domingo, 26 de fevereiro de 2012

MENSAGEM: A FORÇA DA RENOVAÇÃO

A Força da Renovação
(extraído e adaptado)

“(...) de sorte que a tua mocidade se renova como a da águia”.
(Salmos 103:5b)


A águia é a ave que possui a maior longevidade da espécie. Ela chega a viver 70 anos. Mas, para chegar a essa idade, aos 40 anos ela terá de tomar uma séria e difícil decisão...

Nesse tempo, ela estará com as unhas compridas e flexíveis e não conseguirá mais agarrar as presas das quais se alimenta. O bico alongado e pontiagudo se curvará. Apontando contra o peito estão as asas, envelhecidas e pesadas em função da grossura das pernas, e voar já é tão difícil...

Então para a águia restam duas alternativas:

- Entregar-se e morrer;
- Ou enfrentar um doloroso processo de renovação, que irá durar 150 dias.

O processo de renovação, consiste em voar para o alto de uma montanha e se recolher em um ninho próximo a um paredão, onde ela não necessite voar. Após encontrar esse lugar, a águia começa a bater com o bico contra uma parede, até conseguir arrancá-lo. Assim que arranca, espera nascer um novo bico, com o qual depois, arrancará suas unhas. Quando as novas unhas começarem a nascer, ela passa a arrancar as velhas penas e, só após cinco meses, sairá para o famoso vôo de renovação. Logo, viverá mais de 30 anos.

Reflita:

“Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem,
que se corrompe pelas concupiscências do engano;
E vos renoveis no espírito da vossa mente;
E vos revistais do novo homem,
que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade”.
(Efésios 4:22-24)

Em nossa vida, muitas vezes, temos de nos resguardar por algum tempo, a fim de começar um processo de renovação. Para conseguirmos a vitória, temos que continuar o vôo, nos desprendendo de lembranças, costumes e outras tradições que nos causaram dor.

Somente livres do peso do passado, poderemos aproveitar o resultado valioso que uma renovação sempre traz.

REFLEXÃO: ARTE DO CUIDAR, SEGUNDO LEONARDO BOFF

“O que se opõe ao descuido e ao descaso é o cuidado.
Cuidar é mais que um ato; é uma atitude.
Portanto, abrange mais que um momento de atenção.
Representa uma atitude de ocupação, preocupação,
de responsabilização e de envolvimento afetivo com o outro”.

(Leonardo Boff)


ARTIGO: AÇÕES E PROGRAMAS DO MINISTÉRIO DA SAÚDE


AÇÕES E PROGRAMAS DO MINISTÉRIO DA SAÚDE
PORTAL DA SAÚDE/ MS.


Queridos leitores, nesta listagem contém as ações e programas do Ministério da Saúde. Dentro de cada item, há mais ações de saúde.
Lembrem-se que todos eles estão sujeitos a mudanças,
por isso, mantenham-se atualizados.


Acessem o Portal da Saúde:

- MELHOR EM CASA

- S.O.S EMERGÊNCIAS

- ACADEMIA DA SAÚDE

- SAÚDE DA FAMÍLIA

- COMBATE À DENGUE

- FARMÁCIA POPULAR

- PNAM: ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO

- PRONTO ATENDIMENTO

- DOAÇÃO DE ÓRGÃOS

- SAMU 192

- OLHAR BRASIL

- HUMANIZA SUS

- MEDICAMENTO FRACIONADO

- REDUÇÃO DA MORTALIDADE

- BANCOS DE LEITE HUMANO

- PROGRAMAS DE CONTROLE DO CÂNCER

- PROJETO EXPANDE

- DE VOLTA PARA CASA

- CONTROLE DO TABAGISMO

- QUALI SUS – REDE

- CARTÃO NACIONAL DA SAÚDE

NOTÍCIA: INTO BUSCA VOLUNTÁRIOS (COM OSTEOPOROSE) PARA PESQUISAS

Into abre cadastro de 2012 para voluntários com osteoporose participarem de pesquisa
Diário Democrático, 09-02-2012

O Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) abrem cadastro de 2012 para a pesquisa Osteoprev. 
O estudo tem o objetivo principal de comparar a eficácia de quatro medicamentos que já são utilizados para o tratamento da osteoporose. Para participar, o voluntário deve ter mais de 60 anos e ter a doença diagnosticada por um médico.

De acordo com a pesquisadora do Into Maria Eugenia Duarte, o projeto terá uma utilidade prática muito grande, pois indicará qual o medicamento mais adequado para cada paciente que sofre de osteoporose, atendido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Os resultados desta pesquisa vão permitir analisar a eficácia do tratamento com diferentes medicações. Esperamos poder subsidiar o Ministério da Saúde na definição de uma política pública sobre o tema”.

O estudo é financiado pela FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos) em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE) e Departamento de Ciência e Tecnologia (DECIT).

Serviço:

Para se cadastrar basta acessar o site do Into (www.into.saude.gov.br) ou entrar em contato de segunda a sexta-feira, das 8h30min às 17 horas pelo telefone: 2134- 5015. A participação é sujeita a pré-análise e à avaliação clínica.

REPORTAGEM: ADAPTAÇÃO AO HORÁRIO DE VERÃO

Adaptação ao Horário de Verão
O Estado de São Paulo, 24-02-2012.


No próximo domingo, 26 de fevereiro, termina a maior temporada de horário de verão no País desde 1985. Os relógios devem ser atrasados em 1 hora em 10 Estados das Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além da Bahia e do Distrito Federal. Quem tem mais dificuldade em se adaptar à mudança deve começar a preparar o organismo o quanto antes, antecipando o horário de dormir cerca de dez minutos. O ideal seria deitar cada dia um pouco antes, até estar dormindo uma hora mais cedo para minimizar os efeitos da alteração.

As mudanças sentidas pelo organismo com o início ou o fim do horário de verão se devem a hormônios como o cortisol e a melatonina, que regem o nosso relógio biológico e são secretados de acordo com o tempo de exposição ao sol e à escuridão. “O metabolismo se pautar de acordo com as taxas de secreção desses hormônios. Quando uma hora do dia é suprimida ou acrescentada, há alterações", diz o coordenador do serviço de neurologia do Hospital Anchieta, Ricardo de Campos.

Os efeitos dessas mudanças, segundo Campos, vão desde alterações no sono, que podem causar irritabilidade, estresse e baixa produtividade, até o aumento da instabilidade vascular.

Os grupos mais sensíveis às mudanças são os idosos e as mulheres, que já têm oscilações no organismo relacionadas à produção de hormônios. “Mudanças abruptas no nosso relógio biológico trazem malefícios incontestáveis em relação à saúde”, diz o especialista.

Economia de energia

O governo federal ainda não tem um balanço da economia de energia proporcionada pelo horário de verão neste ano, mas a expectativa é que a mudança gere uma redução entre 4,5% e 5% na demanda de energia do horário de pico, nas regiões onde o sistema foi adotado (Sul, Sudeste, Centro-Oeste e na Bahia). A redução total de consumo para o país deve ficar em torno de 0,5%, com uma economia entre R$ 75 milhões e R$ 100 milhões para o país durante o período.

O secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, Ildo Grüdtner, explica que o principal ganho para a sociedade com a adoção do horário de verão é o aumento da segurança e da qualidade do suprimento de energia. Além disso, com a redução da demanda, não é preciso fazer novos investimentos em usinas hidrelétricas ou acionar energia de usinas termelétricas para complementar o fornecimento de energia.

Segundo ele, a redução do consumo de energia, proporcionada pelo aumento da utilização da luminosidade natural, não chega a ser sentida na conta de luz dos consumidores. “O consumidor sentiria se tivesse que fazer investimentos, aí apareceria um acréscimo na conta de luz”, disse Grüdtner à Agência Brasil.

De acordo com o secretário, existem pesquisas que mostram a aprovação da população ao horário de verão, e a extinção da mudança não está nos planos do governo. “Pode até ser avaliado no futuro, mas em princípio sempre é um ganho. Se a sociedade inteira ganha com a aplicação do horário de verão, por que vou deixar de utilizar?”

Neste ano, o horário de verão começou no dia 16 de outubro, e terá uma semana a mais, porque a data estabelecida para o fim do horário diferenciado, que é o terceiro domingo de fevereiro, em 2012 coincidiu com o feriado do carnaval.


NOTÍCIA: CÉLULA-TRONCO RECUPERA TECIDO DO CORAÇÃO INFARTADO

Célula-tronco recupera tecido de coração infartadoÁrea lesionada foi reduzida em mais da metade com novo tratamento
O Globo, 15-02-2012.

Pesquisadores americanos deram um passo considerado promissor para o tratamento de infartados. Usando células-tronco retiradas do coração do próprio paciente, cientistas conseguiram diminuir pela metade a área lesionada, onde se formam cicatrizes. Os cientistas anunciaram, ainda, que foi possível regenerar o tecido original. O trabalho foi publicado ontem na revista médica “Lancet”.

Realizada pelo Instituto do Coração Cedars-Sinai, a pesquisa mobilizou 25 pacientes. Antes do tratamento, eles tinham cicatrizes (tecido lesionado, sem circulação sanguínea) no coração que representavam, em média, 24% do ventrículo esquerdo, caindo para 16% após seis meses de tratamento e 12% depois de um ano.

Tratamento pode começar em 2016

Mesmo estando em fase de testes de segurança, os resultados foram considerados animadores. Será necessário realizar novos experimentos, que comprovem a eficácia da terapia. Diretor do Instituto do Coração Cedars-Sinai e um dos pesquisadores envolvidos no trabalho, Eduardo Marban está otimista. Ele acredita que o tratamento poderá começar a ser feito em larga escala daqui a quatro anos.

— A capacidade de regenerar o tecido lesionado é (uma conquista) sem precedentes e potencialmente importante. Estamos muito entusiasmados com as perspectivas de generalizar este tipo de tratamento para pacientes ainda mais graves — afirmou Marban ao GLOBO por e-mail. — A partir deste ano, já vamos acompanhar, na fase 2, cerca de 200 pacientes com o objetivo de melhor avaliar tanto a segurança como a eficácia (do tratamento). Se tudo correr bem, um produto comercial deve estar disponível até 2016.

Durante um ataque cardíaco, parte do coração fica sem oxigênio, causando a morte do tecido muscular do coração, além do surgimento de cicatrizes. Isto provoca a redução da capacidade cardíaca. Cerca de um mês depois do infarto, os pesquisadores tiram amostras de células do coração que não foram afetadas. Este procedimento foi possível inserindo um tubo na veia do pescoço do paciente.

Em laboratório, os pesquisadores conseguiram isolar as células-tronco daquela amostra e multiplicar sua quantidade. Assim, os cientistas puderam injetar até 25 milhões de células-tronco no local afetado, circundando as artérias do coração. Foram elas as responsáveis pela diminuição das cicatrizes e regeneração do tecido cardíaco morto.
Apesar desta melhora nos tecidos do coração dos pacientes, não houve a recuperação da capacidade cardíaca dos pacientes.

— O objetivo principal do nosso estudo era verificar a segurança, mas também tivemos evidências de que o tratamento pode diminuir as cicatrizes e permitir a regeneração do tecido do coração perdido — disse Marban. — Isso nunca foi feito antes, apesar de uma década de tentativas de terapia celular em pacientes com ataques cardíacos. Agora, nós fizemos.

Para o coordenador de Ensino e Pesquisa do Instituto Nacional de Cardiologia, Antônio Carlos Campos de Carvalho, que também é professor do Instituto de Biofísica da UFRJ, os primeiros resultados da pesquisa americana são animadores, mas ainda há a necessidade de realizar muitos testes e pesquisas.

— O ensaio é de segurança, não de eficácia. Então, os resultados são animadores, mas não é possível concluir que realmente haverá uma terapia sem que haja um ensaio mais robusto, com grupo de controle — explicou Campos de Carvalho. — Tenho dificuldade de saber como a cicatriz diminui; há formação de um músculo novo e, ainda assim, não há melhora da função do coração de bombear sangue para o corpo.

O Brasil também desenvolve pesquisas que usam células-tronco para tratar problemas cardíacos. Só Campos de Carvalho coordena nacionalmente quatro delas. Destas, uma já se mostrou sem eficácia. Outras duas, em andamento, devem apresentar resultados ainda em 2012:

— Estamos testando as células em modelos pré-clínicos, para, depois submeter aos protocolos dos órgãos de ética, tentar reproduzir as pesquisas em pessoas. No Brasil, buscamos isolar e caracterizar as células-tronco, estamos um pouco atrás dos americanos nesta área.

As características das células-tronco cardíacas ainda provocam um debate na literatura científica. Diferentes grupos de pesquisadores buscam isolá-las de regiões diferentes do coração. No Brasil, diz Campos de Carvalho, basicamente são usados pedaços do átrio retirados em cirurgias cardíacas para a colocação de aparelhos de circulação extracorpórea. Em vez de descartá-los, os pedaços são usados para isolar e multiplicar células-tronco cardíacas:

— Outros grupos buscam células-tronco de maneira distinta, mas o coração não tem toda essa capacidade de regeneração. (Entre os pesquisadores) alguém está certo, mas não todos.
Para o secretário municipal de Saúde do Rio, Hans Dohmann, que foi diretor do Instituto Nacional de Cardiologia, além de coordenador dos primeiros implantes do mundo de células-tronco tanto em coração como no cérebro, esta é uma tecnologia fundamental. O médico continua fazendo parte de um grupo de pesquisa com células-tronco ligado ao Ministério da Saúde.

— Estamos diante de uma tecnologia que tem potencial de recuperar tecidos. Esta característica traz um fato novo em termos de saúde coletiva. Pode melhorar a vida das pessoas e reduzir o custo do sistema público, que ficaria mais eficiente. O Brasil continua trabalhando forte na área. Como pesquisador e gestor, vimos com bons olhos os resultados (apresentados pelos americanos) — comemorou.

Atualmente, a pesquisa na qual Dohmann participa está em fase de testes. Os cientistas estão observando os resultados da aplicação de células-tronco da medula óssea na primeira semana após o infarto. Já são 143 pacientes, até hoje, participando dos trabalhos. O primeiro levantamento de resultados deve ser feito quando este número chegar a 150.

— É uma pesquisa que chamamos de duplo cego randomizado. Não sabemos quem recebeu as células-tronco e quem não recebeu — relatou Dohmann. — Temos dados anteriores, quando ainda estávamos na fase 1 e trabalhamos com 30 pacientes. Na ocasião, pudemos observar a redução da área de infarto e a melhora na qualidade de vida. No nosso caso, constatamos a melhora da capacidade do coração de bombear sangue.

ARTIGO: NOVA TÉCNICA TRATA CERATOCONE

Nova técnica pode evitar cirurgias e transplantes da córnea
Adaptação de lentes esclerais vem apresentando excelentes resultados no tratamento de doenças como o ceratocone avançado
Opinião Curitiba, 10-02-2012.


Técnica ainda pouco difundida no país pelos desafios da adaptação e pelo alto custo do material, a indicação das lentes esclerais vem se consolidando como alternativa para o tratamento de problemas da córnea como, por exemplo, o ceratocone, doença que em casos avançados é corrigida apenas com transplante. A boa notícia é que as lentes esclerais passam a ser fabricadas este ano no Brasil, o que tornará o tratamento ainda mais acessível. Hoje, o valor da lente para cada olho varia de R$ 1.600,00 a R$ 1.800,00.

O tema foi tratado pela médica oftalmologista Tania Schaefer, durante o Simpósio e Congresso da CLAO (Contact Lens Association of Ophthalmologists), realizado em Las Vegas. Na oportunidade, a oftalmologista apresentou sua experiência pioneira de dois anos no Brasil, com adaptação de lentes esclerais e os resultados clínicos em pacientes com córneas traumatizadas, pacientes com ceratocone avançado e também na correção de cirurgias refrativas que não tiveram resultado esperado. "Há muitos avanços recentes no tratamento do ceratocone, mas as técnicas adotadas atualmente, que são o cross link e os anéis intracorneanos, dependem de procedimentos cirúrgicos", explica a médica. Além de evitar os riscos que envolvem uma cirurgia, o uso das lentes esclerais proporciona maior conforto aos pacientes e melhora instantânea da visão.

É o caso do estudante João Pedro Otto Lesko, de 15 anos, que foi diagnosticado com ceratocone aos 12, após a professora perceber certa dificuldade do aluno em copiar lições no quadro. Segundo a mãe Helenita Lesko, a doença não foi percebida na primeira consulta e tratamentos cirúrgicos foram sugeridos. "Quando um oftalmologista percebeu que meu filho tinha uma doença rara, a primeira indicação foi o uso de óculos e depois de lentes rígidas, que traziam muito desconforto para o João Pedro", conta a mãe. "Mais tarde procuramos especialistas e todos indicavam cirurgias, até que a doutora Tânia nos sugeriu as lentes esclerais. A adaptação foi excelente e hoje ele enxerga perfeitamente, está mais ativo e mais feliz", revela.

Lentes de contato

As lentes de contato representam, depois dos óculos, a primeira opção para a recuperação visual porque substituem a superfície irregular da córnea por outra regular, recuperando a visão. Em clínicas especializadas, pelo menos 80% dos portadores de ceratocone, que não tiveram bons resultados com uso do óculos, conseguem recuperar sua visão usando lentes de contato.

As mais indicadas são as rígidas gás-permeáveis, com variações de desenhos como as monocurvas, além das bicurvas e multicurvas, derivadas da Soper e as lentes gelatinosas desenhadas para ceratocone. Lentes híbridas (centro rígido e borda gelatinosa) e o Sistema piggyback (rígida sobre gelatinosa) são utilizadas em casos especiais. As lentes esclerais e semi-esclerais são lentes de grande diâmetros que variam de 13.50 à 20.00 mm ou mais.
Segundo Tania Schaefer, estas lentes são desenvolvidas em materiais permeáveis ao oxigênio, com desenhos que respeitam a transição córneo limbar e a fisiologia da córnea. Elas movimentam-se pouco e por isto trazem grande conforto ao usuário.
Toda esta evolução foi possível pela tecnologia dos novos materiais de lentes de contato e pelos tornos multidirecionais computadorizados que permitem aos fabricantes desenvolverem desenhos de lentes nunca antes imaginados. É a biotecnologia trabalhando a favor da saúde ocular.

Ceratocone

É uma distrofia corneal, não inflamatória, na qual a baixa rigidez do colágeno corneal permite que a córnea sofra abaulamento e afinamento progressivos, provocando astigmatismo irregular e afilamento do ápice. Essa ectasia pode ocorrer na parte central, paracentral ou periférica da córnea. O ceratocone pode estacionar após alguns anos ou progredir até a formação de cicatrizes causadoras de importante baixa visual.

A doença costuma iniciar num olho para depois afetar o outro. O diagnóstico é frequentemente feito na adolescência ou em torno dos 20 anos de idade, e raramente pode após os 35 - 40 anos.

A frequência de ceratocone na população em geral está em torno de 1 para cada 2.000 pessoas (0,05%). Entretanto, dentre os candidatos à cirurgia refrativa, alguns estudos mostraram que este número pode atingir até 8%. Esta percentagem alta deve-se, provavelmente, à auto seleção desses pacientes que muitas vezes estão insatisfeitos com sua visão e procuram por cirurgia para solucionar seu problema.

REPORTAGEM: RIO+20 E FOCO NA ECONOMIA

Rio+20 precisa ter foco na economia, diz governo
Valor Econômico, 10-02-2012
Por Daniela Chiaretti.

O governo brasileiro está definindo a agenda dos "Diálogos Sustentáveis", os painéis de alto nível que irão acontecer no Rio de Janeiro, de 16 a 19 de junho, na véspera da Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. Serão oito temas, dois por dia, debatidos em painéis com dez pessoas. Os assuntos serão relacionados ao desenvolvimento - energia, segurança energética e alimentar, economia de longo prazo, consumo, agricultura. A intenção é convidar renomados especialistas em cada área e ganhadores do prêmio Nobel.

Estes "dias do meio" ou "dias-sanduíche", como são popularmente chamados, ficam, no calendário da Rio+20, exatamente depois de o último evento oficial preparatório (de 13 a 15 de junho) e na véspera da reunião dos chefes de Estado (de 20 a 22 de junho). Não serão eventos oficiais nem terão caráter deliberativo, mas irão acontecer dentro do Riocentro, o lugar da reunião de cúpula. Trata-se de decisão estratégica. "Será mais um esforço para fazer com que os líderes escutem as demandas da sociedade", diz Fernando Lyrio, assessor extraordinário para a Rio+20 do Ministério do Meio Ambiente. "Nas discussões da sociedade civil há uma riqueza de informações que tem que ser melhor encampada pelo processo multilateral de tomada de decisão", diz.

Outros eventos da sociedade programados para acontecer pouco antes da reunião de cúpula têm pouca chance de influenciar o documento final da conferência, explica. O que resultar da Rio+20 terá que ser consensual entre todos os países. O documento base da conferência - "O Futuro que Queremos" - já vem sendo discutido em fóruns da ONU.

Lyrio participou ontem, no hotel Maksoud Plaza, em São Paulo, do painel "Despertar para a Rio+20", promovido pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag). Outro ponto destacado foi o fato de a Rio+20 ser uma conferência de desenvolvimento, e o pilar ambiental, apenas um de seus vértices - os outros dois são o econômico e o social. "Temos que nos concentrar neste ponto para não assistirmos a um retrocesso conceitual", disse o embaixador André Correa do Lago, chefe do departamento de Meio Ambiente e Temas Especiais do Ministério das Relações Exteriores. O retrocesso seria, segundo ele, não discutir desenvolvimento e apenas ambiente.

A preocupação teve eco no público. "Vimos reações europeias recentes com risco de perda de foco do evento", disse Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag). "O tema da Rio+20 é sustentabilidade e não meio ambiente."

NOTÍCIA: GLIVEC PARA TRATAMENTO ONCOLÓGICO INFANTIL

Governo libera uso de Glivec para tratamento infantilAgência Brasil, 18/02/2012.

O governo federal liberou mais uma opção de tratamento para crianças e adolescentes com leucemias mieloide crônica e linfoblástica aguda. A partir de agora, os médicos da rede pública podem prescrever o medicamento Glivec em casos pediátricos das duas doenças. Atualmente, o remédio é indicado somente para adultos.

Uma pesquisa feita pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) e o Centro Infantil Boldrini apontou resultado positivo para o Glivec no tratamento de crianças e adolescentes diagnosticados com as leucemias. Após os
testes e duas consultas públicas, o Ministério da Saúde decidiu incluir o remédio, com princípio ativo Mesilato de Imatinibe, na lista de medicamentos para o público infanto-juvenil.

As orientações para o uso do Glivec em crianças e adolescentes foram publicadas no Diário Oficial da União. O remédio é distribuído pelas secretarias de Saúde aos hospitais oncológicos públicos ou conveniados ao
Sistema Único de Saúde (SUS).

NOTÍCIA: STENT NACIONAL COM FÁRMACO

Stent nacional com fármaco
Dispositivo produzido no Brasil pode prevenir infartos e evitar cirurgias cardiovasculares mais extensas
Revista Pesquisa Fapesp, 13-02-2012.
Por Marcos de Oliveira.

No dia 30 de janeiro foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o primeiro stent cardiovascular farmacológico  desenvolvido no Brasil. Até agora estavam disponíveis apenas os stents sem fármacos de fabricação nacional. O dispositivo serve para manter as artérias livres de placas de gordura que podem comprometer a passagem de sangue nas coronárias e levar a problemas cardíacos. Os stents são formados por pequenos cilindros de telas metálicas muito finas, acompanhados de um balão no seu interior e um cateter. Quando inflado, esse balão se expande dentro da artéria ou dos vasos periféricos, fazendo o sangue fluir. Para retirá-lo e deixar o fluxo preservado, o cilindro de tela metálica é deixado dentro da artéria. Dessa forma é possível evitar infartos ou operações cirúrgicas de grande porte, como a colocação de pontes de safena.

“O problema é que de 10% a 20% das pessoas voltam a ter obstrução no local em que está o stent devido à cicatrização ao redor do dispositivo. Daí a importância de se implantar stents que possuam drogas antiproliferativas de tecidos”, diz o professor Pedro Lemos, diretor do Serviço de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista do Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (InCor). O fármaco adere à tela metálica por meio de uma cola polimérica biocompatível que desaparece conforme o medicamento se solta do tubo. 

O stent farmacológico é fabricado em parceria pelas empresas Innovatech, da capital paulista, e Scitech, de Goiânia (GO). A primeira corta com laser o cilindro metálico de ligas de cobalto e cromo e faz o tratamento superficial do dispositivo. A empresa goiana produz as outras partes do stent e aplica o medicamento Rapamicina na parte externa do tubo metálico. Essa empresa também comercializa o produto que leva o nome de Cronus, sem fármaco, e Inspiron, com o medicamento. “Estamos constantemente aprimorando o desenho da malha metálica do stent para ele não perder, no atrito com as paredes do cateter, o polímero que contém o fármaco”, diz Spero Morato, diretor executivo da Innovatech, empresa que recebeu financiamento para o desenvolvimento do stent por meio do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da FAPESP (leia em Pesquisa FAPESP n° 173  e n° 110). 

O desenvolvimento do produto foi feito pelas duas empresas em estreita colaboração com os pesquisadores do InCor. Outras instituições como o Instituto Dante Pazzanese, de São Paulo, participaram na fase final de testes clínicos. “Esse trabalho que levou ao stent farmacológico brasileiro faz parte do Programa de Desenvolvimento Nacional de Stents (PDNS) estabelecido em 2004 com financiamento da Finep [Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério de Ciência e Tecnologia] e CNPq [Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico] com verba do Ministério da Saúde”, diz Lemos, coordenador do programa. “Foram investidos cerca de R$ 4 milhões no programa”, diz. 

O produto, cujo comprimento varia entre 6 milímetros (mm) e 38 mm, e diâmetro entre 2,5 mm e 4,5 mm, já está implantado, na versão sem fármaco, em mais de 7 mil pacientes no país desde 2009, sendo hoje exportado para 32 países. Até esse ano, todos os stents implantados no Brasil eram importados. O preço de cada stent nacional é cerca de 10% a 20% inferior ao fabricado fora do país. Cada um custa em torno de R$ 2 mil sem medicamento e R$ 10 mil com a droga. 

REPORTAGEM: COBERTURA TOTAL DOS PLANOS DE SAÚDE

Idec defende que cobertura do plano de saúde sempre seja total
Posição faz referência a decisão específica do STJ, que considerou abusiva cláusula de plano da Medic S/A
Por Cida de Oliveira. Rede Brasil Atual, 24/02/2012.

São Paulo – Decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) divulgada nesta quarta-feira (22) considerando que os planos de saúde não podem estabelecer limite máximo de gastos com internações em hospitais nem prazo máximo de permanência do segurado tem tudo para promover mudanças na relação entre usuários e operadoras de planos de saúde, que impõem cláusulas abusivas em seus contratos. A decisão segue na direção do entendimento do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) de abuso nas cláusulas dos contratos dos planos de saúde. “O plano deve oferecer cobertura total e não parcial à saúde. Cabe somente ao médico avaliar o tempo necessário para o tratamento, bem como os procedimentos que devem ser utilizados”, afirmou a advogada Joana Cruz, do instituto.

Ao julgar recurso contra uma decisão da Justiça do estado de São Paulo, que considerou legal a cláusula de um plano da Medic S/A que limitava a R$ 6.500 o valor das despesas médicas e hospitalares, os ministros a consideraram abusiva. E determinaram ainda que não pode haver limite de tempo de internação. 

Segundo Joana, a negativa de cobertura, na qual estão incluídos limites de prazos e valores, além de considerada abusiva pelo Código de Defesa do Consumidor desobedece ao artigo 10° da Lei 9.656 (Lei de Planos de Saúde). O dispositivo legal estabelece a cobertura assistencial médico-ambulatorial e hospitalar de partos e tratamentos de doenças listadas na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, contratos englobam apenas a lista da Agência Nacional de Saúde, que não considera todos os itens da OMS. 

Para o STJ, a cláusula é abusiva principalmente por estabelecer montante muito reduzido, incompatível com as expectativas do custo dos serviços médico-hospitalares. Para o relator, ministro Raul Araújo, “esse valor é sabidamente ínfimo quando se fala em internação em unidade de terapia intensiva (UTI), conforme ocorreu no caso em exame”. 

Para o ministro, o bem segurado é a saúde humana, o que inviabiliza a fixação de um determinado valor monetário, como acontece com o seguro de bens materiais. Conforme explicou, “não há como mensurar previamente o montante máximo a ser despendido com a recuperação da saúde de uma pessoa enferma, como se faz, por exemplo, facilmente até, com o conserto de um carro”.

Os ministros decretaram a nulidade da cláusula contratual limitativa, tida como abusiva. O plano de saúde foi condenado a indenizar os danos materiais decorrentes do tratamento da segurada, deduzidas as despesas já pagas pelo plano, que também deve pagar indenização por danos morais. O valor foi fixado em R$ 20 mil, com incidência de correção monetária a partir do julgamento no STJ e de juros moratórios de 1% ao mês, a partir da citação.

Os ministros do STJ decretaram a nulidade da cláusula contratual limitativa, tida como abusiva. O plano de saúde foi condenado a indenizar os danos materiais decorrentes do tratamento da segurada, deduzidas as despesas já pagas pelo plano, que também deve pagar indenização por danos morais. O valor foi fixado em R$ 20 mil, com incidência de correção monetária a partir do julgamento no STJ e de juros moratórios de 1% ao mês, a partir da citação.

Entenda o caso

A ação inicial foi ajuizada por familiares de uma mulher que morreu vítima de câncer no útero. Internada por dois meses em UTI de hospital conveniado da Medic S/A Medicina Especializada à Indústria e ao Comércio teve negado o custeio do tratamento a partir do 15º dia de internação. A alegação era que o limite máximo de cobertura, no valor de R$ 6.500, tinha sido atingido. 

Uma liminar da Justiça obrigou o pagamento das despesas médicas até o falecimento da paciente. Numa ação de nulidade de cláusula contratual mais indenização por danos materiais e morais, a empresa recorreu e pediu ressarcimento das despesas além do limite estabelecido no contrato, o que foi concedido pela Justiça paulista. 

Nas duas primeiras instâncias, os magistrados paulistas entenderam não haver abuso porque a cláusula era apresentada ao contratante com clareza e transparência.

Com informações da assessoria de imprensa do STJ.

REPORTAGEM: COLONOSCOPIA REDUZ MORTES

Estudos reafirmam que colonoscopia reduz mortes por câncer colorretal
Mas exame é caro, além de ser desconfortável e envolver riscos
O Globo, 24-02-2012.

RIO - A colonoscopia é considerada a melhor prova para o diagnóstico precoce e a prevenção do câncer colorretal. É o que afirma a ciência e com ela concordam os especialistas. Se todos se submetessem a uma pelo menos uma vez após os 60 anos, a incidência da doença cairia consideravelmente. Trata-se de debate que sempre volta à tona.

Qual exame é preciso ser feito para diminuir a incidência do câncer colorretal? Dois estudos e um editorial publicados no "The New England Journal of Medicine", e reportados pelo “El Mundo” nesta quinta-feira, tentam encontrar a melhor estratégia para que a mortalidade e a incidência desta doença caiam, mas a resposta não parece simples.

O primeiro trabalho, comandado por especialistas do Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, nos Estados Unidos, confirma que a colonoscopia reduz a mortalidade pela doença não apenas pela detecção precoce dos carcinomas, mas também pela localização e extração dos adenomas (pólipos), consequência frequente do exame.

Os resultados afirmam que após mais de 15 anos de acompanhamento, a mortalidade por câncer colorretal das pessoas de quem foram retirados os pólipos como consequência da colonoscopia era 53% inferior à da população em geral.

O outro estudo, assinado por especialistas espanhóis e financiado em parte pela Associação Espanhola Contra o Câncer, compara a eficácia deste exame com o teste de detecção de sangue nas fezes e conclui que ambos detectam porcentagens similares de carcinomas mas não de adenomas, onde a colonoscopia funciona melhor. Com certeza, "o teste de detecção de sangue em fezes identifica a metade de adenomas avançados", afirma ao "El Mundo" Enrique Quintero, chefe do Serviço de Aparelho Digestivo do Hospital Universitário de Canarias, que participou do estudo.

Michael Bretthauer, do Registro de Câncer da Noruega, e Mette Kalager, da Escola de Saúde Pública de Harvard, destacam a superioridade diagnóstica da colonoscopia para recomendar seu uso para triagem em detrimento do teste de detecção de sangue nas fezes. Mas há empecilhos, como custos e riscos. A colonoscopia é um exame que exige sedação e preparação. Além disso, 80% dos exames dão negativo, o que significa que um grande número de procedimento seriam desnecessários.

ARTIGO: EXERCÍCIO GYROTONIC - CORPO E MENTE

Exercício Gyrotonic trabalha corpo de forma detalhada
Trata-se do Gyrotonic, um método de condicionamento físico sobre uma plataforma de madeira que combina exercícios e simula cada movimento em detalhes perfeitos.
Gazeta de Ribeirão, 19/02/2012.


Nadar, caminhar, pedalar, dançar balé (...). Todos esses métodos são ótimos exercícios, modeladores de corpo e relaxantes. Mas que tal fazer tudo isso ao mesmo tempo e em um único exercício? Trata-se do Gyrotonic, um método de condicionamento físico sobre uma plataforma de madeira que combina exercícios e simula cada movimento em detalhes perfeitos.

Criado pelo ex-ginasta romeno Juliu Hovarth, nos anos 70, a técnica estabeleceu uma
prática de exercício físico sem riscos de lesão. Fortalecimento muscular, alongamento, consciência corporal e alinhamento da postura são alguns dos benefícios que o Gyrotonic proporciona ao praticante.

“O Gyrotonic é um exercício que não tem impacto e pode ser também aeróbico”, explicou a fisioterapeuta Aline Chan. “Trabalhando a consciência do corpo com a respiração, as atividades com o Gyrotonic não lesionam o corpo e aumentam a lubrificação das articulações”.

Sem restrições aos praticantes, a técnica
inovadora no mercado pode ser feita por crianças, adultos e idosos, homens e mulheres, respeitando adequações necessárias para cada perfil. “A pessoa faz os exercícios coordenando com a respiração, trabalha a estabilidade das pernas e sente o corpo se completar com a mente. A aula de Gyrotonic em si é uma coreografia”, afirmou Aline.

O aparelho consiste numa plataforma de madeira munida de polias, roldanas, cabos e pesos que facilitam a liberdade das atividades, denominadas movimentos circulares, que não sobrecarregam os músculos e nem causam impactos. A publicitária Thaís Tagliari Barbisan é formada em balé clássico e pratica Gyrotonic há um mês. De acordo com ela, o aparelho em que consiste a realização das atividades proporciona maior sensação de leveza e trabalha mais o alongamento do corpo. “Com as aulas de Gyrotonic, consegui melhorar muito a minha postura, a respiração, fiquei mais disposta. Eu gosto de desafios e praticar Gyrotonic é uma
aventura”, garantiu.

Técnica 

Por ser um exercício de movimentos leves e que se afasta dos padrões da musculação, o Gyrotonic é próximo ao pilates. Porém, há fatores entre um e outro que fazem toda a diferença. “No pilates, os movimentos são menos redondos e garantem mais estabilidade ao corpo. Já o Gyrotonic, o trabalho é com mais detalhes, é bem mais leve”, relatou Aline Chan. Segundo a fisioterapeuta, a máquina é uma solução para pessoas que não gostam de exercícios físicos de academia, pois os movimentos na plataforma consistem em fazer menos esforço e lembram o movimento do espreguiçar.

NOTÍCIA: INVESTIMENTOS EM ACESSIBILIDADE

Desenvolvimento De Produtos De Acessibilidade Terão R$ 150 Milhões
Ação faz parte do programa Viver Sem Limite
Pauta Social, 14-02-2012.

A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) aplicará R$ 150 milhões, até 2014, no financiamento da pesquisa e desenvolvimento de tecnologias voltadas à inclusão de pessoas com deficiência física ou intelectual. Desde 2004, foram investidos cerca de R$ 30 milhões no setor, que resultaram em produtos incorporados ao dia-a-dia, como uma cadeira de rodas mais leve e piso podotátil mais fácil de instalar.

Como agente financeiro do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a Finep deverá destinar os recursos em linhas de crédito subsidiado, subvenção econômica ou a fundo perdido. A ação faz parte do programa "Viver Sem Limite", que reúne ações de 15 ministérios. Os R$ 7,6 bilhões, previstos para o período de 2012 a 2014, serão destinados a projetos em acessibilidade (R$ 4 bilhões), educação (R$ 1,8 bilhão), saúde (R$ 1,5 bilhão), e inclusão social e mobilidade urbana (R$ 300 milhões). Além desses recursos, os investimentos em mobilidade urbana no âmbito da Copa (R$ 11,8 bilhões) e do Programa Mobilidade Grandes Cidades (R$ 18 bilhões) já preveem a necessidade de que os projetos arquitetônicos e veículos atendam aos critérios de acessibilidade.

Produtos - A criatividade da engenharia nacional na produção de inovações em tecnologia assistiva está comprovada numa série de produtos cujo desenvolvimento foi apoiado pela Finep. Além de oferecer soluções que poderão ser usadas por brasileiros e o setor público, há um mercado mundial crescente a ser explorado. A demanda por tecnologias assistivas se deve ao envelhecimento da população, especialmente em países do hemisfério norte. Um fabricante carioca do setor náutico recebeu cerca de R$ 1 milhão do Programa de Subvenção Econômica para a criação de uma cadeira de rodas em fibra de carbono, mais leve e manobrável. As cadeiras de titânio ou alumínio, comuns no mercado, apresentam perfis tubulares que fazem, no máximo, curvas em um único sentido.

Piso tátil - A legislação brasileira de acessibilidade obriga a utilização de pisos táteis, para pessoas com deficiência visual, em locais públicos, como plataformas de trem e metrô. Com financiamento de R$ 800 mil da Finep, uma fábrica nacional desenvolveu uma alternativa de PVC e borracha para auxiliar o trajeto das pessoas com deficiência visual e idosos. O material polimérico é mais fácil de ser cortado ou dobrado e pode ser aplicado facilmente em reformas de ambientes internos.

Pessoas com deficiência têm R$ 70 milhões em crédito

Bens e serviços para auxiliar na acessibilidade para a pessoa com deficiência podem ser financiados por meio de uma linha de crédito de R$ 70 milhões do Banco do Brasil. Como os juros serão reduzidos a 0,64% ao mês, sem taxa de abertura, o Tesouro Nacional vai aportar até R$ 16,9 milhões para cobrir a diferença oferecida na facilitação do crédito, em até 60 meses. Os empréstimos do BB  Crédito Acessibilidade poderão cobrir o valor total da compra feita por pessoas com renda de até dez salários mínimos, dentro do limite máximo de R$ 30 mil. A primeira prestação pode ser paga em até 59 dias.

REPORTAGEM: ANVISA E A POLÊMICA DOS CIGARROS

Anvisa decide sobre adição de sabores a cigarros
Por: Carolina Pimentel, Agência Brasil.


Brasília – A diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decide nesta terça-feira (14) sobre o fim da adição de sabores a cigarros e outros produtos derivados do tabaco. 

Em dezembro do ano passado, a Anvisa promoveu uma audiência pública para debater a proposta de acabar com os cigarros aromatizados - aqueles com sabor mentolado, doce ou de especiarias. A agência reguladora argumentou que os cigarros com sabor estimulam jovens e adolescentes ao hábito de fumar.

A proposta dividiu opiniões das entidades de saúde e dos produtores de fumo. Para as organizações da sociedade civil e institutos de saúde, a indústria recorre aos aromatizantes, flavorizantes e ao açúcar para atrair o público jovem. Os fabricantes rebatem que não existe comprovação científica de que os aditivos aumentem o consumo e alegam que a ausência dessas substâncias inviabiliza a produção de fumo no Brasil.

De 2007 a 2010, subiu de 21 para 40 o número de marcas de cigarros com aroma registradas na Vigilância Sanitária, segundo a Anvisa.

ENTREVISTA: SOBRE CÉLULAS-TRONCO

SOBRE CÉLULAS-TRONCO
Para geneticista, é cedo para falar em tratamento com células-tronco
Folha de São Paulo, 15-02-2012
SABINE RIGHETTI

A geneticista Mayana Zatz, coordenadora do Centro de Estudos do Genoma Humano da USP, é hoje um dos principais nomes da ciência nacional e uma das responsáveis pela aprovação de pesquisas com células-tronco no país.

Ela testa essas células em modelos animais com distrofia muscular --uma doença genética sem cura-- e coordena o aconselhamento de casais com incidência de doenças genética na família.

Zatz participou de uma sabatina na última segunda-feira (13) no Teatro Folha, em São Paulo.

Ela respondeu às perguntas dos jornalistas da Folha Reinaldo José Lopes, editor de "Ciência" e "Saúde", Marcelo Leite, editor de "Opinião" e Hélio Schwartsman, colunista do jornal, além da editora de Ciência e Saúde do UOL, Tatiana Pronin.

Acompanhe os principais trechos da sabatina:


TRATAMENTO

Se alguém estiver cobrando tratamento com células-tronco, tome cuidado. O que temos hoje é pesquisa --e pesquisa não pode ser cobrada. O único tratamento que existe é a infusão de células-tronco coletadas do sangue do paciente e usadas em um autotransplante de medula óssea [como no tratamento de Reynaldo Gianecchini]. Não sabemos os riscos de outras aplicações, como em rugas.

EXAMES GENÉTICOS

Por que se fazem exames na gravidez como o ultrassom? É a mesma filosofia dos exames genéticos. Quando começamos a oferecê-los, os abortos diminuíram. Havia quem abortasse com medo de que o filho tivesse uma doença genética presente na família.

BUROCRACIA

O custo para fazer um genoma no Brasil é cerca de cinco vezes maior do que na China. Temos muitas dificuldades para fazer pesquisa, especialmente para importar material. O governo diz que precisamos importar a cada seis meses. Isso é o mesmo que dizer a uma dona de casa que ela precisa comprar de uma vez só tudo que usará em seis meses. Sobra farinha e falta fubá. Os materiais são cadastrados, os pesquisadores são cadastrados. Por que não importamos material científico como se importam livros?

EXPECTATIVAS

Não queremos criar falsas expectativas e nem usar os pacientes como cobaia. Mas não podemos parar de divulgar os resultados das pesquisas para mostrar que os trabalhos têm andado.

INFORMAÇÃO GENÉTICA

Há empresas dos EUA sequenciando genoma e mandando pelo correio por mil dólares. Esses testes não são confiáveis e as pessoas não saberão interpretar os dados.

ÉTICA

Se um paciente nos procura por causa de um problema muscular e descobrimos que ele tem gene para Alzheimer, devemos contar? Os EUA contam tudo. Aqui nós perguntamos se a pessoa quer saber as doenças que pode ter. Os exames genéticos mostram que 10% das pessoas não são filhos de quem pensam ser. Nós só falamos essa informação caso afete o tratamento ou aconselhamento genético.

GENES "FÚTEIS"

Sou totalmente contra manipulação genética de genes que chamo de "fúteis", como para aptidão a esportes ou cor dos olhos. E se o filho, em vez de esportista, quiser ser músico?

FUTURA DA GENÉTICA

Pense na complexidade que é um ser humano. Hoje sabemos que não basta ter um gene para manifestar uma doença. Há genes "protetores" que parecem impedir essa manifestação. Ainda temos muitas perguntas.


*Sobre a geneticista Mayana Zatz

IDADE 64 anos (nascida em Tel Aviv, Israel)
FORMAÇÃO Bióloga pela USP, com pós-doutorado nos EUA
ATUAÇÃO Coordena o Centro de Estudos de Genética Humano da USP e preside a ABDIM (Associação Brasileira de Distrofia Muscular). Trabalha com genética e células-tronco.

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