segunda-feira, 30 de julho de 2012

NOTÍCIA: CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA PARA DEFICIENTES


Centro nacional de tecnologia para deficientes é instalado em Campinas
(G1, 20-07-2012)

Ministro da Ciência, Marco Raupp, assinou portaria para início do CNRTA.

O governo federal inaugurou em Campinas (SP), nesta sexta-feira (20), um centro nacional de tecnologia para deficientes, que recebeu R$ 12 milhões para iniciar as atividades. A criação do Centro Nacional de Referência em Tecnologia Assistiva (CNRTA) foi oficializada com uma portaria assinada pelo Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Marco Antônio Raupp.

O Centro não atenderá diretamente às pessoas com deficiência, mas pretende desenvolver tecnologias para a melhoria da inserção delas na sociedade. Atualmente, segundo dados do Censo 2010 do IBGE, o Brasil tem 45 milhões de pessoas com deficiência. O CNRTA será gerenciado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

O CNRTA está instalado no Centro de Tecnologia da Informação (CTI) Renato Archer, que atua na área desde o fim da década de 80. Além de Raupp, esteve presente na cerimônia de oficial a ministra-chefe da Secretaria dos Direitos Humanos, Maria do Rosário Nunes.

O papel técnico do Centro será atuar como articulador de uma rede de instituições de pesquisa e desenvolvimento na área de tecnologia assistiva, funcionando como elo de ligação entre a academia, o governo e as empresas privadas. Para o conselho foram nomeados representantes dos ministérios da Saúde, Educação e Desenvolvimento. Além de um integrante da Secretaria Diretos Humanos, Finep , sociedade civil e do próprio CTI.

Liderança nacional

A ministra-chefe Maria do Rosário disse o CNRTA está instalado em Campinas, mas faz parte de um plano nacional. "É o [projeto] que mais nos inspira em relação ao direito das pessoas com deficiência", disse. O governo estima que 45 milhões de pessoas, em todo o Brasil, podem ser beneficiadas com os estudos que serão realizados.

"[O CNTRA] vai liderar uma rede de núcleos de tecnologia assistiva no país", falou Raupp. Segundo ele, as pesquisas realizadas no centro irão fazer com que o preço final dos recursos usados por pessoas com deficiência seja mais acessível. A verba inicial destinada para o projeto veio do MCTI e o ministro disse a ideia é continuar "incrementando com mais recursos".

Durante a visita, os ministros foram levados pelo diretor do CTI, Victor Pellegrini Mammana, para conhecer o espaço onde está instalado o CNRTA. Raupp e Maria do Rosário participaram de uma videoconferência com pesquisadores de outros estados que contribuem com os estudos de tecnologia assistiva e conheceram o sistema que concentrará as informações produzidas.

"A gente vai ter escritórios que vão traçar parcerias com as cinco regiões do país", disse Mammana. O diretor explicou que o CNRTA será uma rede de pesquisas de tecnologia assistiva por todo o Brasil, com o papel de alinhar a produção nacional de conhecimento na área.

"Impressão" de órgãos humanos

O Centro de Tecnologia da Informação (CTI) Renato Archer atua na área de tecnologia assistiva desde o fim da década de 80. Um dos projetos desenvolvidos é um software livre de tecnologia tridimensional voltado para medicina. Segundo o chefe de divisão, Jorge Vicente Lopes da Silva, o programa foi o primeiro a ser lançado gratuitamente no mercado e continua a receber atualizações desde 2001. Ele permite a criação de produtos ortopédicos feitos sob medida para os pacientes. "É possível pensar, olhar ecalcular o que fazer antes da cirurgia", explicou.

Com o inVesalius é possível criar protótipos de partes do corpo humano. "Usamos para fazer o planejamento de cirurgias de alta complexidade", disse Silva. De acordo com ele, o software é usado em 80 países e 2.500 pacientes já foram beneficiados com as possibilidades oferecidas pela tecnologia.

A divisão de tecnologias tridimensionais trabalha com 30 profissionais de diversas áreas. De acordo com Silva, o futuro aponta para biofabricação de tecidos e ossos, o que permitiria a "impressão" de órgãos humanos. Ele faz uma aposta. "Se o Brasil não investir (em biofabricação) vamos comprar (órgãos) em 30 anos".

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