mãe, sem saber como se libertar dela. Vigiavam-se. Era preciso coragem para se acercar. Mas meninos são assim: se há abismos, inventam pontes.  

De súbito, estavam frente a frente. Puseram-se a conversar, embora um e outro continuassem na sua. Logo esse já sabia o nome daquele: o menino recém-chegado se chamava Alonso; o outro, Sancho.  

Começaram a se misturar:  

- Deixa eu brincar com seu cavalo?, pediu Sancho.  

- Só se você me emprestar sua espada, respondeu Alonso.  

Iam se entendendo, apesar de assustados com a felicidade da nova companhia.  

Avançaram na entrega:  

- Tá vendo aquele moinho gigante?, apontou Alonso. Meu pai sozinho é que faz ele girar. 

- Seu pai deve ter braços enormes, disse Sancho.  

- Tem! Mas nem precisava, respondeu Alonso. Ele move o moinho com um sopro. 

Sancho achou graça. Também tinha uma proeza a contar:  

- Tá vendo o castelo ali?, apontou. Meu pai disse que o dono tem tanta terra que o céu não dá para cobrir ela toda.  

- E se a gente esticasse o céu como uma lona e cobrisse o que está faltando?, propôs Alonso. 

- Seria legal, disse Sancho. Mas ia dar um trabalhão.  

- Temos de crescer primeiro.  

- Bom, enquanto a gente cresce, vamos pensar num jeito de subir até o céu! - disse Alonso. 

- Vamos!, concordou Sancho.  

Sentaram-se na relva. O cavalo, a espada e o escudo entre os dois. 

Um sopro de vento passou por eles.  

Já eram amigos: moviam juntos o mesmo sonho.


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