Miomas
atingem 80% das mulheres em fase reprodutiva
Visita ao ginecologista
deve ser feita pelo menos uma vez por ano; 50% a 60% das portadoras do tumor
podem passar a vida sem saber de sua existência
(Por: Marli
Moreira, da Agência Brasil, 29/07/2012)
São Paulo - As visitas periódicas ao ginecologista são
um incômodo para a maioria das mulheres, mas cumprir esse ritual pelo menos uma vez ao ano é ainda o melhor
meio de se evitar que um mioma uterino, tipo de tumor benigno, venha a
evoluir e provocar riscos à saúde.
Apesar de ser encontrado em 80% das mulheres em idade
reprodutiva, o mioma pode aparecer sem apresentar qualquer sintoma ou mesmo
danos ao corpo. Devido a essa característica, o médico responsável pelo
Ambulatório de Mioma Uterino da Clínica de Ginecologia do Hospital das
Clínicas, Nilo Bozzini, alerta que entre
50% e 60% das portadoras do mioma podem passar a vida inteira sem saber do
tumor.
Por isso, o médico
salienta ser importante manter na rotina os exames ginecológicos e aconselha
aquelas que descobrem a presença do tumor para “não sofrer com a notícia”.
Há casos, segundo o especialista, em que nunca será
necessário mexer no tumor e outros terão indicação de cirurgia. Extirpar o
mal por meio da histerectomia ou
retirada do útero, normalmente, é uma opção adotada apenas para mulheres que já
tiveram os filhos ou que já passaram da idade fértil, relatou.
Outro recurso é se administrar medicamento para reduzir o
tamanho do tumor, o que será benéfico até mesmo se houver a necessidade de
cirurgia, porque ajudará a tornar o procedimento menos invasivo.
As técnicas utilizadas para a retirada dos miomas são: a histeroscopia, referente ao mioma
submucoso, que está no interior da cavidade do útero; a laparoscopia, para os miomas encontrados na superfície externa do
útero e já se instalando na cavidade muscular; e a laparoscopia, para os
tumores de volume maior espalhados pelo tecido uterino. Outro procedimento é a embolização, que bloqueia o fluxo de
sangue que alimenta o mioma.
“Cada caso é um caso”,
pontua Bozzini, para explicar que não
existe nenhuma conduta básica a seguir. Caberá ao médico decidir sobre a
melhor forma de tratamento, a depender da idade da paciente, do volume,
localização e evolução do tumor que se desenvolve no tecido do útero. Além do exame físico, o acompanhamento pode
passar pelas etapas de uma ultrassonografia
ou ressonância magnética.
Entre os sintomas que caracterizam os
miomas estão sangramento menstrual em
volume acima do normal, dor na
região pélvica, aumento do tamanho
do abdômen, dificuldade para urinar
ou evacuar e até mesmo infertilidade.
A doença pode estar relacionada à presença dos hormônios ovarianos estrógeno e
progesterona, responsáveis pelo desenvolvimento sexual da mulher e pelo ciclo
menstrual.
Embora tenham ocorrido
avanços na medicina, lembra o médico, os estudos que avaliam se fatores
genéticos podem levar à doença “ainda engatinham nesse aspecto”. O que se sabe,
conta ele, é que as mulheres da raça
negra são mais suscetíveis, porém as explicações para tal constatação ainda
estão sendo pesquisadas.
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